quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SÃO JUDAS TADEU

História de São Judas Tadeu, nosso Padroeiro
São Judas Tadeu, primo-irmão de Jesus, era filho de Alfeu, também chamado Cléofas, irmão de São José, e de Maria. Seu pai foi um dos discípulos a quem Jesus apareceu, no entardecer do dia da ressurreição, quando iam para a aldeia de Emaús e sua mãe era uma das mulheres que estavam juntamente com Maria Santíssima, aos pés da cruz de Jesus.
Seu irmão também foi chamado por Jesus para ser apóstolo: Tiago Menor.
Dois de seus sobrinhos igualmente faziam parte do grupo apostólico: TiagoMaior e João Evangelista, ambos filhos de sua única irmã, Maria Salomé.
Há um episódio do Evangelho de São João (14,22) em que Jesus estava confidenciando aos apóstolos as maravilhas do amor do Pai e lhes garantia uma especial manifestação de si próprio, quando Judas Tadeu não se conteve e perguntou: "Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo"? Jesus lhe respondeu, afirmando que teriam a manifestação dele todos os que guardassem sua palavra e permanecessem fiéis em seu amor.
Sem dúvida nenhuma, São Judas Tadeu demontra nesse fato, sua generosa compaixão por toda a humanidade, querendo que todos se salvem.
É desse amor demonstrado por todos que provém o fato de ele ser tão querido pelo povo. Há notícias de que por muitos lugares ele passou, pregando o Evangelho.
No ano 50 participou do primeiro concílio em Jerusalém. Sua pregaçào tinha muita força, pois era sempre acompanhada do testemunho de sua vida. Ele acreditava e vivia o que pregava. Sua coerência de fé e de vida impressionaram vividamente os pagãos que se convertiam em massa ao Evangelho, por meio dele.
Isso provocou a fúria invejosa de falsos pregadores, de feiticeiros e de ministros pagãos. De tal modo que eles conseguiram incitar parte da população contra São Judas Tadeu que foi trucidado a golpes de machado, no dia 28 de outubro do ano 70.
Assim, São Judas Tadeu se tornou mártir. Quer dizer: mostrou sua adesão total a Jesus, testemunhando sua fé com a doação da própria vida, derramando seu sangue pelo Cristo.
São Judas Tadeu escreveu uma carta colocada no catálogo dos livros inspirados. Ao que parece, essa carta foi dirigida aos judeus cristãos da Palestina, pouco depois da destruição da cidade de Jerusalém, quando a maioria dos apóstolos já havia falecido.
Aconselhamos que todos os devotos de São Judas Tadeu procurem ler, na Bíblia, no Novo Testamento, a Epístola (carta) desse tão querido Santo.
Nela poderão encontrar muitas palavras de conforto escritas sob a inspiração do espírito Santo, muito úteis para a vida dos Cristãos.

