quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

LIBER 777 - O SANCTUM CELESTIAL


Esse é um dos exercícios mais importantes que aprendemos no início da senda Rosacruz – AMORC (Renato Cardoso)

INTRODUÇÃO
 Todos os seres humanos buscam a felicidade, porém, muitos não sabem como encontrá-la. Isto se deve a que a maioria imagina que ela reside no bem-estar material. Por outro lado, há uma minoria convencida de que uma vida exclusivamente orientada para a espiritualidade a torna possível. Na verdade, nem uma nem outra dessas duas maneiras de entender a vida é ideal, pois a felicidade depende de um estado de equilíbrio perfeito entre nossos desejos materiais e nossas aspiracões espirituais. Ora, o melhor caminho que pode conduzir a esse estado é o do misticismo, que, por definição, consiste no estudo e na aplicação do elo harmônico que une o homem ao Deus que ele é capaz de sentir e compreender. Para o ser humano encarnado, o único modo de viver plenamente essa união é manter-se em harmonia consigo mesmo, com os outros e com o seu ambiente natural.

 A HARMONIA CONSIGO MESMO
 A harmonia que devemos manter relativamente a nós mesmos diz respeito ao nosso corpo, à nossa razão e a nossas emoções. É evidente que, se violamos continuamente as leis naturais que operam em nosso corpo, não podemos manter uma boa saúde. Devemos então nos esforçar sempre para tratar nosso organismo físico com o maior respeito e não comprometermos por negligência a harmonia que Ihe é devida. Uma alimentação mal equilibrada ou excessiva, falta de repouso, insuficiência de exercício, são alguns fatores físicos que perturbam o equilíbrio do nosso corpo. O mesmo princípio se aplica à nossa razão. O fato de que vivemos neste plano terreno nos obriga a recorrer a faculdades objetivas e subjetivas. A razão é uma das mais importantes dentre elas, porque é a partir dos nossos julgamentos que dirigimos nossa vida cotidiana. Quanto mais nos dedicamos a reflexões sadias e úteis, mais fazemos dela o que ela deve ser. isto é, um instrumento destinado a expressar o melhor de n6s mesmos. Se a submetemos à influência de coisas fúteis e impuras, cortamos o laço harmônico que deve uni-la aos impulsos de nossa alma. Devemos então refletir sempre sobre assuntos dignos de consideração para um místico. Ler obras interessantes, assistir a filmes educativos, meditar sobre os grandes problemas da vida, são as atividades típicas que permitem que mantenhamos harmonia em nossa mente. Quanto ao campo das emoções, o leitor sabe que sentimentos baseados na cólera, no orgulho, no ciúme, na maldade, etc., prejudicam consideravelmente nosso bem-estar emocional e, por conseguinte, nosso equilíbrio físico. Fora dos extremos que vimos de mencionar, sentimentos de medo, ansiedade, inquietação, são igualmente prejudiciais para a harmonia geral que deve prevalecer em todos os níveis do nosso ser. Cada indivíduo deve portanto fazer todo o possível para vibrar ao ritmo de emoções puras e construtivas; é impossível viver em paz profunda enquanto se permanece prisioneiro de reações emocionais discordantes.
  
A HARMONIA COM OS OUTROS
 Já citamos a harmonia que devamos manter entre n6s mesmos e os outros. É impossível evoluirmos e mesmo vivermos sem estabelecermos contatos freqüentes com nossos semelhantes. O homem, como ser encarnado, não é uma individualidade tão autônoma como pensa que é. A vida comunitária Ihe é necessária, pois nenhum ser humano, por independente que seja, pode viver feliz e desabrochar sem satisfazer sua necessidade inata de comunicação. Foi o instinto gregário que impeliu o homem a viver em sociedade e fazer dessa sociedade a garantia de seu bem-estar familiar. Como todos precisamos dos outros, devemos evitar manter para com eles associações baseadas em relações de força e domínio. Isso significa que devemos fazer tudo para preservar a harmonia em nossa família e viver em bom entendimento com todas as pessoas com quem devemos conviver, seja no plano familiar ou profissional, ou no quadro mais geral da coletividade humana. Com efeito, que pode ser mais doloroso, no plano interior, do que viver permanentemente num ambiente conflituoso? Toda situação de discórdia entre n6s mesmos e os outros deve ser evitada, porque contém o germe de todas as guerras que assolam o mundo. A harmonia deve ser a regra de ouro da vida familiar e social. Isso não implica que todos os indivíduos devam pensar, falar e se comportar da mesma maneira, visto que a uniformidade é inimiga da evolução. Significa simplesmente que devemos conviver em respeito mútuo, com o desejo de colocar nossas diferenças de opinião e comportamento a serviço do bem-estar dos outros.

A HARMONIA COM A NATUREZA
Examinemos agora a harmonia que precisamos manter entre nós mesmos e nosso ambiente natural. Este ponto não deveria requerer nenhum comentário, já que é evidente. Infelizmente, porém, basta olharmos à nossa volta para constatarmos a que ponto o homem, por preguiça, negligência ou interesse, não hesita em perturbar o equilíbrio ecológico do seu próprio meio ambiente. A natureza tem no entanto seus direitos e o homem, por sua vez, só tem deveres. Enquanto ele não compreender esta lei, continuará a destruir e comprometer seu ambiente, até o dia em que sofra individual e coletivamente as conseqüências de seus atos, se é que isto já não está acontecendo. É por isso que cada ser humano deve tomar consciência de que não podemos perturbar impunemente a ordem natural a que todos devemos a vida. Essa ordem natural prevalecia bem antes que o homem aparecesse na Terra e não há dúvida de que ela prevalecerá quando ele desaparecer, a menos que, evidentemente, nosso planeta seja destruído num apocalipse definitivo. O misticismo, também nisso, é o caminho que deve permitir ao homem reconciliar-se com a natureza. Sem essa reconciliação, a humanidade está condenada á autodestruição, pois, tenhamos consciência disso ou não, toda investida contra seu ambiente natural priva-a de uma parte de si mesma.

Para resumir o essencial desta introdução, afirmamos que a felicidade está na medida da harmonia que o homem é capaz de manifestar relativamente a si mesmo, aos outros e ao seu ambiente. Quanto mais ele tem consciência do que essa harmonia representa para o seu bem-estar pessoal, mais sente o desejo e a necessidade de a manter à sua volta e no seu meio ambiente natural. Ora, a experiência demonstra que todo indivíduo que toma consciência disso compreende que não existem vários tipos de harmonia e, sim, uma só Harmonia Cósmica, manifestando-se em diferentes planos e em diversos campos.

DEFINIÇÃO DO SANCTUM CELESTIAL
Um dos objetivos da filosofia rosacruz consiste em dar a cada ser humano os meios de viver a Harmonia Cósmica nos planos físico, mental, emocional e espiritual. Os ensinamentos místicos que os rosacruzes recebem ao longo de sua afiliação contribuem muito para isso. Mas, para possibilitar uma harmonização total com as forças universais mais positivas, a Antiga e Mística Ordem da Rosa-Cruz, dada sua natureza tradicional e iniciática, integra em sua Egrégora * um campo de energia cósmica de que se podem beneficiar todos aqueles que conhecem o meio de estabelecer contato com esse campo. Justamente esse campo de energia, que não está limitado no tempo nem no espaço, é o que a tradição rosacruz denomina Sanctum Celestial.

Para os rosacruzes, o Sanctum Celestial é o mais elevado plano de consciência que eles podem alcançar harmonizando-se interiormente com o Cósmico. No plano vibratório, esse nível de consciência é a expressão virtual daquilo que a Rosa-Cruz, como ideal filosófico e místico, coloca de mais puro a serviço do homem. É por isso que dizemos que o Sanctum Celestial é o campo da purificação, da regeneração, da revelação e da iluminação. E assim é porque todo contato com ele coloca a alma humana em ressonância com a Grande Alma Universal e com todo o potencial de força e sabedoria que ela contém. Para os Membros da AMORC, ele constitui verdadeiramente uma pirâmide de ideais e virtudes, e é no ápice simbólico dessa pirâmide que se situam os Mestres Cósmicos que velam pela tradição rosacruz. Esta é a razão pela qual a maior parte das experiências místicas que os rosacruzes são levados a fazer ao longo de seus estudos privados situam-se no nível do Sanctum Celestial.

* - EGRÉGORA ROSACRUZ - União ou assembléia de personalidades rosacruzes terrestres (Membros ativos e regulares da Ordem) e supraterrestres (Conclave dos Mestres Cósmicos principalmente os encarregados da Senda Rosacruz) constituindo uma unidade hierarquizada e movida pelo ideal rosacruz. Trata-se portanto de um setor particular do campo ou plano psíquico formado pela união das mentes daquelas personalidades em torno do ideal e da missão rosacruz.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

QUANDO O TIRAREMOS DA CRUZ?

