segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

SIM, SOU ROSACRUZ, MAS NÃO PRATICANTE


Por Frater Mário Sales
Quando eu era mais jovem,lá pelos idos dos anos 60 do século passado, havia uma frase que eu ouvia constantemente no ambiente católico.
A frase era "sou católico, mas não praticante."
Na minha ingenuidade filosófica da infância a frase fazia todo o sentido. Eu a entendia como alguém que acreditava em Deus, mas que raramente ia aos cultos da Igreja, que não tinha o hábito de tomar a comunhão aos domingos, e que até usava uma expressão depreciativa quanto àqueles que eram, digamos, mais assíduos e dedicados aos aspectos formais de sua crença, cognominando-os de "papa-hóstia".
Eram católicos que achavam suficiente dizerem-se católicos, e com isso teriam cumprido com suas obrigações de escolher uma cor e uma bandeira em uma época em que as pessoas precisavam deixar claras as suas opções tanto políticas como religiosas.
Era uma época intelectualmente mais primária, onde as pessoas achavam que eram o que eram, onde não havia nuances de cores entre o vermelho e o púrpura, tudo era preto ou branco.
Ser católico era, por assim dizer, como torcer pelo clube de futebol, aonde nunca se pisou, do qual não se é sócio, aos jogos do qual não se vai, mas pelo qual se discute e se briga de acordo com o resultado.
Esta situação ainda perdura nos dias de hoje.
Existem pessoas que se dizem algo apenas para parecer ser este algo que se dizem ser. Na verdade não dedicaram sua vida, seu espírito, seu tempo, o bem mais precioso de nossas vidas, o mais fugidio, a se envolver com os aspectos íntimos desta opção filosófica ou religiosa, ou por falta de paixão, ou por falta de convicção, mas com certeza por falta de coragem não admitem que sua ligação com este grupo a que dizem pertencer é falsa, ou extremamente instável, podendo se desfazer a qualquer momento, bastando para isso um simples empurrão.
Minha querida amiga Diva Ogeda tinha uma frase de impacto com a qual classificava a filiação rosacruz e principalmente a vida do místico. Dizia ela, com aquela veemência que lhe era característica, que "misticismo era pra se tomar na veia".
Penso da mesma forma.
Toda minha vida tenho me dedicado a compreender sinceramente a prática rosacruciana, a estudar as milhares de facetas do conhecimento místico rosacruz, e embora algumas pessoas me achem um erudito, sei por auto crítica sincera, que muita coisa ainda não domino, e muito falta para que eu possa dizer-me um conhecedor profundo do Universo de informações que AMORC me transmitiu ao longo destes 37 anos de filiação. 
 
 
 