A Devoção a São Judas Tadeu
A devoção a São JUDAS TADEU é hoje verdadeiramente impressionante em toda parte. Há um grande fervor e um entusiasmo sempre crescente pelo Santo Apóstolo de CRISTO. O povo o invoca, sente a proteção valiosa do Grande Taumaturgo. São JUDAS, cujo nome lembrava sempre o do traidor Judas Iscariotes, foi bem esquecido em alguns séculos. Hoje se revigora admiravelmente a devoção ao Grande Apóstolo de CRISTO. Há uma grande ânsia de conhecimento dos fiéis em torno a vida e prodígios do Santo.
Os Santos Apóstolos que viveram na intimidade com Nosso Senhor JESUS CRISTO merecem nossa devoção especial, pois pregaram por toda a parte o Santo Evangelho (Mc 16, 20), congregaram a Igreja Universal, que o SENHOR fundou sobre eles e edificou sobre o bem-aventurado Pedro, seu príncipe, sendo a Pedra Angular o próprio CRISTO JESUS.
A Santa Igreja os celebra em sua liturgia com toda a solenidade do seu Rito. São JUDAS TADEU, além de Apóstolo de CRISTO, pertenceu à Família Santa e privilegiada que deu ao mundo o Salvador. Mais um motivo para nossa devoção, de que deve ter ele grande poder junto de DEUS no Céu, para nos socorrer.
Hoje, como que desejando mesmo dar ao Nosso Senhor JESUS CRISTO uma REPARAÇAO da traição de JUDAS Iscariotes, a Cristandade lembra o nome de São JUDAS, discípulo querido e fiel de JESUS, parente consangüíneo do Redentor, e o fidelíssimo Apóstolo que tanto fez e padeceu por JESUS CRISTO e amou tanto neste mundo.
São JUDAS é o nome com que invocamos o Apóstolo que se chama também TADEU ou LEBEU. Na verdade, a etimologia do nome segundo os intérpretes significa o que realmente é o grande Santo: MISERICORDIOSO, BENIGNO, BONDOSO e DESTEMIDO em confessar e morrer pelo nome de Nosso Senhor JESUS CRISTO.
O Evangelho segundo São Mateus o chama simplesmente TADEU e o coloca no décimo lugar entre os doze Apóstolos: "Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu írmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e TADEU ; Simão, o zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu" (Mt 10, 2-3).
O Evangelho segundo São Marcos também o chama com o nome de TADEU e o coloca no décimo lugar: "Ele constituiu, país, as Doze, e impôs a Simão a nome de Pedra; a Tiago, o filho de Zebedeu, e a João, o irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão, depois André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, o filho de Alfeu, TADEU, Simão o zelota, e Judas Iscaríotes, aquele que o traiu" (Mc 3, 16-18).
O Evangelho segunda São Lucas o chama JUDAS e o coloca no DÉCIMO PRIMEIRO LUGAR: "Depois que amanheceu, chamou os discípulos e dentre e escolheu DOZE, aos quais deu a nome de APÓSTOLOS: Simão, a quem impôs a nome de Pedro, seu irmão André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamada Zelota, JUDAS, FILHO DE TIAGO, e Judas Iscaríotes, que se tornou um traidor" (Lc 6, 13-16).
Onde a expressão: "JUDAS, FILHO DE TIAGO", poderia significar também "irmão de Tiago".
Os Atos dos Apóstolos o chama também com o nome, de JUDAS e o coloca em último lugar, no DECIMO PRIMEIRO porque não nomeiam Judas Iscariotes, o traidor: "Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, a zelota; e JUDAS FILHO DE TIAGO"(At 1, 13).
A lista dos DOZE APÓSTOLOS chegou até nós sob estas quatro formas diferentes que acabamos de ver. Notemos que divide-se sempre em três grupos de quatro nomes, sendo o primeiro de cada lista sempre o mesmo em todas elas: PEDRO, FILIPE e TIAGO, filho de Alfeu. A ordem pode variar no interior de cada grupo. Assim, o primeiro grupo, o dos discípulos mais ligados a JESUS, os Evangelistas Mateus e Lucas colocam juntos os irmãos Pedro e André e os irmãos Tiago e João, enquanto os evangelistas Marcos e Lucas (nos Atos dos Apóstolos) colocam André no quarto lugar, para dar lugar aos dois filhos de Zebedeu que, juntamente com Pedro, se tornaram os três íntimos do SENHOR (cf. Mc 5, 37).
Ainda mais tarde, já nos Atos dos Apóstolos, Tiago, filho de Zebedeu, cedera o seu lugar ao seu irmão mais moço, João, que se tornou mais importante. No segundo grupo, que parece ter sido o dos que tinham afinidade especial com os não-judeus, Mateus ocupa o último lugar nas listas de Mateus e dos Atos dos Apóstolos; e só em Mateus é chamado "o publicano". Quanto ao terceiro grupo, o mais judaizante, TADEU (variante LEBEU), de Mateus e de Marcos - se é que é o mesmo que JUDAS (FILHO) DE TIAGO, de Lucas em seu Evangelho e nos Atos dos Apóstolos - passa, nesses últimos, do segundo para o terceiro lugar. Simão, o Zelota, de Lc e At, não é senão a tradução grega do aramaico, Simão "QAN'ANA" de Mt e Mc. Judas Iscariotes, o traidor, figura sempre em último lugar. O seu nome é interpretado freqüentemente como "homem de Cariot" (cf. Js 15, 25), mas poderia também ser um derivado do aramaico "SHEQARYA": "o mentiroso, o hipócrita".
No texto grego São JUDAS é chamado LEBEU que segundo Cornélio A. Lapide significa: "LEB" - CORDATO, BONDOSO, OU CORAJOSO. TADEU porém, vem da palavra siríaca "THAD" que significa "MAMMAN" (latim = mamma, ae = mama, teta), que quer dizer: MISERICORDIOSO, BENIGNO.
O nome de São JUDAS, como vimos, foi muitas vezes substituído pelo de TADEU, por causa do nome de Judas Iscariotes, o traidor. Os próprios Evangelistas como São João, ao se referirem a São JUDAS TADEU, Apóstolo, diziam: JUDAS, não o Iscariotes ou o traidor. Ora, o nome de Iscariotes ficou para sempre odiado.