Acredito que você esteve num mundo iluminado e de muita paz, um mundo onde nossa consciência ainda não alcança quanto mais nossas palavras. Você estava naquele Reino de Luz, junto aos outros Mestres e também onde moram os anjos. A Grande Morada, a Casa do Pai, local ao qual um dia todos nós vamos voltar. E mesmo estando acredito eu, a direita Dele... Você decidiu voltar por nós.
No princípio, no princípio mesmo não passávamos de microorganismos se proliferando encima do firmamento. De combinação em combinação passamos a rastejar, nadar invadimos terras e mares continuamos a proliferar e bilhões de anos depois o verbo se fez carne, e você sempre ali, um exímio observador da Criação Divina.
Foi nosso amigo em todas as eras, observando quando deixamos de ser seres rastejantes e passamos a caminhar passo a passo em busca de nossa sobrevivência, cuidando para que nosso fogo não se apagasse com os ventos gélidos das noites escuras.
Você é o que há de mais precioso em nossa existência e, ainda assim, é tão somente mais um de nós…
Sendo ao mesmo tempo deus e homem. Como deus, veio de algum lugar do infinito e se juntou a nós no firmamento como homem.
Sua missão era uma só, nos fazer acreditar que somos muito melhores do que pensamos ser, bastava apenas amar o Criador e as criaturas. Ao invés de acreditarmos que poderíamos subir as alturas das esferas celestes, preferimos puxá-lo para baixo para o nível do pensamento, para o nosso fétido pântano de desejos desenfreados. Arrancamos suas asas e o fizemos gritar de agonia, e o que você nos ofereceu? A outra face! Aceitou a missão, nasceu novamente homem e viveu intensamente uma vida de homem. Humildemente você se ajoelhou perante os sábios e lhes disse: “ensina-me”, mas eles lhe responderam: “não, ensina-nos tu, ó mensageiro!”
Você não foi profeta, mas alguém que já viu essa Terra girando tantas vezes que aprendeu a conhecer os corações dos homens. Nunca quis ser o Messias, mas foi chamado como tal, não perceberam que você só queria nos lembrar sobre o amor. Não quis ser curandeiro, mas alguém que quis mostrar a saúde de nossa própria alma. Não quis ser o Rei dos Reis, apenas alcançar o domínio do espírito.
Ao invés de ouvi-lo cuspimos em sua mensagem de luz. Nós o açoitamos e lhes dissemos para ir-se embora. E para nos certificamos de que estava errado em sua vã esperança de uma era de amor, nós deixamos que o próprio povo, o seu querido povo, escolhesse entre tu, ó cordeiro que sangra, e Barrabás, um assassino imundo e incitador de rebeliões e matanças. E eles, nossos antepassados não te escolheram, eles te deixaram sangrar até o fim...
Nós os senhores da Terra, conquistadores de reinos, a turba do Coliseu, o crucificamos e o banimos de nossas vidas. A tua esquerda deixamos um ladrão, e a tua direita outro, e só deixamos que algumas mulheres te dissesse adeus, porque todos nós sabemos o quanto elas choraram os vê-lo na cruz. Você ainda teve a coragem de pedir perdão ao Pai, dizendo que não sabíamos o que estávamos a fazer. Mas todos nós sabíamos, sabíamos exatamente o que era realizado naquele dia!
Esse foi apenas o início de nossa vingança. Depois, ainda conseguimos erguer uma gloriosa Igreja de Eleitos sobre os corpos esquartejados de cada um de seus amados discípulos. Eles pregavam sua mensagem de que o Reino de Deus nos abarcava por todo lugar, dentre galhos partidos e debaixo de pequenas pedras ao longo das estradas, como está escrito no evangelho de Judas… E nós lhes dissemos que não: “Todas as estradas levam a Roma, e somente a Igreja de Roma poderá lhes salvar da danação eterna!”
Você veio nos dizer que a existência era uma festa de amor do Pai por nós, e que tudo que havíamos de buscar era o amor. Mas nós lhes dissemos que todo ser nasce um pecador, inventamos a estória de um ancestral que havia comido uma maçã podre num paraíso perdido, e que por isso te crucificamos: para que pagasse o pecado sombrio de todos nós, de toda a humanidade!
Houve dias em que nossa Igreja controlou os pensamentos de metade da humanidade. Nós que te crucificamos e que aplaudíamos enquanto sangrava, gota a gota, fizemos de seu momento de maior agonia, de seu calvário, nossa maior imagem de glória. Na entrada de cada Templo de Ouro, erguidos em meio à pobreza e miserabilidade dos homens, mostramos o Cristo Crucificado em toda a sua grandeza…
Mais de 2 mil anos se passaram e até hoje você está crucificado, e até hoje lhe esquecem e clamam em turba: “Salvem Barrabás!”
Então eu lhe pergunto, meu amigo: quando finalmente sairá dessa cruz? Quando finalmente se instaurará um reino de vida, e não mais de morte, nesta terra? Quando finalmente irás ressuscitar dentre os mortos, para que tragas junto contigo todos aqueles discípulos de outrora, e todos os teus amigos que tem te amado nas orações noturnas, e salvo teus ensinamentos em pinceladas ocultas e vasos enterrados nos desertos?
Quando irá retirar os três pregos hediondos desta cruz monumental, e virá nos consolar novamente? Ou será que somos nós que precisaremos subir até sua cruz, para te libertar, e lhe trazer definitivamente para dentro de nosso coração?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

MISTICISMO - FINALIDADE, METAS E CRENÇAS


As finalidades, metas e crenças são premissas básicas no dentro da senda mística. Premissas essas que tiveram pouca ou em algumas questões nenhuma mudança com o passar do tempo. Além disso, visto que o misticismo está fundamentado na experiência pessoas, vamos manter o termo “indivíduo” em mente.
A meta fundamental do misticismo, em seu sentido mais amplo, é a evolução do homem, do mais baixo ao mais elevado nível de “consciência consciente” de si mesmo, em relação a seu ambiente em geral e seu relacionamento para com o Ser Divino, o Deus, Cósmico ou Grande Arquiteto do Universo.
As crenças misticas são poucas, flexíveis e temporárias, motivo pelo qual acredito eu que é  preciso crer sim, mas também conhecer. O verdadeiro místico não costuma ter crenças, e sim que sabe ou não sabe. Esta afirmação parece muito rígida porém não é bem assim. O misticismo rosacruz por exemplo, não é religião, mas é religioso em natureza e essência; é não-sectário, e não obstante, requer uma crença básica em alguma forma de Deidade, alguma Inteligência Cósmica e principalmente em algum conceito de Deus, por isso dizemos, “Deus do nosso coração, Deus da nossa compreensão”.
O místico almeja a compreensão, a iluminação, para viver em harmonia com a vida; ele busca encontrar seu verdadeiro lugar, pretendendo conhecer e cumprir sua missão, e não poupa esforços para aproveitar o máximo de seus estudos de modo que sua missão possa produzir os melhores frutos, independentemente do que ele conceba ser essa missão. Despendendo esforços conscientes, evitando ao máximo perder quaisquer oportunidades de substituir suas crenças por conhecimento verdadeiro. Ele está numa constante busca da verdade, onde quer que possa encontrá-la, e está sempre aprimorando seus conceitos sobre a verdade a luz de uma iluminação interior maior.
A finalidade do misticismo é dupla; espiritual e material. A finalidade espiritual é a elevação da consciência do homem de modo a se aproximar ou atingir o que ele pode chamar de Consciência Cósmica. Esta, por sua vez, dificilmente, pode ser definida, dado seu caráter pessoal, sendo considerada frequentemente um estado de sublime consciência ou despertar de uma unidade com Deus e com toda a Sua criação levando-o a um sentimento de sublime felicidade e paz profunda.
A finalidade material do misticismo reside na aplicação de verdade imparciais e comprovadas às tribulações da humanidade, individual ou coletivamente. Quando as duas finalidades, a material e a espiritual, coincidem e trabalham juntas em harmonia, experimentamos uma grande mudança em nosso senso de valores, mudança essa que nos distancia da forte predominância de valores materiais para os frequentemente negligenciados, restritos, e desprezados valores espirituais, acredito que esse seja o verdadeiro sentido do tão falado e pouco compreendido “Casamento Alquímico". Em outras palavras, o homem descobre que o equilíbrio harmonioso entre os valores espirituais e materiais, embora não receba muita consideração de sua parte, é o mais eficaz remédio para seus problemas e tribulações.
Um dos extremos, que ocorre com a maioria das pessoas, é o pensamento de que só os valores materiais é que constam e que os valores espirituais não devem receber atenção.
O outro extremo é praticado por alguns ascetas sob forma de auto-renúcia, onde o aspecto material é reprimido quase à inexistência.
Ambos os extremos parecem irrealísticos ao místico. A predominância de um sobre o outro constitui falta de equilíbrio. O estabelecimento de um equilíbrio cooperativo entre os valores espirituais e materiais, que possam ser aplicado às necessidades do gênero humano como um todo, é a meta fundamental do misticismo, constituindo, pois a sua finalidade.

sábado, 5 de novembro de 2011

RITO DE YORK (EMULAÇÃO) EXPLICADO


Por Anatoli Oliynik Gr. Sec. Geral Adj. para o Rito de York do G.O.B.

O Rito de York é o rito mais antigo e o mais praticado em todo o mundo. Estima-se que cerca de 85% dos maçons o praticam. A Grande Loja de Londres juntamente com as Grandes Lojas da Escócia e Irlanda, fundadas em 1717, 1725 e 1736, respectivamente, constituem as três mais antigas do mundo. Na Inglaterra não havia denominação para Rito tal como é hoje (Escocês, Francês, Adonhiramita etc). Poder-se-ia dizer que, para os ingleses, rito é um procedimento, uma prática e não uma denominação especifica. Até 1717 as lojas maçônicas eram livres, isto é, não havia uma obediência que as aglutinassem. Com a fundação da Grande Loja de Londres algumas lojas inglesas passam a se subordinar a uma obediência central.

Na cidade de York as lojas maçônicas continuaram independentes até 1751, quando surge uma Grande Loja rival denominada Grande Loja da Inglaterra ou Grande Loja de York. Com a rivalidade entre as duas Grandes Lojas, a denominação Rito de York começa a tomar corpo. Na verdade, ainda não se trata de um rito, mas sim do procedimento adotado pelos maçons de York que divergiam em alguns poucos pontos dos procedimentos adotados pelos maçons de Londres. Com isso a denominação acaba se consagrando. Na prática, não havia diferenças ritualísticas acentuadas que pudessem ser caracterizadas nos procedimentos ritualísticos da Grande Loja de Londres e Grande Loja de York.

Na realidade trata-se de um mesmo procedimento, praticado tanto pelos "Antigos" quanto pelos "Modernos". Rito de York ou Emulation Rite é o rito mais próximo da maçonaria operativa, anterior a 1717. Em 1813 ocorre a união entre as duas Grandes Lojas rivais inglesas que deu origem a Grande Loja Unida da Inglaterra, cujo procedimento maçônico passa a denominar-se Emulation Rite [Rito Emulação].

Portanto, por força do Act of Union firmado pelas duas Grandes Lojas rivais, a denominação Rito de York deixa de existir, pelo menos formalmente. A nova denominação foi adotada para que não ficasse caracterizado que a Grande Loja de Londres submeteu-se a Grande Loja de York cujo rito, até a época da união, denominava-se "Rito de York". Atualmente, há 157 Grandes Lojas no mundo, das quais a Grande Loja Unida da Inglaterra reconhece 107. Isso não implica dizer que as 50 Grandes Lojas não reconhecidas, sejam consideradas espúrias ou irregulares - simplesmente, não são reconhecidas.

É difícil precisar, exatamente, o número de lojas maçônicas no mundo. Sabe-se que há, aproximadamente, 50 mil Lojas em jurisdições reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra.

A Inglaterra com cerca de 48 milhões de habitantes e perto de 700 mil maçons, é a maior jurisdição, com 8.578 Lojas. Na Capital - LONDRES - , com 7 milhões de habitantes na área metropolitana, existem cerca de 1.648 lojas maçônicas, com 150 mil maçons, aproximadamente.