É a exata consciência de minhas deficiências culturais místicas, que não são apenas intelectuais, mas práticas, que me faz mais e mais querer aprender e estudar os textos aos quais fui exposto todo este tempo.
Em nenhum momento, no entanto quis outra vida que não fosse essa. Tenho uma enorme paixão pelo rosacrucianismo e se cometer algum erro em relação à esta tradição que tanto prezo será por excesso e não por falta.
O trabalho rosacruz é solitário, é de compreensão pessoal, individual. É necessário ler muito, sim, mas é preciso também meditar sobre o que se leu, deixar que os conhecimentos decantem em nosso espírito, que nossa memória seja reavivada acerca de coisas que já sabemos, mas que fomos forçados pela educação religiosa e laica, à esquecer ou a negar.
Praticar rosacrucianismo é relembrar.
É acordar pouco a pouco de uma ilusão, forte, densa, como um sonho intenso que nos acompanha por alguns minutos depois que já abrimos os olhos.
Por tudo isso, e pelo privilégio de ter conhecido rosacruzes tão apaixonados e muito mais capazes do que eu, como Diva Ogeda e Reginaldo Leite, ou mesmo a minha iniciadora, hoje aos 80 anos, Abadia Caparelli, uma sóror provavelmente anônima para muitos, como outras tantas, mas respeitada até por Maria Moura, é que me entristece tanto ver, entre meus frateres e sorores, a perplexidade diante de exposições as mais banais, como se estivessem tendo contato com estas noções rosacrucianas fundamentais pela primeira vez, (que é não uma impressão mas realmente o que ocorre), noções e conceitos que já deveriam estar cansados de estudar.
Parte do meu trabalho pela minha Ordem é dar palestras que acabam em debates e conversas muito mais enriquecedoras que as palestras em si.
E qual não é a minha estranheza em ver perguntas ou colocações que contrastam com a idéia rosacruz de mundo.
Como modelo, apenas para retirar o caráter abstrato deste raciocínio, vejamos a questão da morte e do morrer.
Os rosacruzes não são obrigados a crer em qualquer coisa que a Ordem lhes diga, pelo contrário, o esforço da Rosacruz é no intuito de criar livres pensadores, pessoas capazes de interpretar a si mesmo e a criação a partir de valores e crenças absolutamente pessoais e construídas durante anos de reflexão e meditação.
Se a Ordem tem uma hierarquia administrativa, por necessidades absolutamente organizacionais, no plano místico ela é profundamente anárquica, de forma que todas as mentes colaboram, em igual nível de esforço, embora não no mesmo nível de profundidade, para a consecução de um acervo cultural comum.
A Rosacruz é o que são os rosacruzes.
E é consenso entre a maioria de nós, que a vida é eterna, que somos seres espirituais, emanados de Deus, portanto feitos da sua própria natureza divina e portanto, eternos; que nossa experiência na carne é temporária, que nossos corpos sofrerão uma decomposição natural com o tempo, e que ao terminar o tempo deste corpo, fluiremos para outra experiência em outro corpo, em outra identidade aparente.
Mesmo assim, vejo tristeza nas funções fúnebres rosacrucianas, que deveriam ser a comemoração pela Grande Iniciação. É como se fossemos católicos enterrando seus mortos, chorando por aqueles que realmente acreditamos que morreram, mesmo que nesta religião a mais impressionante mensagem de seu fundador, o Cristo, Jesus, tenha sido a da ressurreição e da Vida Eterna.
Rosacruzes não são seu corpo, sabem disso. Mesmo assim não se desfazem dele sem apego.
Vejo nos rostos de meus irmãos o mesmo materialismo e a mesma subserviência a valores não iniciáticos que em pessoas que não iniciadas.
Mesmo considerando que uma iniciação é apenas isto, o início de uma caminhada, e que existe necessidade de tempo para que a mente e suas convicções sejam transformadas, é estranho ver entre rosacruzes um comportamento tão pouco místico.
Um outro exemplo é o caso da saúde.
Todo místico sabe que o início de um estado de saúde é a serenidade interior. A vida biológica, para o místico rosacruz, é escrava da vida mental, dos pensamentos, das convicções e receios que uma pessoa possa ter em relação ao seu corpo. Todo um grau da Ordem, o sexto, é dedicado ao estudo da saúde e da aplicação de técnicas para melhorá-la e mantê-la bem. Espera-se que um iniciado, ciente disso, não tenha ansiedades a respeito de sua saúde, já que, em função de sua formação inciática saberá vencer seus receios físicos com seus conhecimentos esotéricos e com suas convicções espirituais, e sua confiança no poder será tamanha e tão intensa que nada poderá tirar-lha a felicidade de desfrutar a vida no corpo pelo tempo que o Altíssimo determinar. Mesmo assim, testemunho casos de irmãos, e não são poucos, dilacerados por problemas de saúde, às vêzes banais, outras vêzes nem tanto, e com uma qualidade de vida mental abaixo daquela que se esperaria para um rosacruz, digamos assim, praticante. Houve certa feita até um artigo em "O Rosacruz", já não me lembro em qual, em que um irmão perguntava, no título, "porque existem tantos rosacruzes doentes?".
Sempre comentamos na Ordem que nossa maior propaganda deve ser a nossa felicidade em pertencermos à Ordem e em desfrutarmos dos conhecimentos por ela proporcionados. Se no entanto, encontramos tantos irmãos tristes e doentes, e com medo da transição, há de se perguntar o que está ocorrendo.
A primeira conclusão, a mais óbvia, é que , embora sejam membros de AMORC, esses irmãos estão na mesma situação daqueles católicos que citei no início deste ensaio.
Se respondessem com sinceridade a pergunta : "Voce é um estudante rosacruz?", sua resposta deveria ser, "Sim, sou rosacruz, mas não sou praticante."
Isso significa que, embora frequentando corpos afiliados, o que em si não fala a favor de seu envolvimento com o conhecimento da Ordem, embora pagando em dia suas mensalidades, não podendo ser assim caracterizados como inativos, estes estudantes não tem empregado com frequência seus ensinamentos, ou mesmo talvez não tenham feito de maneira constante seus estudos. A regularidade do sanctum no lar está entre elas, mas não é a única. As monografias recebidas precisam ser lidas, e quanto a isto, temos tido, como Organização, não como Instituição, uma atitude tolerante em demasia.
Provavelmente, ao deixar as pessoas sem nenhum tipo de cobrança quanto ao desempenho de seus estudos, sem nenhuma contrapartida ao recebimento dessas monografias, como um teste de verificação de conhecimento que travasse o envio de monografias até que fosse enviado, ou a necessidade de trabalhos que demonstrassem a proficiência nos assuntos discutidos naquela monografia ou naquele grau como condição para ascender a graus mais altos, estamos cultivando uma legião de "rosacruzes não praticantes", frateres como um que testemunhei ao abrir um pacote de monografias dizer, com ar irônico:"-Deixa eu ver em que grau estou agora."
É preocupante.
Mudar este modus operandi implica em reformular todo o nosso departamento de instrução. Já li textos de irmãos que defendem a tese de que a Ordem não é um curso por correspondência. Não concordo. Tanto é que a base de nossos trabalhos é o recebimento pelo correio, e modernamente, em algumas jurisdições, pela internet, de textos sobre temas especialmente elaborados para serem objeto de estudo e reflexão. Isto caracteriza um "Curso de Ensino a Distância", como qualquer outro, mesmo que nossos temas e assuntos sejam de uma profundidade muitas vêzes maior. O estranho é que, considerando a dificuldade e a profundidade dos temas que discutimos em nossas monografias, não exista nenhum acompanhamento do grau de progresso ao menos intelectual nesses estudos, já que o progresso espiritual em si seria impraticável acompanhar.
Não quero ver mais a surpresa nos auditórios que frequento como palestrante e facilitador de debates no ambiente da Ordem. Meus Irmãos (Frateres) e minhas Irmãs (Sórores), precisam receber uma atenção maior, do ponto de vista administrativo, quanto ao progresso em seus estudos, para termos mais claro se aquilo que estamos enviando para suas casas tem sido realmente lido e estudado. Claro que vamos precisar de um departamento de instrução maior e talvez , mais computadores conectados de forma que, através do Skype, um programa gratuito, possa se tirar dúvidas com educadores rosacruzes em tempo real, na Grande Loja ou na Suprema Grande Loja, já que a Internet tornou a distância absolutamente desprezível.
Talvez com isso possamos evitar a disseminação de "rosacruzes, não praticantes" no seio de nossa, como costumamos dizer, Amada Ordem, pelo menos por causa deste mesmo amor à esta Instituição que sempre dizemos ter, lembrando que Amar não é apenas dizer-se que se ama, mas sim agir pelo bem do Ser Amado, seja ele uma pessoa ou uma Instituição.
Já tarda uma intervenção e uma mudança operacional no nosso modelo educacional.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OS GRAUS DA ROSACRUZ