Dia de São Judas Tadeu
São Judas Tadeu era natural de Caná da Galiléia, na Palestina. Sua família era constituída do pai, Alfeu (ou Cléofas) e a mãe, Maria Cléofas. Eram parentes de Jesus. O pai, Alfeu, era irmão de São José; a mãe, Maria Cléofas, prima irmã de Maria Santíssima. Portanto, Judas Tadeu era primo irmão de Jesus. O irmão de Judas Tadeu, Tiago, chamado o Menor, também foi discípulo de Jesus.
A Bíblia trata pouco de Judas Tadeu. Mas aponta o importante: Judas Tadeu foi escolhido por Jesus, para apóstolo (Mt 10,4). É citado explicitamente nas Escrituras pelo evangelista João (Jo 14,22). Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus: "Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo?" Jesus lhe respondeu afirmando que teriam manifestação dele todos os que guardassem sua palavra e permanecessem fiéis a seu amor.Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galiléia. Passou para a Samaria e Iduméria e outras populações judaicas. Pelo ano 50, tomou parte no primeiro Concílio, o de Jerusalém. Em seguida, foi evangelizar a Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia. Neste país recebeu a companhia de outro apóstolo, Simão. A pregação e o testemunho de Judas Tadeu impressionaram os pagãos que se convertiam. Isto provocou a inveja e fúria contra o apóstolo, que foi trucidado, a golpes de cacetes, lanças e machados. Isso, pelo ano 70. São Judas Tadeu foi mártir, quer dizer: mostrou que sua adesão a Jesus era tal, que testemunhou a fé com a doação da própria vida.
A brevíssima Carta de São Judas, que está na Bíblia, é uma severa advertência contra os falsos mestres e um convite a manter a pureza da fé. Nos versículos 22-23 propõe pontos fundamentais de um programa de vida cristã: fé, oração, auxílio mútuo, confiança na misericórdia de Jesus Cristo.
A imagem de São Judas tem o livro, que é a Palavra que ele pregou e a machadinha, com a qual foi morto. Os restos mortais, após terem sido guardados no Oriente Médio e na França, foram definitivamente transferidos para Roma, na Basílica de São Pedro.
A relíquia de São Judas: A relíquia que temos é um pedaço de osso dele. O relicário é usado para dar a bênção nos dias 28 de cada mês. A relíquia chegou até nós em 1945 ou 1946 por meio de um padre capelão militar. Este, durante a guerra, serviu a um convento de religiosas, na Itália. Finda a guerra, o padre recebeu de presente, das Irmãs, a relíquia de São Judas, que foi posteriormente doada ao Santuário São Judas Tadeu. Junto, um documento garantindo a autenticidade da relíquia.