Os E.U.A. possuem 50 Grandes Lojas, com aproximadamente, 15 mil lojas maçônicas e 4 milhões de maçons. Com 50 jurisdições os Estados Unidos contam com cerca de metade de todas as Grandes Lojas reconhecidas pela Grande Loja Unida da Inglaterra, Irlanda e Escócia.

Dos 4 milhões de maçons dos Estados Unidos, 3 milhões são do Rito de York, ou seja 75%. Entretanto, é oportuno frisar que o Rito de York praticado nos Estados Unidos difere do Emulation Rite praticado na Inglaterra. O Emulation Rite, na Inglaterra, não possui graus filosóficos. Nos E.U.A., o Rito de York é constituído pelos 3 graus simbólicos e 4 graus filosóficos.

Estas não são as únicas diferenças. Existem outras de ordem ritualística. Recomenda-se pois, não fazer comparações entre ambos os ritos. No Brasil, as lojas maçônicas federadas ao Grande Oriente do Brasil adotam a linha inglesa ou seja, o Emulation Rite apesar do uso da denominação "Rito de York" que acabou se consagrando. Entretanto, existem muitas lojas ligadas a outras obediências que praticam o "iorques" ou seja, uma mistura entre o Rito de York (linha americana) e o Escocês que acaba resultando numa verdadeira barbárie ritualística.

O total de maçons no mundo, em números exatos, é difícil de ser calculado, porque as informações não são completas, mas estima-se que 5.500.000 praticam o RITO DE YORK, ou seja: 85%. Há, naturalmente, erros mas que não afetam o resultado final. ALGUMAS COMPARAÇÕES COM O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO Não tem no Rito de York: A Palavra Semestral; Cadeia de União. (não deve ser formada em hipótese alguma). Sessões Especiais (todas são regulares). Câmara de Reflexões. Espadas dentro da loja (o único que usa a espada é o G.E.).

Bolsa de Propostas e Informações. Passos para entrada na loja. Cartão de visitante (quando o visitante exige, o M.L. solicita que o Irm. Sec. encaminhe uma carta diretamente à loja do visitante, informando a visita). Altar dos Juramentos (não há altares na loja, as mesas do M.L., P.V. e S.V., são retangulares e chamadas de Pedestais). Transmissão da Palavra Sagrada. Cálice da Amargura (na iniciação). Consagração pela Espada e o Malhete. Espada Flamejante. Prova dos Elementos. Tríplice abraço. Os três pontinhos; (deve ser abolido, das abreviaturas e também das assinaturas). Diferença de nível entre o Or. e Oc.. Separação física entre o Or. e Oc. (grade). Os cargos de: Orador, Chanceler, Experto, Porta Estandarte e Porta Espada. Corda de 81 nós. Candidatura para o cargo de Mestre da Loja (não há disputa pelo cargo, há uma linha de sucessão).

Nenhum assunto administrativo pode ser discutido em loja aberta; Nenhum candidato é reprovado no escrutínio secreto em loja aberta. (os candidatos são avaliados e pré-aprovados em reunião administrativa). Não se usam, no Rito, as palavras: Balaústre ou Peça de Arquitetura. Usa-se: ATA, EXPEDIENTE ou PALESTRA, CONFERÊNCIA. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO RITO DE YORK Há somente um livro de ATAS para todos os graus - todas as ATAS são escritas, lidas e aprovadas no Primeiro Grau. O Ritual não deve ser lido em loja. É todo memorizado. Somente o P.M.I. pode permanecer com o Ritual aberto, pois ele funciona como ponto para ajudar um Irm., num esquecimento ocasional. Os cargos eletivos são somente três: o M.L., o Tes. e o Guardião. Na sessão anterior a da eleição, um Irm., secundado por outro, (toda proposta feita em Loja Aberta, tem que, necessariamente, ser secundada por outro Irm., caso contrário, não será considerada). propõe o nome do M.L. e solicita que este indique o nome do Tes. e do Guardião. Estes portanto, serão os nomes que serão eleitos na sessão seguinte. É da tradição do rito, não haver disputa de cargos em hipótese alguma. A linha de sucessão deve ser respeitada, para que a harmonia e a união entre os irmãos seja mantida.

Os demais cargos são de livre escolha do M.L.. Todas as reuniões de Loja Aberta são regulares, a saber: (a) Iniciação; (b) Passagem; (c) Elevação; (d) Instalação do Mestre da Loja (e) Dedicação do Templo. Não existe a denominação de sessões magnas, econômicas etc. As perguntas feitas pelo M.L. aos Candidatos à Passagem ou Elevação, são feitas na mesma sessão da respectiva cerimônia, e suas respostas não são apreciadas pela Loja, isto é, são sempre aprovados. Não é permitido o uso do Balandrau para os membros da Loja. O traje é preto ou escuro e gravata preta longa ou combinada com o terno quando escuro. Aos visitantes é permitido o uso do balandrau (desde que não sejam do Rito).

O M.L. é o único que pode falar sentado na Loja. Os demais, falam de pé e à ordem e com o passo. As batidas são t., em todos os Graus, a diferença é no ritmo. Não há maçonaria Filosófica no Rito. Haverá, sempre, uma cadeira vaga à esquerda do M.L., (para quem olha para o Pd.) destinada ao Grão-Mestre ou seu Adjunto. Nenhum Oficial tem direito de reclamar promoção quando entra na linha de sucessão. A linha de sucessão: (1) Guarda Interno; (2) Segundo Diácono; (3) Primeiro Diácono; (4) Segundo Vigilante; (5) Primeiro Vigilante; (6) Mestre da Loja. Em nenhuma procissão é permitido que algum Irm. ficar entre o M.L. e seus VVig..

Se houver uma ODE de abertura ou música apropriada, deve ser cantada ou executada antes de abrir a Loja - Se houver uma de encerramento, depois da Loja fechada. (não usar música durante os trabalhos em Loja Aberta).

No primeiro ou segundo levantamento, se houver alguma mensagem oficial ou Decreto do Grão-Mestre para ser lido, o D.C. pede aos IIrm. que fiquem de p. e à ordem. O M.L. não se levanta para apresentar os instrumentos de trabalho em qualquer grau - nem na preleção após à iniciação. Numa visita o M.L. só deve oferecer o malhete ao Grão-Mestre, ou Adjunto - a nenhum outro. Na explanação da T.D., no Segundo Grau, todos os Oficiais permanecem em seus lugares. Quando o M.L. está ausente, deve ser substituído pelo P.M.I., se presente. Se o M.L. tiver que se ausentar por uns tempos, deve escolher entre os P.Ms. quem deve substituí-lo. (isso significa que o P.V. só substitui o M.L. em caso de impedimento definitivo e somente nestes casos).

Na Procissão de saída, o P.M.I. não deve ir atrás, ou ao lado do M.L.. Não há lugar certo para ele, que é um dos P.Ms., simplesmente. O P.M.I. não é um Oficial da Loja. As comissões que constam dos Estatutos, têm a finalidade de atender aos regulamentos do Grande Oriente do Brasil (são estranhas para o Rito de York). Na verdade, o Rito tem duas comissões - a de Inventário, composta por dois membros escolhidos pelo M.L. para verificação e controle dos bens da Loja - a de Auditagem, com dois membros, para darem parecer ao Relatório apresentado pelo Tes., para ser votado no dia da instalação do novo M.L.. (O Tes. deve distribuir aos membros da Loja, cópia do Relatório, antes da reunião, a fim de que todos possam tomar conhecimento do mesmo, antes da votação. Deve ser aprovado por unanimidade. - O Tes. deve merecer o máximo de confiança, como todos os outros membros da Loja).

Não há ordem para levantar-se ou sentar-se, nas reuniões. Salvo as exceções que constam do Ritual. Toda vez que o M.L. se levanta, todos se levantam e sentam-se depois que ele se sentar, sem necessidade de ordem. O único que pode falar sentado na Loja é o M.L. - Todos os demais falam de pé, com Pas. e Sn. Para falar não é necessário pedir ao M.L., basta levantar-se com Pas. e Sn. e aguardar a ordem para falar - Não há uma ordem estabelecida para concessão da palavra. Pode falar um Irm. do Or. depois outro de qualquer lugar da Loja, isto é, não há precedência - A palavra pode ser concedida a um Aprendiz ou Companheiro, depois que um Mestre ou P.M.I., ou qualquer autoridade tenha feito uso da palavra, salvo do Grão-Mestre Geral, Estadual ou Adjunto que falam por último. A MARCHA A marcha é sempre iniciada com o pé esquerdo. Nas Cerimônias (Iniciação, Passagem e Elevação) é obrigatório o esquadramento da Loja. Fora das Cerimônias não há um sentido obrigatório de caminhar na Loja.

O Maçom não pode caminhar sozinho na Loja, terá que ser, sempre, conduzido pelo D.C., nas sessões regulares e pelos Diáconos, nas Cerimônias. SAUDAÇÕES ÀS AUTORIDADES As saudações às autoridades são feitas, logo após a Loja aberta, pelo D.C.. No caso ele vai ao centro da Loja e diz: "Irmãos, acha-se presente em nossa reunião o (cita o cargo do Irm. - Soberano, Eminente) Irmão F. ... Peço-vos que fiqueis de pé (inclusive o M.L.) e o saudemos com "n" Sns., guiando-vos por mim - À Ordem IIrm." Os IIrm. ficam à Ordem com o Pas. e o D.C. começa a fazer os Sns. (aquele em que a Loja esta aberta - geralmente no Primeiro Grau). O D.C. dá o Pas., coloca o bastão encostado no ombro direito, ele e todos juntos fazem o sinal e cortam batendo com ruído a mão direita na coxa direita, tantas vezes quantas o rank ao homenageado exigir, de acordo com o regulamento.