 
Hoje, os ensinamentos rosacruzes se apresentam em forma de monografias, que são enviadas mensalmente para os membros. Cada remessa mensal inclui quatro monografias. Na medida do possível devem ser estudadas uma por semana. A monografia é um fascículo de cinco a dez páginas aproximadamente. Os ensinamentos rosacruzes são distribuídos por quatro secções que compreendem vários graus: Seção de Postulantes, Seção de Neófitos, Seção de Iniciados, Seção Illuminati, sem indicar o número exato de monografias, precisamos que são necessários seis anos para completar o estudo das três primeiras seções. Seria muito extenso para incluir nesta postagem uma lista detalhada de todos os temas desenvolvidos nos ensinamentos da AMORC. Nos contentaremos em dar uma prévia dos temas abordados na Seção de Iniciado, que é composta por nove graus, chamados "Graus do Templo".


PRIMEIRO GRAU
Contém uma exposição das leis fundamentais que regem o macrocosmo e o microcosmo. Constitui um resumo do que os místicos do passado e, em particular os filósofos da Grécia antiga, ensinaram em relação às vibrações do éter e da estrutura atômica da matéria. Esta pequena síntese inclui naturalmente os dados científicos mais recentes sobre o tema.
 
 
 
 
 
SEGUNDO GRAU
Dedica-se às leis da consciência. Suas fases objetiva, subjetiva e subconsciente, são objetos de um estudo profundo, permitindo assim uma compreensão clara do que os psicólogos ensinam sobre as faculdades mentais. Além disso, as noções são abordadas sob a perspectiva da filosofia Rosacruz e, por conseguinte, dão lugar a explicações que transcendem o âmbito da psicologia.
 
 
 
TERCEIRO GRAU
Expõem-se detalhadamente as leis da vida. Demonstra que essas leis, tal como se manifestam no plano terrestre, têm sua origem numa única energia cósmica: a Força Vital. Explica-se também explica que os reinos mineral, vegetal, animal e humano formam uma cadeia natural que a Inteligência Divina utiliza para atingir o objetivo fixado, é dizer a evolução da Consciência Cósmica. Definidos os critérios comuns a todas as criaturas viventes, se inicia o estudo da vida humana.
 
 
QUARTO GRAU
Está inteiramente baseado em um manuscrito muito antigo da AMORC. Ainda que constantemente se refira aos preceitos expostos no presente manuscrito, constitui uma síntese de três graus anteriores e trata de temas filosóficos particularmente inspiradores. De modo geral, podemos dizer que neste grau é onde são expostas uma a uma as leis maiores da Ontologia Rosacruz e, com elas, os princípios místicos que associam em um todo coerente a matéria, consciência e a vida.

 
 
QUINTO GRAU
Consiste em uma exposição única sobre a vida e a obra dos maiores filósofos da Grécia antiga. Seu objetivo é familiarizar os alunos com os ensinamentos rosacruzes dos sábios da antiguidade grega e, de maneira geral, com as leis e princípios que estão sempre apoiando os adeptos ao misticismo, incluindo o melhor do pensamento filosófico, científico e religioso. Todas as monografias deste grau são extraídas dos arquivos da nossa Ordem e se referem a fatos desconhecidos pelos historiadores.
 
 
SEXTO GRAU
Dedicado à terapêutica rosaruz. Ela dá uma explicação simples, mas abrangente, das principais funções que regem o corpo humano, incluindo neste estudo um grande número de regras a seguir para manter uma harmonia tão perfeita quanto possível do funcionamento orgânico dos seres humanos. Mas a grande originalidade deste grau é o estudo de princípios místicos que os rosacruzes utilizam há séculos para aliviar as enfermidades que nós poderíamos sofrer. Estes princípios, herdados dos ensinamentos dos essênios, que eram especializados na cura, razão pela qual eram chamados de "terapeutas" na Grécia.
 
 
SÉTIMO GRAU
Refere-se à natureza, às funções e aos atributos do corpo e da consciência psíquica do homem. Paralelamente, expõe a técnica apresentada para projetar este corpo e esta consciência psíquica fora do corpo físico, permitindo-lhe assim libertar-se dos limites do tempo e do espaço. Esta técnica corresponde ao que outras tradições denominam "viagem astral". A continuação, vem um estudo que trata sobre a aura humana e os centros psíquicos (chakras), bem como uma revisão dos tradicionais sons vocais (mantras) e a influência que exercem sobre o corpo humano.
 