Fonte: www.saojudas.org.br


Oração a São Judas Tadeu

São Judas Tadeu, apóstolo escolhido por Cristo,
eu vos saúdo e louvo pela fidelidade e amor
com que cumpristes vossa missão.

Chamado e enviado por Jesus,
sois uma das doze colunas que sustentam
a verdadeira Igreja, fundada por Cristo.

Inúmeras pessoas, imitando vosso exemplo
e auxiliadas por vossa oração,
encontram o caminho para o Pai,
abrem o coração aos irmãos
e descobrem forças para vencer o pecado
e superar todo o mal.

Quero imitar-vos, comprometendo- me
com Cristo e com sua Igreja,
por uma decidida conversão a Deus e ao próximo,
especialmente o mais pobre.

E, assim convertido, assumirei a missão de viver
e anunciar o Evangelho,
como membro ativo de minha comunidade.
Espero, então, alcançar de Deus a graça que imploro
confiando na vossa poderosa intercessão.

(Faça o pedido da graça a ser alcançada…)

São Judas Tadeu, rogai por nós!

Amém!

domingo, 16 de outubro de 2011

ROSACRUCIANISMO



Todo estudante sério de misticismo desde o principio da sua caminhada na senda, sabe que existe coisas que ele nunca irá encontrar, uma delas é a certeza. Pensando bem, a dúvida é uma benção porque as certezas paralisam e impedem o nosso crescimento. Isso se aplica a história das Ordens Iniciáticas e nas constantes divergências entre historiadores no que tange as explicações sobre a origem, fundação e cronologia de diversas Organizações Místicas. Assim como a AMORC e a Maçonaria, existem várias outras rosacruzes e maçonarias além de umas trinta Ordens Martinistas, todas com sua metodologia e ensinamentos próprios para que o buscador sincero possa ali encontrar elementos que o ajude a alcançar a Consciência Cósmica e a união com o Deus de seu coração e da sua compreensão. Nenhuma é detentora da verdade absoluta mas com particularidades que atrai buscadores para essa ou aquela organização de acordo com a lei da afinidade.
O Frater José Maurício Guimarães, Frater esse que em pouco tempo passou a ser uma referência na minha caminhada como estudante Rosacruz e mais recentemente Maçônica, comentou sobre o post intitulado “A ORDEM ROSACRUZ E A MAÇONARIA”, informando com base em estudos e meditações (não em “achismos”, muito comum nos dias de hoje), que não há nenhuma relação entre a Maçonaria e a Rosacruz. Inclusive enviando uma mensagem escrita por ele dando informações sobre o assunto com o intuito de desfazer esse equívoco. Passo a todos os seguidores e leitores deste blog a referida mensagem, que ela sirva de inspiração a todos os verdadeiros buscadores da verdade, daquela verdade que liberta nossa visão ainda obstruída pelo véu da ignorância.