Autoridade Nº de Vezes

Grão-Mestre Geral 11

Grão-Mestre Geral Adjunto; - Presidente AFL, STJ e Medalha D. Pedro II 9

Grão-Mestre Estadual; - Gr. Sec. Geral; - Garante de Amizade; - Pres. Assembléia Legislativa 7

Deputado Federal, Grão-Mestre Adjunto Estadual; - Gr. Sec. Estadual 5

Membros do Conselho Estadual, Deputado Estadual; Past Master e Mestre de Loja 3

A LOJA A Loja por ter uma personalidade jurídica, passa a ter, virtualmente, dois Estatutos: Um, como Sociedade Civil para fins administrativos; Outro, da sociedade fraternal, para fins maçônicos baseados nos velhos preceitos. As leis maçônicas são de ordem moral e estão restritas à Instituição. Assim sendo, devem cingir-se, estritamente, à ritualística e à liturgia, sem gerar conflitos - vale dizer - sem colidir com a boa hermenêutica das leis civis. É tradição do Rito de York que os assuntos administrativos não sejam discutidos em Loja Aberta, porque são assuntos atinentes à Sociedade

Civil e a Loja não deve ser perturbada com discussões. Na reunião administrativa todos votam, inclusive os aprendizes e companheiros, pois é uma reunião da Sociedade Civil. Em Loja Aberta, votam, somente, os Mestres, de acordo com os regulamentos (a votação é uma exigência do GOB). No Rito de York há uma forma especial para votação nas eleições. Todos os Irmãos votam, exceto os membros honorários - vide linha de sucessão. Os envelopes utilizados para correspondência de uma Loja do Rito de York não podem conter identificação (timbre da Loja, endereço e outros). Nenhuma correspondência pode ser identificada pelos profanos, como Maçônica. ADMINISTRAÇÃO DA LOJA A administração de uma Loja Regular do Rito de York, consiste: Oficiais compulsórios (*) Mestre da Loja ** Primeiro Vigilante Segundo Vigilante Secretário Tesoureiro ** Primeiro Diácono Segundo Diácono Guarda Interno Guarda Externo ** (*) Estes oficiais são indispensáveis para composição e funcionamento de uma loja do Rito de York (Emulation Rite). Destes, apenas 3 (**) são eletivos. Os demais são de livre escolha do M.L. e por ele nomeados. Oficiais auxiliares (**) Capelão Diretor de Cerimônias Organista Esmoler Ass. do Diretor de Cerimônias Assistente do Secretário Mordomo Administrador da Caridade Administradores (**) Estes oficiais são facultativos e complementam a administração de uma loja do Rito de York. Todos eles são de livre escolha do M.L. e por ele nomeados. Obs.: Os cargos de Capelão, Diretor de Cerimônias, Secretário e Tesoureiro, devem ser exercidos, preferencialmente, por Past Masters. O Guarda Externo, obrigatoriamente por um Past Master. Cargos Eletivos: - Mestre da Loja; - Tesoureiro e - Guarda Externo. Todos os demais cargos, sem exceção, são de livre escolha do Mestre da Loja e por ele nomeados. REUNIÕES DA LOJA A Loja deve ter, no mínimo, três reuniões mensais: 1 (uma) de Loja Aberta - ritualística; 1 (uma) de Administração - para assuntos da Sociedade Civil; 1 (uma) de Instrução*. ( * ) As reuniões de Instrução são reuniões de ensaio dos rituais da Loja (Primeiro Grau, Segundo Grau, Terceiro Grau, Iniciação, Passagem, Elevação, Instalação de Mestre da Loja e Dedicação do Templo). Portanto, não são semelhantes as instruções realizadas pelo R.E.A.A. Estas, no Rito de York, são denominadas: Palestras ou Conferências e só podem ser realizadas no Descanso da Loja. Ordem dos Trabalhos: Abertura e apresentação da Carta-Patente (O M.L. mostra-a ao Tes. sem falar); Leitura e confirmação da ATA da sessão anterior; Recebimento de Cartas e Comunicações. Agenda (assuntos do dia); Levantamentos 1º) Para assuntos do GOB; 2º) Para assuntos do G.O. Estadual e da Loja; 3º) Para assuntos pessoais. 7. Encerramento. Obs.: A Ordem dos Trabalhos, por não fazer parte do ritual, não exige rigor na sua estruturação. Pode apresentar pequenas variações tais como: a Agenda pode ser distribuída nos três levantamentos. Por exemplo: 1º Período: para assuntos da ordem maçônica universal e do Grande Oriente do Brasil; 2º Período: para assuntos do Grande Oriente Estadual e da Loja, além do expediente da secretaria; 3º Período: para assuntos pessoais e da bem-querença entre os irmãos. A REUNIÃO A critério da Loja, o início da reunião pode ser precedido de uma procissão, para a entrada do M.L. e seus Vigilantes. Se houver autoridade, G.M.G. ou G.M.E., haverá uma procissão especial e será obrigatória. A entrada de autoridades se dará depois da Loja aberta e após a leitura e confirmação da ATA e a saída, antes do encerramento. Nessa procissão, pode ser cantada uma ODE de abertura ou executada uma peça musical apropriada (gênero clássico). Antes da procissão todos os IIrm. já estão em Loja, em seus respectivos lugares, inclusive os visitantes não graduados. O D.C. pede a Loja que se levante para a entrada do M.L. (não precisa usar o Sn.). Após o encerramento há uma procissão para a saída do M.L. e seus Vigilantes, os P. Ms., no Or. podem ser convidados pelo D.C. para acompanharem - Pode, também, ser cantada uma ODE de encerramento ou executada peça musical apropriada. COMITÊ DE ASSUNTOS GERAIS Ninguém pode lançar-se candidato. No caso do P.V. não poder assumir, o Comitê de Assuntos Gerais composto de todos os P. Ms. da Loja e mais dois Ms. Ms. sob a direção do M.L., indicará o próximo Mestre a ser eleito e os demais Oficiais a serem eleitos ou nomeados pelo próximo Mestre da Loja. O COMPORTAMENTO EM LOJA Depende dos IIrm., da devoção que demonstrem em seus trabalhos, fazer de sua Loja um exemplo, onde transpire um envolvente magnetismo e se pratique um dos mais sublimes ideais maçônicos: A FRATERNIDADE. Os IIrm. devem assistir assídua e pontualmente as reuniões e se considerarem muito honrados por pertencerem ao quadro da Loja. devem manifestar profunda reverência para com a Ordem; devem ter alta consideração para com a Loja; devem saber que depende da sua ajuda, a plena magnetização do templo e a conservação desse magnetismo; devem estar conscientes de que são a própria alma da Maçonaria; E mais, que com o seu trabalho e comportamento, façam com que a loja se torne uma loja modelo, totalmente eficiente em seus trabalhos, de sorte que alguém que a visite possa impressionar-se pelo bom trabalho feito e pela força de sua atmosfera magnética.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SÃO JUDAS TADEU

História de São Judas Tadeu, nosso Padroeiro
São Judas Tadeu, primo-irmão de Jesus, era filho de Alfeu, também chamado Cléofas, irmão de São José, e de Maria. Seu pai foi um dos discípulos a quem Jesus apareceu, no entardecer do dia da ressurreição, quando iam para a aldeia de Emaús e sua mãe era uma das mulheres que estavam juntamente com Maria Santíssima, aos pés da cruz de Jesus.
Seu irmão também foi chamado por Jesus para ser apóstolo: Tiago Menor.
Dois de seus sobrinhos igualmente faziam parte do grupo apostólico: TiagoMaior e João Evangelista, ambos filhos de sua única irmã, Maria Salomé.
Há um episódio do Evangelho de São João (14,22) em que Jesus estava confidenciando aos apóstolos as maravilhas do amor do Pai e lhes garantia uma especial manifestação de si próprio, quando Judas Tadeu não se conteve e perguntou: "Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo"? Jesus lhe respondeu, afirmando que teriam a manifestação dele todos os que guardassem sua palavra e permanecessem fiéis em seu amor.
Sem dúvida nenhuma, São Judas Tadeu demontra nesse fato, sua generosa compaixão por toda a humanidade, querendo que todos se salvem.
É desse amor demonstrado por todos que provém o fato de ele ser tão querido pelo povo. Há notícias de que por muitos lugares ele passou, pregando o Evangelho.
No ano 50 participou do primeiro concílio em Jerusalém. Sua pregaçào tinha muita força, pois era sempre acompanhada do testemunho de sua vida. Ele acreditava e vivia o que pregava. Sua coerência de fé e de vida impressionaram vividamente os pagãos que se convertiam em massa ao Evangelho, por meio dele.
Isso provocou a fúria invejosa de falsos pregadores, de feiticeiros e de ministros pagãos. De tal modo que eles conseguiram incitar parte da população contra São Judas Tadeu que foi trucidado a golpes de machado, no dia 28 de outubro do ano 70.
Assim, São Judas Tadeu se tornou mártir. Quer dizer: mostrou sua adesão total a Jesus, testemunhando sua fé com a doação da própria vida, derramando seu sangue pelo Cristo.
São Judas Tadeu escreveu uma carta colocada no catálogo dos livros inspirados. Ao que parece, essa carta foi dirigida aos judeus cristãos da Palestina, pouco depois da destruição da cidade de Jerusalém, quando a maioria dos apóstolos já havia falecido.
Aconselhamos que todos os devotos de São Judas Tadeu procurem ler, na Bíblia, no Novo Testamento, a Epístola (carta) desse tão querido Santo.
Nela poderão encontrar muitas palavras de conforto escritas sob a inspiração do espírito Santo, muito úteis para a vida dos Cristãos.