 
OITAVO GRAU
É especialmente filosófico, posto que trata essencialmente das origens e do destino homem. Estudam-se, portanto, temas que se referem diretamente a sua evolução. Assim pois, são examinados em pormenor temas tais como karma, o livre arbítrio, a reencarnação, a metempsicose, os estágios da morte, a assistência aos moribundos, vida após a morte, a comunhão cósmica com o além, a meditação e outros temas particularmente místicos
 
 
 
NONO GRAU
O nono grau se dedica ao estudo do simbolismo tradicional e os princípios relacionados ao misticismo. É também neste grau que se inicia aos rosacruzes as faculdades que se referem à alma e que permitem ao homem obter o benefício do seu caráter divino. devemos precisar que estas faculdades não têm nenhuma conexão com a magia, teurgia e taumaturgia, mas se baseiam nas leis espirituais que os rosacruzes sempre colocaram a serviço do bem. Além do seu valor prático, contribuem para o despertar interior de cada um.
 
 
Na aplicação de uma norma tradicional, não revelaremos o conteúdo do décimo, décimo primeiro e décimo segundo graus do templo. Precisamos também que desde o início dos estudos, os ensinamentos rosacruzes implicam, além dos temas mencionados, experiências consagradas à aprendizagem de técnicas fundamentais sobre o plano místico, tais como a concentração, a visualização, a meditação, a harmonização astral , a elevação psíquica, alquimia espiritual e outras.

