segunda-feira, 6 de agosto de 2012

REENCARNAÇÃO (PARTE 1)



Oito meses se passaram desde minha ultima postagem de fato no blog, muita coisa passou, muitos sentimentos voaram de um lugar ao outro. Tudo seguiu seu rumo como deveria ser.
Passei dias pensando no que escrever, isso mesmo escrever, ainda sou fã da boa e velha pena deslizando suavemente sobre o papel virgem, enquanto minha mente viaja para muitos lugares e contando estórias que talvez eu tenha vivido ou ainda viverei, o que me leva a crer que não me resta nada, além do deleite de passar para o papel tudo que me é apresentado.
Apesar do stress cotidiano, sou um aprendiz de escritor, e como tal preciso de inspiração, motivação ou qualquer coisa que valha a pena criar, que me faça sentir aquela velha coceira nos dedos, e o sentimento irrefreável de buscar a caneta, o teclado, o teto do quarto para onde fogem os olhares, deitado esperando o sono dominar o corpo. Impossível registrar tudo, às vezes até impossível de pensar em tudo o que vem à mente.
Certos sentimentos vão e voltam como aquela musica que você passa meses sem ouvir após enjoar de tanto tocar e de repente volta à mente, toca num carro que passa, invade a mente e devolve o velho sentimento, agora sob a roupagem da nova pessoa, uma nova interpretação, uma nova lição. Nessa postagem vou mostrar o que aprendi como estudante rosacruz sobre reencarnação, consciente de que o que sei e escreverei, não é nada, comparado a grandeza do assunto. Começo citando Talhard de Chardin quando disse; “somos seres espirituais tendo experiências humanas e não seres humanos que de vez em quando tem experiências espirituais”, somos sim, espíritos ou personalidades-alma vivendo outra etapa de vida nesse conjunto de experiências chamada vida.
Desde que iniciei meus estudos na área da metafísica, bem antes de conhecer o rosacrucianismo, a crença na reencarnação sempre esteve presente na formação dos conceitos e ideias que tenho hoje. Acredito que estamos em um processo de evolução espiritual com o objetivo de nos unirmos novamente a Deus, e as diversas experiências que vivenciamos nesse mundo nos levarão a concluir esse processo. Acreditar na reencarnação é acreditar na evolução!
Por definição o termo “reencarnação” significa “reviver em um novo corpo”. Esse princípio indica que a alma de cada ser humano pode se reencarnar e conhecer uma nova vida aqui na terra.
A mesma dificuldade que tem os céticos de entender como alguém pode acreditar na reencarnação, tenho eu em entender como alguém pode não acreditar. Os céticos negam a natureza espiritual do homem e só reconhecem a realidade dos fenômenos perceptíveis por meio dos sentidos objetivos. Quer dizer, só acreditam no que veem ou no que podem explicar. Já deixei um cético engolindo seco quando diante da argumentação de que ele só acredita em fatos, perguntei se o amor que ele sente por sua esposa não passa de um simples fato biológico.
Voltando ao tema, a exceção do Hinduísmo e do Budismo, a maior parte das religiões ensina que a alma se encarna uma única vez, indo para o além. Se ela se comportou bem e nunca se afastou da fé, é admitida diretamente no paraíso e conhece a felicidade eterna na companhia dos anjos e das hostes celestiais. Se cometeu alguns erros menores e arrependeu-se antes de morrer, o indivíduo vai ser recebido no céu após passar algum tempo no purgatório, para expiá-los e se purificar. Particularmente nunca aceitei essa argumentação pelo fato de que a vítima é excluída do processo. Veja bem, se eu matar, roubar, cometer algum tipo de violência seja de que natureza for durante a vida, eu só preciso me arrepender do fundo do coração para ser perdoado. Muito bem, e a vitima? Como fica a situação da vitima? Isso reforça a ideia de muita pessoas que eu conheço que ao sofrer algum tipo de injustiça evoca a justiça de Deus dizendo que ela nunca falha. Porém quando essa mesma pessoa prejudica outra ela esquece essa justiça e passa a acreditar numa cegueira divina, pensando que suas atitudes serão ignoradas pelas Leis Kármicas. Não é fácil admitir um ponto de vista que mostra que cometendo alguns erros menores e arrependendo-se antes de morrer você pode ser recebido no céu após passar uma temporada no purgatório, para expiá-los e se purificar. Mas se essas faltas tiverem sido muito numerosas ou muito graves o pecador vai para o inferno sofrer uma danação eterna.
Baseando-me nos ensinamentos rosacruzes, posso dizer que essa concepção antropomórfica da vida póstuma é completamente equivocada e da uma ideia falsa e bastante fantasiosa do destino humano. Ela apresenta Deus como um Juiz impiedoso, sem a menor clemência pelos “pecadores”. Como entender Deus que é amor e misericórdia como pregam as instituições religiosas e ao mesmo tempo intransigente e inflexível.
A maior parte das religiões não inclui a reencarnação em seus ensinamentos, porém alguns textos religiosos referem-se a ela de forma velada e alguns até de maneira explicita. Uma pesquisa mais apurada dentro da Tradição Cristã e bem conhecida pelos historiadores mostra que a palavra reencarnação foi substituída por “ressurreição do corpo” no ano de 533 especificamente no Concílio de Constantinopla. Segundo essa crença “os justos sairão de suas tumbas e ressuscitarão dentre os mortos após o Julgamento Final”. Quanto aos ímpios “serão pó até o final dos tempos”. Convenhamos, é difícil admitir que corpos enterrados ou cremados a anos até mesmo a milênios possam se reconstituir e viver novamente na Terra. Esse retorno é incompatível com as leis naturais e de nada serviria para a nossa evolução. Digo até que é contrária a evolução, pois as almas sairiam do paraíso para viver no plano terreno.
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