domingo, 28 de novembro de 2010

LUXÚRIA

Por definição de dicionário, a Luxúria é a libertinagem, a lascívia, a exuberância, a sensualidade.
Desde a época da Grécia antiga, as pessoas tem interesse no sexo livre e sem restrições. Os festivais do deus Baco eram concorridos por este motivo porque nestes festivais denominados Bacanais os bacantes podiam beber, jogar e buscar o prazer, sem precisar se preocupar com mais nada além de seus próprios desejos e vontades.
Entendemos a Luxúria como uma exuberância dos sentidos, da sexualidade, uma embriaguez do corpo e da alma das sensações
Percebemos que a Luxúria, em nossa época, é freqüentemente confundida com a Gula. A Gula como prazer primário, é a compulsão, avidez pelo prazer que a troca com o outro traz. O pecado da Gula é a busca desmedida que o prazer nos leva, sem levar em conta a qualidade. O sofisticado pecado da Luxúria é uma orgia do sentir com grande refinamento sensual. Necessita de tempo, qualidade, magia dos sentidos, liberdade de criação e abundância que é a condição de quem não tem medo da falta. Condição que o estressado homem atual está longe de possuir.
Parece que a sociedade atual só tem referência do que seja Luxúria no sentido visual ou mental, pois nesses campos está em um apogeu dado pelas inebriantes imagens de fotografias, da televisão, das propagandas e do cinema. Mas, como levar essa Luxúria a nível do corpo, do sentir em geral, é algo muito distante para o homem comum.A sociedade grega parece que conheceu a liberdade de usufruir das delícias da sensualidade, do corpo, da mente e da essência da vida. É possível que nos seus banquetes, houvesse sensualidade e estímulos suficientes para que os homens gregos e suas mulheres sucumbissem ao pecado da Luxúria.
Hoje, compra-se um pacote para praias baianas, para o Caribe ou Ilhas Gregas na ilusão que se obterá um pouco de Luxúria e isso “faz bem pra pele”. Poucos na verdade sabem se abrir aos orgasmos que a natureza, a comida, um cheiro, um banho, uma idéia ou o corpo do parceiro pode oferecer. Como nos ensina a cozinha francesa, um clássico exemplo da luxúria do paladar, é preciso se entregar às nuanças do inesperado, às sutilezas sensoriais da qualidade e as altas voltagens do prazer que só freqüências delicadas podem propiciar.
A maioria dos turistas voltam dos santuários paradisíacos com a sensação de ter comprado “gato por lebre”, uma sensação de frustração de não ter reconhecido ou usufruído da embriagante luxúria das mulheres nativas
O homem atual, que como a Formiga de Esopo, apenas vê e imagina a Luxúria. Não corre o risco, no entanto, de cometer o pecado porque sua vida está aquém da condição de ser possuído pela Luxúria.
 Ao contrário do que as pessoas pensam sobre os cristãos, eles não vêem o sexo como uma coisa ruim ou apenas tolerável.  Sexo não é apenas uma maneira de as pessoas engravidarem, mas também uma intensa prazerosa e apaixonada manifestação de amor.
O ato sexual é algo profundamente significativo e, se for mal administrado, seus efeitos podem ser devastadores.
A luxúria é poderosa e sedutora, é naturalmente egoísta e oposta ao amor. Quando alimentamos e cultivamos a luxúria em nossa vida, somos arrastados inevitavelmente à solidão, insegurança, vazio e isolamento. O que nos resta quando o orgasmo se torna insatisfatório e cansativo, deixando apenas o sentimento de culpa, dor e solidão?
Se substituirmos a luxúria pelo amor, acabaremos com uma sensação insignificante que eventualmente perde a graça, e que não satisfaz nada mais que fisicamente.
São Thomas de Aquino determina 8 (oito) características inerentes como sendo as filhas da Luxúria:

Cegueira da Mente                          Amor de Si                            Ódio de Deus
Apego ao Mundo                             Inconstância                          Irreflexão
Precipitação                                      Desespero em relação ao mundo futuro

2 comentários:

Unknown disse...

Nunca tinha reaprado na superficialidade dos conceitos do nosso senso comum. O materialismo atual nos tornou indignos até mesmo de pecar? Excelente artigo! Dá muito no que pensar...

Unknown disse...

parabéns pelo artigo,o fato de conhecer não nos impede de comete-lós,com prejuizo a nós mesmos.
é sempre bom ler,e refletir.

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