Fonte: O DOMÍMIO DA VIDA - AMORC

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NOSSA SENHORA APARECIDA


Personalidade bíblica nascida em Nazaré, na Galiléia, a Santíssima Mãe dos católicos e escolhida por Deus para ser mãe de seu filho Jesus. Filha dos nazarenos Joaquim e Ana, seu pai era sacerdote israelense em Nazaré, e descendia de Davi e de Rute, de cuja descendência, conforme a Profecia, viria o Messias. Sua mãe, quando se viu grávida, e pensando que daria à luz um menino, fez voto de doá-lo e consagrá-lo ao Templo, porque somente homens serviam aos santuários. Seu pai faleceu antes do nascimento da filha, mas cumprindo a promessa, aos três anos de idade sua mãe levou-a para os guardiões do Templo de Jerusalém, para decidirem sobre o destino da menina que, pelo voto da mãe, deveria ser Consagrada e Apresentada a Deus. Os guardiões do Templo de Jerusalém aceitaram os argumentos da mãe e designaram Zacarias, esposo da sua tia, Elizabete, irmã da mãe dela, para tutelá-la. Aparentemente teve uma infância normal, alegre e tranqüila, como de todas as crianças meninas de sua época, cercadas pelos carinhos e atenções e com o passar dos anos tornou-se uma bela moça. Por influência de sua educação monástica, desenvolveu grande interesse pelos rolos de papiros da Escritura Sagrada, que eram guardados na sinagoga e lidos e discutidos nas reuniões semanais dos judeus de Nazaré. Assim foi desenvolvendo um extremo senso de religiosidade e ganhado a crença de que Deus a escolheria dentre as mulheres, para uma missão divina aqui na Terra. Ao completar 12 anos de idade, pelas leis judaicas, adquiriu o gedulah, ou seja, já estava legalmente autorizadas para se casar. Sua mãe veio de Nazaré a Jerusalém e, ao regressar, levou a filha para passar alguns dias com ela. Em Nazaré um parente dela, José, um homem honesto mas bem mais velho do que ela, carpinteiro de profissão, filho de Jacó e descendente de Davi, pediu-lhe em casamento, o que foi aceito por sua mãe. Ela rejeitava a idéia de casamento, pois sempre ouvira no Templo de Jerusalém, que o Messias nasceria de uma virgem da genealogia de Davi, e assim pretendia permanecer pura para os planos de Deus. Não podendo contrariar a família, ficou noiva de José aos catorze anos e voltou para Jerusalém após noivado ser anunciado. Enquanto José permanecia em Nazaré, trabalhando para obter o necessário, a fim de constituir o novo lar, em Jerusalém, no Templo, ela continuava a orar fervorosamente a Deus. Segundo os relatos bíblicos, diante de sua santidade e pureza, Deus tomou-lhe para ser a mãe de seu Filho, na sua condição humana, o futuro Jesus Cristo, e por ação direta e exclusiva do Espírito Santo, ficou grávida naquele momento, condição de mãe virgem! Grávida antes de se casar, suportou a desconfiança de seu esposo e correu o risco de ser apedrejada, conforme mandava a lei daquela época. Em meio a desconfianças naturais da natureza humana, José convenceu-se de sua gravidez celestial e a desposou antes que sua condição de solteira grávida se tornasse pública e mantendo-se intocada até o nascimento do filho divino. Alguns meses após, de passagem por Belém, e sem obter hospedagem mais digna, ela deu a luz ao Filho de Deus, em uma manjedoura, provavelmente no subsolo de uma hospedaria, aos 16 anos de idade (4 a. C.). Estava, assim, constituída a Família Sagrada: José, Maria e Jesus. Oito meses depois receberam a visita dos três Reis Magos que vieram do Oriente, orientados por uma estrela divina, para adorar o Menino-Deus e trazer presentes. Os bíblicos três presentes, ouro, incenso e mirrra, este conhecido como o aroma dos deuses, eram na realidade as oferendas mais valiosas e representativas daquela época. De alguma forma os famosos Reis Magos bíblicos sumiram tão rapidamente como apareceram no Evangelho de Mateus, e a tranqüilidade da família duraria pouco. Herodes, Governador da Judéia nessa época, ao saber da presença dos orientais em Belém para adorarem o recém nascido e futuro Rei dos Judeus, segundo a Escrituras, com medo de perder o poder e desconhecendo o paradeiro de tal criança, ordenou a matança em Belém e arredores, de todos os menores de 2 anos de idade. Porém antes de ser atingida pela trágica decisão, e Sagrada Família seguiu para o Egito, onde permaneceu por cerca de 6 meses, até a morte de Herodes. Assim ela, o esposo e o filho, voltaram para a Palestina e decidiram morar em Nazaré. Segundo algumas interpretações bíblicas ali teve uma vida normal de esposa e teria tido outros filhos com José, sendo portanto, Jesus o seu filho primogênito e não seu unigênito. Ali ela criou Jesus, enviuvou (~18 d. C.), seguiu seu filho durante sua vida pública de pregação (~27-30 d. C.) e sofreu com ele sua paixão e o viu morrer crucificado naquele anoitecer do dia 7 de abril. Depois da mortedo filho, permaneceu em contato com os seus discípulos e mantendo uma vida de orações. Constantemente recebia as caravanas de peregrinos que vinham para estar com ela e ouvirem e conhecerem seus relatos sobre seu Divino e tão amado Filho! É tradição cristã que morreu aos 72 anos de idade. Segundo a tradição católica, levou uma vida de santidade, de intima ligação com o filho de Deus, desde a Encarnação até o Calvário. Assim teria sido na visita a Isabel, no nascimento no refúgio de animais de Belém, na apresentação no Templo diante de Simeão, no encontro entre os doutores, nas bodas de Caná etc. Suportou com resignação a desconfiança do futuro esposo, as dificuldades inerentes à pobreza, a perseguição de governantes poderosos e cruéis, como Herodes, entre muitas outras provações. Por fim, sobreviveu a dor de ver seu Filho inocente ser condenado, cruelmente agredido e crucificado. Suportou tudo isso sem perder a fé, a confiança, a dignidade e a esperança em seu amor e submissão a vontade de Deus.
A Culto a Nossa Senhora Aparecida
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por dois pescadores do Rio Paraíba do Sul, na região de  Guaratinguetá, estado de São Paulo, por volta do ano de 1717. Os pescadores Domingos Martins Garcia, João Alves e Filipe Pedroso já pescavam há bastante tempo, sem que conseguissem tirar peixe algum das águas do rio. Foi quando João trouxe em sua rede a parte correspondente ao corpo da imagem e, depois, lançando a rede um pouco mais distante, trouxe nela a cabeça da Senhora. Dali por diante, a pescaria tornou-se copiosa e, receosos de que a quantidade de peixe trazida para os barcos ocasionasse um naufrágio, os três amigos voltaram para casa, trazendo a imagem e contando a todos o prodígio que haviam vivido.
O culto à Senhora não tardou a tomar vulto. À imagem, que representa Nossa Senhora da Conceição, logo foi dado o nome de Aparecida, por ter aparecido do meio das águas nas mãos dos pescadores. Inicialmente instalada em uma capela na vila dos pescadores, já por volta do ano de 1745 teve sua primeira igreja oficial, em torno da qual viria a nascer o povoado e o santuário de Aparecida.
A consagração de Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil ocorreu em 31 de maio de 1931, em uma celebração que reuniu, já naquela época, um milhão de pessoas. Os padres redentoristas, responsáveis pelo Santuário Nacional de Aparecida, foram os grandes animadores da construção da Basílica que hoje abriga a imagem da Senhora.
O projeto grandioso teve início em 1955, com a concretagem da nave norte. Construído em forma de cruz, possui capacidade para abrigar 45.000 pessoas e possui uma infraestrutura especial para o atendimento de romeiros que procuram o lugar durante todo o ano para prestar culto à Padroeira.
No dia 04 de julho de 1980, oPapa João Paulo II, em missa celebrada no Santuário, consagrou a Basílica, que recebeu o título de Basílica Menor.
Durante todo o ano acorrem ao Santuário romarias organizadas por grupos religiosos. Algumas, porém, são bastante inusitadas e merecem destaque. No terceiro domingo de maio, ocorre a Moto-romaria, onde motociclistas do Brasil, e de outros países da América Latina, se reúnem no local. No 3º sábado de junho, celebra-se o Dia Nacional do Migrante. E, em 7 de setembro, desde 1995, realiza-se o Grito dos Excluídos, que coincide com a Romaria dos Trabalhadores.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

OS ROSACRUZES ESSENCIAIS

 