ROSACRUCIANISMO
José Maurício Guimarães FRC, 33º MI MAR
Confundir o Rosacrucianismo Maçônico com outras Ordens Iniciáticas que ostentam o mesmo nome e venerando símbolo, é um equívoco bastante comum. Conhecedor de ambos – pois pertenço ao REAA da Maçonaria e à AMORC – sou levado a pensar que os que insistem nessa identificação não conhecem ou não entenderam nenhuma das duas escolas por onde passaram. O Grau de “Cavaleiro Rosacruz”, correspondente ao Grau XVIII do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria, se bem que incorpore um ativo, elevado e enérgico simbolismo, não inclui, ao contrário do que alguns cogitam, a filosofia e princípios privativos da Ordem Rosacruz AMORC ou de qualquer outra organização com nome semelhante.
O Grau Maçônico Rosa Cruz, concedido nas Iniciações e preleções superiores da Ordem Maçônica, não trata das expressões ou interpretações da Rosa Cruz conforme a Tradição de outras Ordens.
Fez bem a Ordem Rosacruz AMORC quando publicou em seu periódico trimestral interno (AMORC GLP nº87 deste ano, página 16) aquela nota explicativa sobre o assunto: são movimentos distintos e independentes.
Na Maçonaria, as representações rosacrucianas, fortemente marcadas pela tradição  cristã e suas conotações históricas (fatos ocorridos entre 539 a.C. e 515 a.C., estendendo-se para o cristianismo primitivo), tomam por base a filosofia cavalheiresca e o pensamento hebraico. As demais organizações Rosacruzes – especialmente a AMORC – seguem a tradição ritualística dos antigos egípcios, alguns elementos da Gnose de Alexandria, o misticismo, o simbolismo alquímico e a tradição do cristianismo do Languedoc (cerca de 1225 da Era Cristã) interpretados à luz da transmutação mental do homem.
Todavia, é oportuno ressaltar que a Ordem Rosacruz, AMORC e a Maçonaria são instituições de cunho INICIÁTICO e, sendo assim, muitos de seus paradigmas são  análogos. O movimento Rosacruz e a Maçonaria almejam a transformação da humanidade para melhor, um novo mundo onde homens e mulheres sejam mais felizes, saudáveis, conscientes de seus poderes, deveres e obrigações. Contudo – repito - o Grau Maçônico de “Cavaleiro Rosacruz” e a Ordem Rosacruz AMORC são distintos e independentes, com filosofias próprias, guardando entre si um relacionamento de mútuo e fraternal respeito.
Para maior elucidação sobre o assunto, recomendo a leitura dos seguintes
livros:
Jean-Pierre Bayard - A Espiritualidade a Maçonaria (Madras);
Serge Hutin - O Esoterismo da História (Biblioteca da AMORC);
G.R.S.Mead - Algumas Refexões Místicas (Biblioteca da AMORC);
Jean Palou - A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática (Pensamento);
Christian Rebisse - Rosacruz Histórias e Mistérios(Biblioteca da AMORC);
Arthur Edward Waite - A New Encyclopaedia of Freemasonry (Wing Books);
Frances A. Yates - O Iluminismo Rosa-cruz (Cultrix Pensamento).

sábado, 15 de outubro de 2011

HARVEY SPENCER LEWIS (2ª PARTE)