A Devoção a São Judas Tadeu
A devoção a São JUDAS TADEU é hoje verdadeiramente impressionante em toda parte. Há um grande fervor e um entusiasmo sempre crescente pelo Santo Apóstolo de CRISTO. O povo o invoca, sente a proteção valiosa do Grande Taumaturgo. São JUDAS, cujo nome lembrava sempre o do traidor Judas Iscariotes, foi bem esquecido em alguns séculos. Hoje se revigora admiravelmente a devoção ao Grande Apóstolo de CRISTO. Há uma grande ânsia de conhecimento dos fiéis em torno a vida e prodígios do Santo.
Os Santos Apóstolos que viveram na intimidade com Nosso Senhor JESUS CRISTO merecem nossa devoção especial, pois pregaram por toda a parte o Santo Evangelho (Mc 16, 20), congregaram a Igreja Universal, que o SENHOR fundou sobre eles e edificou sobre o bem-aventurado Pedro, seu príncipe, sendo a Pedra Angular o próprio CRISTO JESUS.
A Santa Igreja os celebra em sua liturgia com toda a solenidade do seu Rito. São JUDAS TADEU, além de Apóstolo de CRISTO, pertenceu à Família Santa e privilegiada que deu ao mundo o Salvador. Mais um motivo para nossa devoção, de que deve ter ele grande poder junto de DEUS no Céu, para nos socorrer.
Hoje, como que desejando mesmo dar ao Nosso Senhor JESUS CRISTO uma REPARAÇAO da traição de JUDAS Iscariotes, a Cristandade lembra o nome de São JUDAS, discípulo querido e fiel de JESUS, parente consangüíneo do Redentor, e o fidelíssimo Apóstolo que tanto fez e padeceu por JESUS CRISTO e amou tanto neste mundo.
São JUDAS é o nome com que invocamos o Apóstolo que se chama também TADEU ou LEBEU. Na verdade, a etimologia do nome segundo os intérpretes significa o que realmente é o grande Santo: MISERICORDIOSO, BENIGNO, BONDOSO e DESTEMIDO em confessar e morrer pelo nome de Nosso Senhor JESUS CRISTO.
O Evangelho segundo São Mateus o chama simplesmente TADEU e o coloca no décimo lugar entre os doze Apóstolos: "Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu írmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e TADEU ; Simão, o zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu" (Mt 10, 2-3).
O Evangelho segundo São Marcos também o chama com o nome de TADEU e o coloca no décimo lugar: "Ele constituiu, país, as Doze, e impôs a Simão a nome de Pedra; a Tiago, o filho de Zebedeu, e a João, o irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão, depois André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, o filho de Alfeu, TADEU, Simão o zelota, e Judas Iscaríotes, aquele que o traiu" (Mc 3, 16-18).
O Evangelho segunda São Lucas o chama JUDAS e o coloca no DÉCIMO PRIMEIRO LUGAR: "Depois que amanheceu, chamou os discípulos e dentre e escolheu DOZE, aos quais deu a nome de APÓSTOLOS: Simão, a quem impôs a nome de Pedro, seu irmão André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamada Zelota, JUDAS, FILHO DE TIAGO, e Judas Iscaríotes, que se tornou um traidor" (Lc 6, 13-16).
Onde a expressão: "JUDAS, FILHO DE TIAGO", poderia significar também "irmão de Tiago".
Os Atos dos Apóstolos o chama também com o nome, de JUDAS e o coloca em último lugar, no DECIMO PRIMEIRO porque não nomeiam Judas Iscariotes, o traidor: "Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, a zelota; e JUDAS FILHO DE TIAGO"(At 1, 13).
A lista dos DOZE APÓSTOLOS chegou até nós sob estas quatro formas diferentes que acabamos de ver. Notemos que divide-se sempre em três grupos de quatro nomes, sendo o primeiro de cada lista sempre o mesmo em todas elas: PEDRO, FILIPE e TIAGO, filho de Alfeu. A ordem pode variar no interior de cada grupo. Assim, o primeiro grupo, o dos discípulos mais ligados a JESUS, os Evangelistas Mateus e Lucas colocam juntos os irmãos Pedro e André e os irmãos Tiago e João, enquanto os evangelistas Marcos e Lucas (nos Atos dos Apóstolos) colocam André no quarto lugar, para dar lugar aos dois filhos de Zebedeu que, juntamente com Pedro, se tornaram os três íntimos do SENHOR (cf. Mc 5, 37).
Ainda mais tarde, já nos Atos dos Apóstolos, Tiago, filho de Zebedeu, cedera o seu lugar ao seu irmão mais moço, João, que se tornou mais importante. No segundo grupo, que parece ter sido o dos que tinham afinidade especial com os não-judeus, Mateus ocupa o último lugar nas listas de Mateus e dos Atos dos Apóstolos; e só em Mateus é chamado "o publicano". Quanto ao terceiro grupo, o mais judaizante, TADEU (variante LEBEU), de Mateus e de Marcos - se é que é o mesmo que JUDAS (FILHO) DE TIAGO, de Lucas em seu Evangelho e nos Atos dos Apóstolos - passa, nesses últimos, do segundo para o terceiro lugar. Simão, o Zelota, de Lc e At, não é senão a tradução grega do aramaico, Simão "QAN'ANA" de Mt e Mc. Judas Iscariotes, o traidor, figura sempre em último lugar. O seu nome é interpretado freqüentemente como "homem de Cariot" (cf. Js 15, 25), mas poderia também ser um derivado do aramaico "SHEQARYA": "o mentiroso, o hipócrita".
No texto grego São JUDAS é chamado LEBEU que segundo Cornélio A. Lapide significa: "LEB" - CORDATO, BONDOSO, OU CORAJOSO. TADEU porém, vem da palavra siríaca "THAD" que significa "MAMMAN" (latim = mamma, ae = mama, teta), que quer dizer: MISERICORDIOSO, BENIGNO.
O nome de São JUDAS, como vimos, foi muitas vezes substituído pelo de TADEU, por causa do nome de Judas Iscariotes, o traidor. Os próprios Evangelistas como São João, ao se referirem a São JUDAS TADEU, Apóstolo, diziam: JUDAS, não o Iscariotes ou o traidor. Ora, o nome de Iscariotes ficou para sempre odiado.

Dia de São Judas Tadeu
São Judas Tadeu era natural de Caná da Galiléia, na Palestina. Sua família era constituída do pai, Alfeu (ou Cléofas) e a mãe, Maria Cléofas. Eram parentes de Jesus. O pai, Alfeu, era irmão de São José; a mãe, Maria Cléofas, prima irmã de Maria Santíssima. Portanto, Judas Tadeu era primo irmão de Jesus. O irmão de Judas Tadeu, Tiago, chamado o Menor, também foi discípulo de Jesus.
A Bíblia trata pouco de Judas Tadeu. Mas aponta o importante: Judas Tadeu foi escolhido por Jesus, para apóstolo (Mt 10,4). É citado explicitamente nas Escrituras pelo evangelista João (Jo 14,22). Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo?" Jesus lhe respondeu afirmando que teriam manifestação dele todos os que guardassem sua palavra e permanecessem fiéis a seu amor.Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galiléia. Passou para a Samaria e Iduméria e outras populações judaicas. Pelo ano 50, tomou parte no primeiro Concílio, o de Jerusalém. Em seguida, foi evangelizar a Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia. Neste país recebeu a companhia de outro apóstolo, Simão. A pregação e o testemunho de Judas Tadeu impressionaram os pagãos que se convertiam. Isto provocou a inveja e fúria contra o apóstolo, que foi trucidado, a golpes de cacetes, lanças e machados. Isso, pelo ano 70. São Judas Tadeu foi mártir, quer dizer: mostrou que sua adesão a Jesus era tal, que testemunhou a fé com a doação da própria vida.
A brevíssima Carta de São Judas, que está na Bíblia, é uma severa advertência contra os falsos mestres e um convite a manter a pureza da fé. Nos versículos 22-23 propõe pontos fundamentais de um programa de vida cristã: fé, oração, auxílio mútuo, confiança na misericórdia de Jesus Cristo.
A imagem de São Judas tem o livro, que é a Palavra que ele pregou e a machadinha, com a qual foi morto. Os restos mortais, após terem sido guardados no Oriente Médio e na França, foram definitivamente transferidos para Roma, na Basílica de São Pedro.
A relíquia de São Judas: A relíquia que temos é um pedaço de osso dele. O relicário é usado para dar a bênção nos dias 28 de cada mês. A relíquia chegou até nós em 1945 ou 1946 por meio de um padre capelão militar. Este, durante a guerra, serviu a um convento de religiosas, na Itália. Finda a guerra, o padre recebeu de presente, das Irmãs, a relíquia de São Judas, que foi posteriormente doada ao Santuário São Judas Tadeu. Junto, um documento garantindo a autenticidade da relíquia.

Fonte: www.saojudas.org.br


Oração a São Judas Tadeu

São Judas Tadeu, apóstolo escolhido por Cristo,
eu vos saúdo e louvo pela fidelidade e amor
com que cumpristes vossa missão.

Chamado e enviado por Jesus,
sois uma das doze colunas que sustentam
a verdadeira Igreja, fundada por Cristo.

Inúmeras pessoas, imitando vosso exemplo
e auxiliadas por vossa oração,
encontram o caminho para o Pai,
abrem o coração aos irmãos
e descobrem forças para vencer o pecado
e superar todo o mal.

Quero imitar-vos, comprometendo- me
com Cristo e com sua Igreja,
por uma decidida conversão a Deus e ao próximo,
especialmente o mais pobre.

E, assim convertido, assumirei a missão de viver
e anunciar o Evangelho,
como membro ativo de minha comunidade.
Espero, então, alcançar de Deus a graça que imploro
confiando na vossa poderosa intercessão.

(Faça o pedido da graça a ser alcançada…)

São Judas Tadeu, rogai por nós!

Amém!

domingo, 16 de outubro de 2011

ROSACRUCIANISMO



Todo estudante sério de misticismo desde o principio da sua caminhada na senda, sabe que existe coisas que ele nunca irá encontrar, uma delas é a certeza. Pensando bem, a dúvida é uma benção porque as certezas paralisam e impedem o nosso crescimento. Isso se aplica a história das Ordens Iniciáticas e nas constantes divergências entre historiadores no que tange as explicações sobre a origem, fundação e cronologia de diversas Organizações Místicas. Assim como a AMORC e a Maçonaria, existem várias outras rosacruzes e maçonarias além de umas trinta Ordens Martinistas, todas com sua metodologia e ensinamentos próprios para que o buscador sincero possa ali encontrar elementos que o ajude a alcançar a Consciência Cósmica e a união com o Deus de seu coração e da sua compreensão. Nenhuma é detentora da verdade absoluta mas com particularidades que atrai buscadores para essa ou aquela organização de acordo com a lei da afinidade.
O Frater José Maurício Guimarães, Frater esse que em pouco tempo passou a ser uma referência na minha caminhada como estudante Rosacruz e mais recentemente Maçônica, comentou sobre o post intitulado “A ORDEM ROSACRUZ E A MAÇONARIA”, informando com base em estudos e meditações (não em “achismos”, muito comum nos dias de hoje), que não há nenhuma relação entre a Maçonaria e a Rosacruz. Inclusive enviando uma mensagem escrita por ele dando informações sobre o assunto com o intuito de desfazer esse equívoco. Passo a todos os seguidores e leitores deste blog a referida mensagem, que ela sirva de inspiração a todos os verdadeiros buscadores da verdade, daquela verdade que liberta nossa visão ainda obstruída pelo véu da ignorância.