Por Paul Sedir
Há seres sedentos de amor e de sacrifício que, após séculos e séculos de lutas e obras, alcançado o ápice da Ciência e do Poder, reintegrados misticamente no esplendor original de sua condição de homens, não podem suportar o espetáculo doloroso de seus irmãos ainda perdidos nos laços da paixão e ignorância. Isso os leva a serem reenviados à Criação e a participarem novamente de suas dores e de suas tentações. São missionados, os apóstolos, os místicos puros, os verdadeiros Rosa+Cruzes. Ruysbroek, o Admirável, os chama de crianças secretas do Senhor. Sua doutrina é indizível, pois eles professam que não se deve saber nada sem estar antecipadamente convencido da própria ignorância. Seu livro é o Evangelho. Sua prática é a imitação de Jesus-Cristo.
Essa teoria e essa prática parecem simples. No entanto, não há nada mais elevado a ser concebido e mais difícil de executar. As mais abstrusas especulações dos metafísicos hindus ou as autoridades mais espantosas de seus yogues desaparecem perante a terrível profundidade das máximas e dos ensinamentos evangélicos. Mas esses só podem ser compreendidos por quem já superou, com trabalho e sofrimento, a extremamente limitada natureza humana.
Falar dos Rosa+Cruzes é coisa por pouco quase impossível. Eles formam uma organização invisível. Não deram eles a si mesmos o qualificativo de “invisíveis”? Cavalheiros do Espírito, eles nada relevam a não ser o Espírito, eles não podem ser conhecidos a não ser pelo Espírito. O Espírito é livre de toda limitação, os eleva além de toda contingência. Ele lhes nutre, lhes inspira, lhes conforta. Eles lhes ressuscita após cada uma das mortes inumeráveis que constituem a existência na relatividade dos apóstolos de Deus e de Seu Cristo. Vivendo do Absoluto, eles vivem no Absoluto.
Eles próprios nos fazem compreender o mistério da união espiritual entre os irmãos através do espaço e do tempo, da união espiritual com seus pares e êmulos (1), discípulos do mesmo Mestre, devotados ao mesmo apostolado. Conforme o que o Cristo disse a seus discípulos: “Onde eu estiver, vós aí estareis”.
Mas do mesmo modo que o homem sabe apenas captar a divindade em sua manifestação, os homens não podem perceber os Rosa+Cruzes, mensageiros divinos, à não ser em suas manifestações.
“É sempre em um período crítico que se ouve falar neles. Eles chegam na época e no país onde uma forma social, tendo atingido sua completa realização, tende já a se alterar; quando os esforços lentos e contínuos do espírito humano, em vez de convergirem, como o tinham feito até então, na constituição e na afirmação de um organismo social, de um dogma religioso, de uma síntese científica, começam a divergir e abalam o edifício construído pelas gerações precedentes” (2)”.
Seu nome é o de sua função.
Eles podem, se quiserem, ser invisíveis aos homens e incógnitos; se eles o desejarem, podem viver no meio dos homens e como eles; são livres, mas de todo o modo, se apresentam aqueles a quem vieram socorrer. Adotam os costumes dos países onde se encontram. E, com efeito, podem viver no meio dos homens sem risco de serem identificados; apenas seus pares os reconhecem por uma certa luz interior. O Cristo disse: “O mundo não vos conhece”. É por isso que, quando eles mudam de país, mudam também de nome (3). Eles podem se adaptar a todas as condições, a todas as circunstâncias, falar a cada um em sua língua. Eles agem a fim de que o que eles têm a dizer ao mundo seja dito. Aqueles que escrevem ou falam seu nome exprimem tão fielmente quanto podem os pensamentos, às inspirações que lhe são transmitidas pela via espiritual.
Do mesmo modo, essesarautos do Absoluto não inspiram seus apologistas quando eles só se preocupam em refutar seus detratores. Esses, como aqueles, se comportam de acordo com o que são capazes de ver luz que têm diante de si.
“Estrangeiros e viajantes na terra” (4), não desejam nada do mundo, nem beleza, nem glória, nada além de fazer a vontade de Deus, eles querem levar os fardos dos fracos, reanimar os mornos, restabelecendo por toda a parte a harmonia. Eles passam e o deserto torna-se um prado; eles falam e os corações se abrem ao apelo do Divino Pastor. Eles preparam o caminho para Aquele que deve vir.
Mas quem conhecerá as fadigas, quem enumerará os martírios sempre desconhecidos que aceitam, em seu imenso amor, esses pastores do Pai, para reconduzir as ovelhas indóceis que somos? O grande Cagliostro o disse nesses termos patéticos: "Eu venho do Norte, da bruma e do frio, abandonando por onde passo alguns pedaços de mim mesmo, me esgotando, me reduzindo a cada etapa, mas vos deixando um pouco de claridade, um pouco de calor, um pouco de força, até que eu seja, enfim, detido e parado definitivamente no fim de minha carreira, na hora em que a rosa florescerá sobre a cruz” (5).
Assim eles têm passado, imperceptíveis, no meio dos homens, para esclarecê-los e levá-los à Vida. Eles são vindos para recordar as criaturas às palavras pronunciadas nos séculos remotos, para despertar nelas o eco, que tinha se extinguido, das vozes que fizeram vibrar antigamente os seus corações. Eles são vindos para trabalhar em prol da renovação espiritual, da obtenção por esforços cotidianos dessa luz que ilumina todo homem vindo ao mundo e que nós repelimos, que nos obscurecemos pelos nossos desejos egoístas. Essa, têm eles dito, é a única via da regeneração individual, da redenção coletiva.
A iniciação cristã, com efeito, não tem por alvo, como as iniciações do extremo oriente, a orientação metafísica de atingir um grau superior de Saber: seu alvo é a Vida. Ora, a Vida é Amor e o pensamento é a imagem invertida da Vida. O amor é o único intérprete verídico da verdade: o amor é a sabedoria suprema, conforme com o que está escrito: “Aquele que ama Deus é aquele que conhece Deus” (1 João, IV,7).
A organização interior da fraternidade não foi revelada, nem seus segredos. Esses se referiam, exteriormente, à transmutação dos metais, à arte de prolongar a vida, à descoberta de coisas ainda ocultas. Mas os Rosa+Cruzes se davam por magos a fim de mascarar seu verdadeiro pensamento, seu objetivo primordial: a reforma do mundo, da qual eles eram os agentes predestinados. E isso que, por baixo de tudo, espanta o leitor dos escritos rosacruzes. Mais que os procedimentos que eles apresentavam para obter a pedra filosofal ou o elixir do prolongamento da vida, mais que o método que eles preconizavam para atingir a certa fórmula do saber, os Rosa+Cruzes levaram os europeus do século XVII arruinados pela guerra, divididos entre o catolicismo e o protestantismo, desagregados em sua mentalidade pelo espírito de crítica, palavras de concórdia e de apaziguamento. No meio do egoísmo universal, eles recordaram aos homens que eles são irmãos, filhos do mesmo Pai; no meio da anarquia crescente, eles falaram do Libertador, eles repetiram que o Cristo desceu e que Ele retornará para reunir em um só coro Seus serviços dispersos.