A Iniciação
Algumas horas após ser julgado digno de se encontrar com o Grande Mestre da Ordem Rosacruz, Spencer Lewis tomou um táxi par ir ao endereço indicado pelo arquivista. Afastando-se de Toulouse, o motorista seguiu uma rota que margeava um rio, passando pela velha cidade de Tolos para chegar ao final da viagem chegando diante de um edifício de pedra cercado de muros altos situado numa colina. Foi nesse castelo que ele foi iniciado na Ordem Rosacruz. Em sua autobiografia Lewis informa que foi recebido pelo conde Raynaud E. de Bellcastle-Ligne, um homem de setenta e oito anos que lá vivia com a filha viúva. Falando em inglês perfeito conduziu o futuro iniciado para um salão afmi de interrogá-lo sobre as pesquisas psíquicas que ele havia dirigido na América e se mostrou interessado nas experiências místicas vivenciadas pelo visitante.
Após a entrevista Spence Lewis foi informado que naquele dia seria iniciado, ma antes teria que passar pelo “Terror do Umbral”. Seguindo o conde até o primeiro andar do castelo, foi lhe mostrado as ruínas de uma antiga Loja Rosacruz. Aquele Templo estava sem uso a mais de sessenta anos, aina que até 1890 ele tivesse sido visitado pó alguns franco-maçons.
A visita prosseguiu até o momento em que o conde parou diante de uma porta de ferro e anunciou ao visitante que ele deveria cruzar sucessivamente três câmaras, “somente com Deus e o seu Mestre”. Obedecndo a orientaçaõ Harvey Spencer Lewis entrou na primeira das três câmaras, mais precisamente a anticâmara. Na seguinte, um local escuro onde ele sentiu a “a prova do Umbral”. Tendo nessa câmara uma experiência mística durante a qual sentiu novamente a presença do Ser invisível que já se manifestara a ele no ano anterior. Finalmente, chegou a terceira câmara, onde o conde o esperava, explicando que aquela peça não tinha mais todos os ornamentos e acessórios de que em outros tempos dispunha e, por isso, ele tinha de adaptar a cerimônia de sua iniciação. Ele o concluiu a diferentes pontos da câmara e lhe transmitiu o sentido secreto daquele ritual. A partir daquele momento o velho mestre, o levou a um pequeno salão. Após ter ouvido a orientação para que descansasse, pois deveria ficar naquele lugar durante algumas horas antes de encontrar outras pessoas.  Harvey Spencer Lewis deitou em um sofá a fim de tirar um cochilo. Ao acordar percebeu que dormiu por três horas. Nesse tempo viveu em sonho a mesma cerimônia que acabara de vivenciar. Porém que o conduzia não era o conde e sim o mestre cuja presença ele percebera na segunda câmara. Um pouco mais tarde o conde, o apresentou a três homens de idade avançada cujo os pais e eles próprios haviam sido membros da Rosa-Cruz. Após uma entrevista com eles, Spencer Lewis foi novamente conduzido a antiga Loja, onde o conde lhe passou uma cruz ornada com uma rosa, que pendurou em seu pescoço. Comunicou-lhe então que ele estava agora incumbindo de instaurar a Ordem na América.
Após essa comunicação um dos membros presente autorizou Harvey Spencer Lewis a consultar um registro em que constavam os princípios e as principais Leis da Ordem. Permitiu também copiar os símbolos e os diagramas das diversas cerimônias rosacruzes. De uma mala colocada no centro da sala o conde retirou tábuas simbólicas, uma toalha de altar e vários documentos de arquivos, para que o novo iniciado pudesse anotar os símbolos próprios dos diferentes graus da Ordem. Foram-lhe em seguida comunicadas as informações necessárias para se implantar o rosacrucianismo na América.
Quem dirigia então a reunião não era o conde e sim um personagem chamado Lasalle, que atuou como mestre de cerimônia. Embora a ortografia do seu nome seja ligeiramente diferente, será que se trata de Clovis Lassalle, o fotógrafo que o co-fundador da AMORC encontrou naquela manha mesmo, na sala do Ilustres? Fica-se tentado a crer que não, visto que Harvey Spencer Lewis apresenta o mestre de cerimônia como o autor de numerosos documentos históricos, ao passo que não se conhece nenhum texto escrito pelo fotógrafo de Toulouse.  É, entretanto possível que essa indicação faça alusão aos inúmeros trabalhos fotográficos realizados pó Clovis Lassalle relativos a arqueologia e pré-história. Seja com for, o mestre de cerimônia informou Harvey Spencer Lewis de que ele estava então de posse e todas as instruções necessárias, mas que teria de vivenciar outras experiências interiores. Pediu-lhe a final que não abrisse a Loja na América antes de 1915.
No dia seguinte ao da sua recepção na Ordem da Rosa-Cruz, 13 de agosto de 1909, Harvey Spencer Lewis escreveu à sua esposa Mollie informando sobre o acontecido.
Alguns dias mais tarde, em 26 de agosto, quando ele estava de volta em Paris, Harvey Spencer Lewis recebeu um carta de Clovis Lassalle. Na segunda-feira seguinte, Aaron Lewis e seu filho seguiram a caminho de volta. Após um para da em Londres, onde visitaram o Museu Britânico, embarcaram na quarta-feira, 1º de setembro, a bordo do White Star, rumo à Nova York.

Fonte: Livro -  Harvey Spencer Lewis - Um mestre da Rosacruz 
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