ROSACRUCIANISMO
José Maurício Guimarães FRC, 33º MI MAR
Confundir o Rosacrucianismo Maçônico com outras Ordens Iniciáticas que ostentam o mesmo nome e venerando símbolo, é um equívoco bastante comum. Conhecedor de ambos – pois pertenço ao REAA da Maçonaria e à AMORC – sou levado a pensar que os que insistem nessa identificação não conhecem ou não entenderam nenhuma das duas escolas por onde passaram. O Grau de “Cavaleiro Rosacruz”, correspondente ao Grau XVIII do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria, se bem que incorpore um ativo, elevado e enérgico simbolismo, não inclui, ao contrário do que alguns cogitam, a filosofia e princípios privativos da Ordem Rosacruz AMORC ou de qualquer outra organização com nome semelhante.
O Grau Maçônico Rosa Cruz, concedido nas Iniciações e preleções superiores da Ordem Maçônica, não trata das expressões ou interpretações da Rosa Cruz conforme a Tradição de outras Ordens.
Fez bem a Ordem Rosacruz AMORC quando publicou em seu periódico trimestral interno (AMORC GLP nº87 deste ano, página 16) aquela nota explicativa sobre o assunto: são movimentos distintos e independentes.
Na Maçonaria, as representações rosacrucianas, fortemente marcadas pela tradição  cristã e suas conotações históricas (fatos ocorridos entre 539 a.C. e 515 a.C., estendendo-se para o cristianismo primitivo), tomam por base a filosofia cavalheiresca e o pensamento hebraico. As demais organizações Rosacruzes – especialmente a AMORC – seguem a tradição ritualística dos antigos egípcios, alguns elementos da Gnose de Alexandria, o misticismo, o simbolismo alquímico e a tradição do cristianismo do Languedoc (cerca de 1225 da Era Cristã) interpretados à luz da transmutação mental do homem.
Todavia, é oportuno ressaltar que a Ordem Rosacruz, AMORC e a Maçonaria são instituições de cunho INICIÁTICO e, sendo assim, muitos de seus paradigmas são  análogos. O movimento Rosacruz e a Maçonaria almejam a transformação da humanidade para melhor, um novo mundo onde homens e mulheres sejam mais felizes, saudáveis, conscientes de seus poderes, deveres e obrigações. Contudo – repito - o Grau Maçônico de “Cavaleiro Rosacruz” e a Ordem Rosacruz AMORC são distintos e independentes, com filosofias próprias, guardando entre si um relacionamento de mútuo e fraternal respeito.
Para maior elucidação sobre o assunto, recomendo a leitura dos seguintes
livros:
Jean-Pierre Bayard - A Espiritualidade a Maçonaria (Madras);
Serge Hutin - O Esoterismo da História (Biblioteca da AMORC);
G.R.S.Mead - Algumas Refexões Místicas (Biblioteca da AMORC);
Jean Palou - A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática (Pensamento);
Christian Rebisse - Rosacruz Histórias e Mistérios(Biblioteca da AMORC);
Arthur Edward Waite - A New Encyclopaedia of Freemasonry (Wing Books);
Frances A. Yates - O Iluminismo Rosa-cruz (Cultrix Pensamento).

sábado, 15 de outubro de 2011

HARVEY SPENCER LEWIS (2ª PARTE)



A Iniciação
Algumas horas após ser julgado digno de se encontrar com o Grande Mestre da Ordem Rosacruz, Spencer Lewis tomou um táxi par ir ao endereço indicado pelo arquivista. Afastando-se de Toulouse, o motorista seguiu uma rota que margeava um rio, passando pela velha cidade de Tolos para chegar ao final da viagem chegando diante de um edifício de pedra cercado de muros altos situado numa colina. Foi nesse castelo que ele foi iniciado na Ordem Rosacruz. Em sua autobiografia Lewis informa que foi recebido pelo conde Raynaud E. de Bellcastle-Ligne, um homem de setenta e oito anos que lá vivia com a filha viúva. Falando em inglês perfeito conduziu o futuro iniciado para um salão afmi de interrogá-lo sobre as pesquisas psíquicas que ele havia dirigido na América e se mostrou interessado nas experiências místicas vivenciadas pelo visitante.
Após a entrevista Spence Lewis foi informado que naquele dia seria iniciado, ma antes teria que passar pelo “Terror do Umbral”. Seguindo o conde até o primeiro andar do castelo, foi lhe mostrado as ruínas de uma antiga Loja Rosacruz. Aquele Templo estava sem uso a mais de sessenta anos, aina que até 1890 ele tivesse sido visitado pó alguns franco-maçons.
A visita prosseguiu até o momento em que o conde parou diante de uma porta de ferro e anunciou ao visitante que ele deveria cruzar sucessivamente três câmaras, “somente com Deus e o seu Mestre”. Obedecndo a orientaçaõ Harvey Spencer Lewis entrou na primeira das três câmaras, mais precisamente a anticâmara. Na seguinte, um local escuro onde ele sentiu a “a prova do Umbral”. Tendo nessa câmara uma experiência mística durante a qual sentiu novamente a presença do Ser invisível que já se manifestara a ele no ano anterior. Finalmente, chegou a terceira câmara, onde o conde o esperava, explicando que aquela peça não tinha mais todos os ornamentos e acessórios de que em outros tempos dispunha e, por isso, ele tinha de adaptar a cerimônia de sua iniciação. Ele o concluiu a diferentes pontos da câmara e lhe transmitiu o sentido secreto daquele ritual. A partir daquele momento o velho mestre, o levou a um pequeno salão. Após ter ouvido a orientação para que descansasse, pois deveria ficar naquele lugar durante algumas horas antes de encontrar outras pessoas.  Harvey Spencer Lewis deitou em um sofá a fim de tirar um cochilo. Ao acordar percebeu que dormiu por três horas. Nesse tempo viveu em sonho a mesma cerimônia que acabara de vivenciar. Porém que o conduzia não era o conde e sim o mestre cuja presença ele percebera na segunda câmara. Um pouco mais tarde o conde, o apresentou a três homens de idade avançada cujo os pais e eles próprios haviam sido membros da Rosa-Cruz. Após uma entrevista com eles, Spencer Lewis foi novamente conduzido a antiga Loja, onde o conde lhe passou uma cruz ornada com uma rosa, que pendurou em seu pescoço. Comunicou-lhe então que ele estava agora incumbindo de instaurar a Ordem na América.
Após essa comunicação um dos membros presente autorizou Harvey Spencer Lewis a consultar um registro em que constavam os princípios e as principais Leis da Ordem. Permitiu também copiar os símbolos e os diagramas das diversas cerimônias rosacruzes. De uma mala colocada no centro da sala o conde retirou tábuas simbólicas, uma toalha de altar e vários documentos de arquivos, para que o novo iniciado pudesse anotar os símbolos próprios dos diferentes graus da Ordem. Foram-lhe em seguida comunicadas as informações necessárias para se implantar o rosacrucianismo na América.
Quem dirigia então a reunião não era o conde e sim um personagem chamado Lasalle, que atuou como mestre de cerimônia. Embora a ortografia do seu nome seja ligeiramente diferente, será que se trata de Clovis Lassalle, o fotógrafo que o co-fundador da AMORC encontrou naquela manha mesmo, na sala do Ilustres? Fica-se tentado a crer que não, visto que Harvey Spencer Lewis apresenta o mestre de cerimônia como o autor de numerosos documentos históricos, ao passo que não se conhece nenhum texto escrito pelo fotógrafo de Toulouse.  É, entretanto possível que essa indicação faça alusão aos inúmeros trabalhos fotográficos realizados pó Clovis Lassalle relativos a arqueologia e pré-história. Seja com for, o mestre de cerimônia informou Harvey Spencer Lewis de que ele estava então de posse e todas as instruções necessárias, mas que teria de vivenciar outras experiências interiores. Pediu-lhe a final que não abrisse a Loja na América antes de 1915.
No dia seguinte ao da sua recepção na Ordem da Rosa-Cruz, 13 de agosto de 1909, Harvey Spencer Lewis escreveu à sua esposa Mollie informando sobre o acontecido.
Alguns dias mais tarde, em 26 de agosto, quando ele estava de volta em Paris, Harvey Spencer Lewis recebeu um carta de Clovis Lassalle. Na segunda-feira seguinte, Aaron Lewis e seu filho seguiram a caminho de volta. Após um para da em Londres, onde visitaram o Museu Britânico, embarcaram na quarta-feira, 1º de setembro, a bordo do White Star, rumo à Nova York.

Fonte: Livro -  Harvey Spencer Lewis - Um mestre da Rosacruz 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A ORDEM ROSACRUZ E A MAÇONARIA

Ordem Rosacruz é a denominação da fraternidade filosófica que, de acordo com a tradição, teria sido fundada por Christian Rosenkreutz e representa uma síntese do ocultismo imperante na Idade Média. Mas para Harvey Spencer Lewis, organizador da Ordem Rosacruz na América a partir do início do século XX, a filosofia remontaria ao antigo Egito, à época do faraó Akenaton. Estudiosos do mundo todo tem aceitado essa hipótese com algumas reservas, pois os mais antigos documentos conhecidos sobre a existência dessa fraternidade remontam ao período medieval, embora a mesma apresente, em sua ritualística, muito do misticismo das antigas civilizações, como acontece com a maçonaria. Muitos maçons também querem fazer crer que a ordem maçônica já atuava no antigo Egito e na Pérsia, o que também carece de comprovação histórica. O fato é que o rosacrucianismo, assim como a maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosófico-religiosas, como hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia medieval, doutrinas orientais, entre outras. A primeira menção histórica da fraternidade dos rosacruzes data de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado “Fama Fraternitatis”, onde são contadas as viagens de Rosenkreutz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados. Uma outra corrente de estudiosos afirma que o nome Christian Rosenkreutz (cristão rosacruz) e sua saga são, na verdade, representações simbólicas com significado iniciático, e não uma história real de um personagem de carne e osso.

Rosacruzes na América
Harvey Spencer Lewis foi quem reativou e organizou o rosacrucianismo na América do Norte no início do século XX, já que ela havia existido anteriormente, sob outras organizações. Personalidades famosas como Benjamim Franklin teriam pertencido à ordens mais antigas. Na ocasião, a Ordem Rosacruz era ativa em alguns países da Europa, como França e Alemanha, mas com rituais diferenciados. Spencer Lewis, ao fundar a Antiga e Mística Ordem Rosacruz (AMORC) na América, não o fez sem antes estudar por mais de 10 anos suas raízes, o que permitiu mais tarde unificar todas as outras ordens, cuja essência era a mesma. Em 1915 ele tornou-se o primeiro Imperator (dirigente supremo da organização), e inovações como a possibilidade de membros estudarem por correspondência permitiram a rápida expansão da AMORC em inúmeros países. A unificação com a as demais ordens ocorreu no início dos anos 30, tornando-se Lewis o primeiro Imperator mundial. No Brasil, os estudos foram introduzidos na década de 50, e o cargo hierárquico mais alto é o de Grande Mestre, que representa o Imperator junto ao resto da organização no país.