Eis a mensagem trazida ao mundo pelos Rosa+Cruzes:

ELIAS ARTISTA

A Rosa+Cruz essencial existe desde que há homens sobre a terra.
Além do Sol amarelo que nos ilumina, há seis outros sóis ainda invisíveis que fazem viver a terra. Nosso Sol amarelo tem o propósito de produzir a assimilação das funções vitais. Um outro Sol, o Sol vermelho, tem por ofício a construção dos corpos terrestres: ele rege a morfologia, as afinidades físicas, químicas, intelectuais, sociais. Esses Sol vermelho é a residência do ser em Paracelso, o primeiro aqui em baixo, denominou Elias Artista.
Elias Artista é o anjo da Rosa+Cruz. Ninguém pode saber quem le é, nem aquilo sobre o que ele repousa. Tudo o que se pode dizer é que ele é uma força atrativa, harmonizante e que ele tende a reunir os indivíduos em um só corpo homogêneo.


Eis como se expressa Stanislas de Guaita:

“Elias Artista é infalível, imortal, além disso, inacessível, às imperfeições, como às impurezas e aos ridículos dos homens de carne que se oferecem a manifestá-lo. Espírito de luz e de progresso, ele se encarna nos seres de boa vontade que o evocam. Se eles tropeçam no caminho, eis que o artista Elias não esta mais neles.
“Fazer mentir o verbo superior é coisa impossível, ainda que se possa mentir em seu nome. Pois cedo ou tarde ele encontra um órgão digno de si (nem que seja por um minuto), uma boca fiel e leal (nem que seja pelo tempo de pronunciar uma palavra).
“Por esse órgão de sua escolha ou por essa boca de coincidência _ que importa? _ sua voz se faz ouvir, potente e vibrante dessa autoridade serena e decisiva que empresta ao verbo humano a inspiração do Alto. Assim, são desmentidos na terra aqueles que sua justiça condenou no abstrato.
“Guardemo-nos de falsear o espírito tradicional da Ordem; reprovados no alto na mesma hora, cedo ou tarde seríamos negados aqui em baixo pelo misterioso demiurgo que a ordem saúda pelo nome: Elias Artista.
“Ele não é a Luz; mas, como João Batista, sua missão é a de dar o testemunho da Luz da glória, que deve se irradiar de um novo céu sobre uma terra rejuvenescida. Que ele se manifesta pelos Conselhos fortes e que ele derruba à pirâmide das santas tradições desfiguradas pelas heterogêneas camadas de detritos e de remendos que vinte séculos tem acumulado sobre ela! E que enfim, os caminhos estando por ele abertos para o advento do Cristo glorioso, - sua obra estando concluída - desaparecerá na névoa maior o precursor dos tempos vindouros, a expressão humana do santo Paracelso, o “deimon” da ciência e da liberdade, da sabedoria e da justiça integrais: Elias Artista” (6) .
Por outro lado, se nós quisermos encarar o sacerdócio de Melquisedeque, cujo sacrifício é a prefiguração da Eucaristia, teremos que nos recordar que os sacerdotes “da ordem de Melquisedeque” constituem não uma ordem social, mas um sacerdócio cujo sacramento, representado pelo pão e pelo vinho, é o sacrifício de si mesmo ao próximo, por amor a Jesus-Cristo e pela unidade com Ele.
Em nossa opinião, Elias Artista é uma adaptação do Elias bíblico, que deve retornar no fim dos tempos, com Enoque, para desempenhar seu papel de testemunha do binário universal. Seria prematuro dizer quem foi Elias artista ou quem ele será. Tudo o que é útil saber é que esse nome designa uma forma do Espírito da inteligência.
É isso que entendiam os Rosa+Cruzes quando eles diziam que no dia C eles se reúnem em um local que se chama o Templo do Espírito Santo. Mas onde é esse lugar? (7) Eles próprios não o sabem, porque, dizem eles, é invisível.
Nós nos permitimos indicar a nossos leitores, se eles quiserem aprofundar o estudo desse tema misterioso, de meditar na história de Enoque, pai simbólico da Rosa+Cruz, inventor da tradição e da ciência e construtor de monumentos dos quais a lenda lhe atribui a paternidade.