O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz
O teólogo Johann Valentin Andréa, neto do também teólogo luterano Jacob Andréa, foi um dos homens que mais divulgou o rosacurcianismo. Andréa, que nasceu em Herremberg, no Werttemberg, em 1581, depois de viajar pelo mundo, retornou à Alemanha, onde se tornou pregador da corte e, posteriormente, abade. A sua principal importância, todavia, originou-se do papel que ele teve naquela sociedade alemã, que no princípio do século XVII, lutava por uma renovação da vida, com uma nova insuflação espiritual.

A popularidade alcançada por Andréa foi imensa ao publicar o seu romance satírico “O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz”, que criticava jocosamente os alquimistas, numa época onde reinava a desinformação e a velha ordem religiosa desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de uma liga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra “rosacruz” adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado “Transfiguração Geral do Mundo”, ser incluído o conceito de “Fama Fraternitatis R.C.” sem a necessidade de se explicar a sigla usada. Uma outra pequena obra, surgida um ano depois e intitulada “Confessio”, publicava a constituição e a exposição dos fins a que a Ordem era destinada.

O herói viveu 150 anos, extinguindo-se voluntariamente
De acordo com o “Confessio”, a Ordem Rosacruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a pedra filosofal e transmutação de metais inferiores em ouro, era buscada uma finalidade superior, ou seja, a transmutação interna e espiritual do homem, que ficaria apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade. As correntes dos alquimistas medievais, diante da necessidade espiritual da época incrementada pela disposição de renovação e organização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa.

O herói do romance é o mesmo Christian Rosenkreutz já descoberto pelo manifesto “Fama Fraternitatis” e que já tinha viajado pelo Oriente no século XIV e aprendido a “Sublime Ciência”; teria ele, ainda segundo a lenda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado da vida, extinguiu-se voluntariamente. No romance de Andréa, Rosenkreutz era velho e impotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser alquímico.

O conceito da rosa mística provocou grande sedução
Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem que restou a impressão de que ela já existia; o encontro dos convidados no tal casamento de Rosenkreutz vindos de todas as partes do mundo e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo da rosacruz.

Esse símbolo corresponde à ansiedade da época. Alguns procuraram relacioná-lo com as armas de Lutero ou Paracelso; vale ressaltar que Andréa representou o seu Rosenkreutz com quatro rosas no chapéu, rosas essas que adornavam as armas de sua família. Robert Fludd, considerado como o primeiro rosacruz da Inglaterra, diz que o nome da ordem está ligado a uma alusão ao sangue de Cristo na cruz. A mística idéia da rosa, associada à lembrança da cor do sangue e aos espinhos que provocam o seu derramamento, contribuiu, certamente, para sua grande força de sedução. Os rosacruzes atuais tem uma interpretação mais mística a respeito da cruz e da rosa: a cruz representaria a parte material do ser humano, enquanto a rosa representaria a força espiritual aflorando em seu ser.

A junção dos sexos leva ao segredo da imortalidade
Como a preocupação máxima dos alquimistas que se ligaram à Ordem Rosacruz era o segredo da imortalidade e a regeneração universal, o símbolo rosacruciano está relacionado com essa preocupação. A rosa era uma flor iniciática para diversas ordens religiosas, sendo que, atualmente, a arte sacra continua a considerá-la como símbolo da paciência ou do martírio; Em outra análise, a rosa representaria a mulher, enquanto que a cruz simbolizaria o sexo masculino, pois para os hermetistas, a cruz é o símbolo da junção da eclíptica com o equador terrestre (eclíptica é a órbita aparente do Sol, ou a trajetória aparente que o Sol descreve, anualmente, no céu); ambos cruzam-se no equinócio da primavera e no equinócio de outono. Assim, a rosa simboliza a Terra, como ser feminino, e a cruz simboliza a virilidade do Sol, com sua força criadora que fecunda a Terra. A junção dos sexos leva à perpetuação da vida e ao segredo da imortalidade, resultando a regeneração universal, que é o ponto mais alto da filosofia rosacruz.

A alquimia evidencia a ligação entre as duas ordens
Maçons e rosacruzes estreitaram seus laços na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações de construtores (englobadas sob rótulo de maçonaria de ofício ou operativa), estas começaram paulatinamente a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo inicialmente filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à dos franco-maçons. Como a Ordem Rosacruz estava impregnada pelos alquimistas, a ligação do rosacrucianismo com a maçonaria ocorreu naturalmente. Deve-se levar em consideração também que, durante o governo de José II, imperador da Alemanha entre 1765 e 1790 e co-regente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande incremento da popularidade da Ordem Rosacruz e sua comunidade, atingindo até a Corte. Isso fez com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo exceção apenas aos maçons, o que provocou a migração de muitos rosacruzes rumo às lojas maçônicas.

Da regeneração e imortalidade à reformadora social
A partir da metade do século XVIII, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar maçonaria e roscrucianismo, tendo a instituição maçônica incorporado aos seus vários ritos a simbologia dos rosacruzes, como no 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, no 7º grau do Rito Moderno, no 12º grau do Rito Adoniramita etc. A sua origem hermetista e a sua integração na maçonaria, durante a segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma rosa sobreposta à cruz, representando o sacrifício e o segredo da imortalidade, que é também o significado oculto do esoterismo cristão, manifestado na ressurreição de Jesus Cristo.

A maçonaria, em alguns casos, modificou a simbologia rosacruz, reescrevendo-a em termos menos místicos e mais práticos. Assim, o segredo da imortalidade está, na maçonaria, associado ao aperfeiçoamento contínuo do homem, que é visto como uma pedra bruta que precisa ser lapidada. Todavia, uma parte do misticismo original dos rosacruzes foi mantida, pois embora a maçonaria não seja uma ordem mística, utiliza-se da simbologia de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas para perpetuar seus ensinamentos.

As iniciações
Uma singularidade entre a Ordem Rosacruz e a maçonaria são as iniciações nos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. As iniciações têm o mesmo objetivo: impressionar o neófito levando-o à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou não seguir adiante. Se assim o decidir, assume o compromisso de manter em segredo todos os símbolos, usos e costumes da instituição, trabalhando em busca de seu auto-aperfeiçoamento, bem como em prol da ordem.

Semelhanças e diferenças
A maçonaria é uma ordem exclusivamente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Ordem Rosacruz dá ao estudante o livre arbítrio para estudar em casa ou participar das atividades em um Templo Rosacruz. O estudo em casa é acompanhado à distância e, assim como a maçonaria, é composto de vários graus. Apesar de não obrigatória, a reunião templária rosacruz é incentivada, pois proporciona ao estudante o contato com os demais integrantes e a participação em rituais e experimentos místicos em grupo são fatores de desenvolvimento pessoal e fortalecimento da egrégora da organização.

Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos oficiais nos templos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente. Cada ponto cardeal é ocupado por um membro-oficial. A figura do Venerável na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosacruz, na figura do Mestre, que ocupa seu lugar no Leste. Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente. O altar dos juramentos maçônico encontra semelhança no shekinah da Ordem Rosacruz, sendo que neste último não se usa a Bíblia ou outro Livro de Lei, mas sim três velas dispostas de forma triangular, que conservam um simbolismo específico. Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais usam paramentos especiais, cada qual de acordo com o cargo que ocupa no ritual. Porém, o avental rosacruz não diferencia o grau dos membros, o que ocorre na maçonaria. Os iniciantes na Ordem Rosacruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto os aprendizes maçons recebem sua instruções juntamente com os demais irmãos, no mesmo espaço.

Algumas das maiores diferenças ficam mesmo por conta da condução do ritual, onde na Ordem Rosacruz há um forte caráter místico-filosófico, inclusive com a condução de experimentos místicos e meditações. Finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanas, enquanto que a Ordem Rosacruz inspira sua arquitetura nas construções do antigo Egito.

sábado, 17 de setembro de 2011

ORDENS DE APERFEIÇOAMENTO MAÇONICO

 
Meus Caros Irmãos,
Minhas Cordiais Saudações…
As Ordens de Aperfeiçoamento Maçônico, compostas das seguintes Ordens estabelecidas, REGULARES E RECONHECIDAS no MUNDO Inteiro, estão em pleno desenvolvimento no Brasil, e são elas:
Grande Loja de Mestres Maçons da Marca do Brasil;
Antiga e Honrosa Fraternidade de Nautas da Arca Real do Brasil;
Supremo Grande Capítulo de Maçons do Arco Real do Brasil;
Grande Priorado do Brasil
Ordem dos Cavaleiros Templários,
Ordem dos Cavaleiros de Malta.
O texto abaixo foi retirado das palestras realizadas por Wagner Veneziani Costa.
Primórdios da Maçonaria:
É improvável que o atual sistema da Maçonaria tenha tido qualquer relação com a construção do templo de Salomão. Aquele monumento de arquitetura foi aceito pela Maçonaria como um símbolo e as muitas referências a ele são puramente simbólicas. Lembre-se de que o objetivo da Maçonaria não é ensinar história, mas sim verdades morais. Ninguém sabe quando ou onde se originou a Maçonaria. Não existem registros para mostrar os primórdios da fraternidade. Muitos elementos contribuíram para seu crescimento e desenvolvimento. Deus plantou no coração do homem um desejo de buscar a sociedade de seus companheiros e este anseio por companheirismo foi um grande fator contribuinte nas origens da Maçonaria. Por necessidade de construir uma forma de abrigo da inclemência do tempo, veio à arte da construção ou da arquitetura, e isso formou o plano ou o material com o qual a Maçonaria foi desenvolvida. Em diversas partes do velho mundo serão encontradas ruínas de construções colossais que foram erigidas por associações de homens mostrando que foram unidos para levar a cabo seus planos. Na Idade Média, havia grupos de trabalhadores especializados trabalhando pela Europa, e envolvidos na construção de grandes catedrais. Entre esses trabalhadores especializados, a Maçonaria assumiu uma forma bruta de fraternidade e, a partir desse humilde começo, através de um longo processo de desenvolvimento temos a Maçonaria de hoje. Existem muitas provas de que o atual sistema da maçonaria especulativa teve seus inícios nas antigas guildas de trabalho dos franco-maçons viajantes. Essas diversas sociedades tiveram um forte crescimento até o início do século XVII, quando eles tiveram dificuldade de se manter por causa da falta de operações de construções. No ano 1717 eles mudaram suas regras para admitir homens de todas as profissões e isso marca o início do atual sistema da Franco-Maçonaria filosófica ou especulativa. Alguns homens muito sábios tomaram os diversos materiais e implementos da arte operativa e através de um sistema ímpar de símbolos e alegoria desenvolveram a Maçonaria da qual desfrutamos.
Nenhuma organização de tão alta importância é tão pouco compreendida como a Maçonaria. Não é uma ordem no sentido em que aquele termo é aplicado às sociedades secretas do período, mas sim uma Sociedade, Fraternidade, Irmandade ou Instituição. Não é um clube, pois ela não diverte. Não é um sistema de sinais e apertos de mãos para um uso conveniente, pois ela não oferece nada no sentido de benefícios para doenças e morte, há não ser um devido preparo mental e filosófico. Na cerimônia pela qual você passou lhe foram dadas muitas definições sobre a Maçonaria. Algumas delas, talvez, foram mais ou menos entendidas. Disseram a você que é um sistema de antiga instrução moral hieroglífica ensinada por tipos, emblemas e figuras alegóricas, a forma antiga e primitiva de ensinar aos homens. Reduzir isto a uma linguagem mais simples seria dizer que a Maçonaria é um sistema de moralidade disfarçado de alegoria. Mas definir a Maçonaria na linguagem mais simples possível seria dizer que é a ciência e a arte de viver corretamente. Como ciência, ela tem a ver com a descoberta e classificação desses princípios que visam à conduta moral correta; a arte diz respeito a viver esses princípios antes do mundo. Tudo indica que os homens que formularam a Maçonaria tinham em mente a idéia de uma fraternidade cuja moralidade satisfaria sua concepção de uma vida religiosa e que seria mais bem exemplificada em suas relações diárias com o mundo e uns com os outros. Na Maçonaria podemos encontrar uma mistura das melhores filosofias de todo o mundo. Isso não significa que aqueles velhos filósofos que vocalizaram essas verdades eram Maçons, mas significa que os homens que formularam a Maçonaria colecionaram as melhores vocalizações dos bons e sábios homens do passado e as cimentaram em um belo mosaico e o chamaram de Maçonaria.
Um Pouco dessas estruturas:
Grande Loja de Mestre Maçom da Marca do Brasil - GOB
Conhecida também como o Grau da Amizade. A Sessão é dividida em duas partes: O candidato passa pelo cerimonial onde é reconhecido como Homem da Marca e posteriormente é Avançado como Mestre Maçom da Marca.
O Grau da Marca era um complemento do grau de companheiro. Nessa ocasião era costume, um companheiro de pedreiro, escolher uma marca que fosse diferente de todas usadas por quaisquer outro naquela Loja.
A Lenda do grau é singularmente instrutiva e bem fundamentada nas declarações das Sagradas Escrituras. Seu maior ensinamento é que “a educação é o prêmio do trabalho que contém uma mensagem dramática - de que a fraude nunca poderá ser bem-sucedida.”
A sua estrutura e qualificação é assim:
Venerável Mestre;
Primeiro Vigilante;
Segundo Vigilante;
Mestre Supervisor;
Primeiro Supervisor;
Segundo Supervisor;
Capelão;
Tesoureiro;
Fiel de Registro;
Secretário; Diretor de Cerimônias;
Primeiro Diácono;
Segundo Diácono;
Guarda Interno e
Guarda Externo.
Antiga e Honrosa Fraternidade de Nautas da Arca Real do Brasil - GOB
Esse grau é um dos mais lindos e ricos em instruções, talvez por isso, estimulou a Grande Loja de Mestres Maçons da Marca a tomar a ação decisiva de colocar esse Grau/Ordem sob sua proteção.
A Elevação, nesse grau comemora a providência e misericórdia de Deus e relata a lenda do dilúvio. Referência tomada diretamente do volume das Sagradas Escrituras. Se por um lado o grau da Marca é conhecido como o Grau da Amizade, Nautas da Arca Real é sem sombra de dúvida, o Grau do Amor Fraternal.
Para você ser elevado nesse Grau é necessário ter sido Avançado no Grau da Marca.
Os principais oficiais dessa Loja representam Noé e seus dois filhos, Sem e Jafé.
A sua estrutura e qualificação é assim:
Venerável Comandante (Noé);
Primeiro Vigilante (Jafé);
Segundo Vigilante (Sem);
Capelão;
Tesoureiro;
Escriba;
Diretor de Cerimônias;
Primeiro Diácono;
Segundo Diácono;
Esmoler;
Guarda Externo e
Guarda Interno.
Supremo Grande Capítulo dos Maçons do Arco Real do Brasil - GOB
Por muitos anos o Arco Real foi praticado como suplemento do Terceiro Grau.
Era considerado pelos Antigos como um quarto grau. Mas os modernos possuíam uma postura totalmente nova para esse grau. É descrito por muitos historiadores como sendo, “a mais sagrada parte da Maçonaria, sendo sua raiz, coração e essência.”
Também é considerado como a conclusão do sistema da Maçonaria Simbólica.
Para ser Exaltado nessa Ordem, você precisa ser Mestre Maçom de uma Loja Regular e Reconhecida pelo GOB.
A cerimônia se desenvolve em uma época muito posterior ao término do glorioso reinado do Rei Salomão. O Templo de Jerusalém tinha sido destruído, o reino da Judéia fora divido e os membros de suas tribos, rendidos…
A Babilônia finalmente caiu sob o comando de Ciro, o Grande, tornando-se parte do poderoso Império Persa, e esse dirigente extraordinariamente humano liberou os judeus do cativeiro e os convidou a retornar a Jerusalém para começar a reconstrução do Templo.
O restauro dos segredos genuínos de um Mestre Maçom é fornecido pela lenda com a contribuição de uma descoberta momentosa feita por trabalhadores, e desse fato produz uma das mais interessantes e instrutivas explicações da natureza de Deus.
O reconhecimento do Arco Real era essencial para a Unificação das Duas Grandes Lojas dos Antigos e dos Modernos. Isto foi alcançado pela ambigüidade do texto da declaração preliminar do Livro das Constituições, que afirma que a pura e antiga Maçonaria consiste de três graus e não mais, ou seja, Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do Santo Arco Real.
As lições contidas no ritual nos fazem lembrar a retomar o caminho do encontro com Deus, tal qual no Livro das Sagradas Escrituras, de onde vêm as nossas palavras, lembrando-nos da misericórdia e do perdão de Deus.
Devemos sempre ter em mente que a Maçonaria é um sistema peculiar de moralidade velada em alegorias e ilustrada por símbolos. E também que os nossos rituais são baseados em lendas e não em fatos. Por isso devemos cada um de nós, interpretar que realmente foi “perdido e depois encontrado…” Devemos interpretar as palavras no sentido metafísico… Como se a palavra encontrada fosse algo como:
Descobrindo alguma coisa como se pela primeira vez…
Pensar metafisicamente é pensar, sem arbitrariedade, em dogmatismo…
A sua estrutura e qualificação é assim:
Primeiro Principal - Zorobabel;
Segundo Principal - Ageu;
Terceiro Principal - Josué;
Escriba Esdras - Secretário;
Escriba Neemias;
Tesoureiro;
Diretor de Cerimônias;
Esmoler;
Principal Forasteiro;
Primeiro Assistente de Forasteiro;
Segundo Assistente de Forasteiro e
Guardião.
Grande Priorado do Brasil -
Grande Priorado das Ordens Unidas - Religiosas Militares e Maçônicas - do Templo e de São João de Jerusalém, Palestina, Rodes e Malta do Brasil.
Essa Ordem é dividida em dois graus, por assim dizer.
Os Cavaleiros Templários e os Cavaleiros de Malta.
Ambas são dirigidas pelo Grande Priorado do Brasil - GOB.
Para ter ingresso e ser Instalado (armado) nessa Ordem é necessário você ter sido Exaltado como Companheiro no Arco Real e professar a fé na Santíssima Trindade.
Temos notícias que em 1791 houve a união de sete acampamentos independentes, foi realizado o primeiro Conclave da ordem, como a conhecemos hoje. As assembléias onde os Cavaleiros Templários se reúnem são conhecidas como Preceptórios e quem a dirige é o Preceptor. As assembléias de Cavaleiros de Malta são conhecidas como Priorado e quem a dirige é o Prior.
A Cerimônia é realizada num Templo que representa uma capela.
A estrutura e qualificação dos Cavaleiros Templários são assim:
Eminente Preceptor;
Capelão;
Primeiro Guardião;
Segundo Guardião;
Tesoureiro;
Escrivão;
Marechal;
Esmoler;
Principal Arauto;
Segundo Arauto;
Capitão da Guarda;
Primeiro Porta Estandarte;
Capitão da Guarda e
Guarda.
Para ter ingresso na Ordem dos Cavaleiros de Malta, o Irmão tem que ter ser Mestre Maçom, Exaltado a Companheiro no Arco Real e Instalado Cavaleiro Templário.
Essa Ordem foi originalmente fundada em Jerusalém, durante a primeira cruzada, aproximadamente no ano de N.S. 1099, para dar alívio aos peregrinos que se dirigiam ao Santo Sepulcro.
Aqui também a cerimônia é representada pela passagem pelos graus de Cavaleiro de São João, incluindo o Passe Mediterrâneo. E dividida em duas Câmaras, uma representando a Casa do Capítulo ou Sala do Conselho do Priorado. A outra representa a Casa da Guarda.
A cerimônia é uma forma simbólica, onde é realizada a antiga viagem que São Paulo fez indo de leste para oeste.
Ocasião onde os irmãos serão instalados como Cavaleiros de São João de Jerusalém, Palestina, Rodes e Malta.
Chegando posteriormente a Terra Prometida…
Estrutura e qualificação dos Cavaleiros de Malta são assim:
Eminente Prior;
Capitão Geral;
Tenente Geral;
Primeiro Tenente;
Segundo Tenente;
Capelão;
Marechal;
Marechal Adjunto;
Hospitaleiro;
Almirante;
Conservador;
Intendente;
Depositário;
Tesoureiro;
Chanceler;
Capitão da Guarda e
Guarda
De todas elas possuímos a devida Carta Patente, dando-nos o total e amplo direito de funcionamento em nosso PAÍS.
São dezessete as Ordens praticadas e devidamente Reconhecidas na Inglaterra e estamos trabalhando para trazê-las, aos poucos para o Brasil. Muitas já estão em vias de fato.
Colocamo-nos a inteira disposição dos Irmãos…
Peço aos Irmãos que divulguem.
Fraternalmente,
Wagner Veneziani Costa
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