(Tradução do Capítulo II, págs.21-26 de “Les Rose-Croix”, de Sédir, Bibliotheque des “Amitiés Spirituelles”, Paris).

Notas do autor:
1)O itinerário das viagens de Christian Rosenkreutz indica bem as filiações da fraternidade rosacruciana com outras tradições, principalmente com certos centros instalados no Egito e com certas Fraternidades muçulmanas que o pai encontrou em Fez.
2)“L’Évangille de Cagliostro”, traduzido do latim para o Francês e publicado pelo Dr. Marc Haven (Lalande), Paris, 1909 - Introdução. 2.1)Edição espanhola: “El Evangelio de Cagliostro”, Editorial Humanitas, Barcelona, 1987.
3)O nome é o símbolo da individualidade.
4)Hebreus, cap. XI, vers.13.
5)“Mémoire pour le Comte de Cagliostro accusé, contre le Procureur Général”, Paris, 1786.
6)Stanislas de Guaita: “essais de Science Maldite - Trilogie - Paris, 1897, 1915, 1949.
7)Christoph-Stephn Kazauer, resp. J. Ludwig Wolf: “disputatio Historica de Rosacrucianis”, Wittenberg, 1715. Fonte: Ordem Martinista e Sinárquica


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

REENCARNAÇÃO (PARTE 1)



Oito meses se passaram desde minha ultima postagem de fato no blog, muita coisa passou, muitos sentimentos voaram de um lugar ao outro. Tudo seguiu seu rumo como deveria ser.
Passei dias pensando no que escrever, isso mesmo escrever, ainda sou fã da boa e velha pena deslizando suavemente sobre o papel virgem, enquanto minha mente viaja para muitos lugares e contando estórias que talvez eu tenha vivido ou ainda viverei, o que me leva a crer que não me resta nada, além do deleite de passar para o papel tudo que me é apresentado.
Apesar do stress cotidiano, sou um aprendiz de escritor, e como tal preciso de inspiração, motivação ou qualquer coisa que valha a pena criar, que me faça sentir aquela velha coceira nos dedos, e o sentimento irrefreável de buscar a caneta, o teclado, o teto do quarto para onde fogem os olhares, deitado esperando o sono dominar o corpo. Impossível registrar tudo, às vezes até impossível de pensar em tudo o que vem à mente.
Certos sentimentos vão e voltam como aquela musica que você passa meses sem ouvir após enjoar de tanto tocar e de repente volta à mente, toca num carro que passa, invade a mente e devolve o velho sentimento, agora sob a roupagem da nova pessoa, uma nova interpretação, uma nova lição. Nessa postagem vou mostrar o que aprendi como estudante rosacruz sobre reencarnação, consciente de que o que sei e escreverei, não é nada, comparado a grandeza do assunto. Começo citando Talhard de Chardin quando disse; “somos seres espirituais tendo experiências humanas e não seres humanos que de vez em quando tem experiências espirituais”, somos sim, espíritos ou personalidades-alma vivendo outra etapa de vida nesse conjunto de experiências chamada vida.
Desde que iniciei meus estudos na área da metafísica, bem antes de conhecer o rosacrucianismo, a crença na reencarnação sempre esteve presente na formação dos conceitos e ideias que tenho hoje. Acredito que estamos em um processo de evolução espiritual com o objetivo de nos unirmos novamente a Deus, e as diversas experiências que vivenciamos nesse mundo nos levarão a concluir esse processo. Acreditar na reencarnação é acreditar na evolução!
Por definição o termo “reencarnação” significa “reviver em um novo corpo”. Esse princípio indica que a alma de cada ser humano pode se reencarnar e conhecer uma nova vida aqui na terra.
A mesma dificuldade que tem os céticos de entender como alguém pode acreditar na reencarnação, tenho eu em entender como alguém pode não acreditar. Os céticos negam a natureza espiritual do homem e só reconhecem a realidade dos fenômenos perceptíveis por meio dos sentidos objetivos. Quer dizer, só acreditam no que veem ou no que podem explicar. Já deixei um cético engolindo seco quando diante da argumentação de que ele só acredita em fatos, perguntei se o amor que ele sente por sua esposa não passa de um simples fato biológico.
Voltando ao tema, a exceção do Hinduísmo e do Budismo, a maior parte das religiões ensina que a alma se encarna uma única vez, indo para o além. Se ela se comportou bem e nunca se afastou da fé, é admitida diretamente no paraíso e conhece a felicidade eterna na companhia dos anjos e das hostes celestiais. Se cometeu alguns erros menores e arrependeu-se antes de morrer, o indivíduo vai ser recebido no céu após passar algum tempo no purgatório, para expiá-los e se purificar. Particularmente nunca aceitei essa argumentação pelo fato de que a vítima é excluída do processo. Veja bem, se eu matar, roubar, cometer algum tipo de violência seja de que natureza for durante a vida, eu só preciso me arrepender do fundo do coração para ser perdoado. Muito bem, e a vitima? Como fica a situação da vitima? Isso reforça a ideia de muita pessoas que eu conheço que ao sofrer algum tipo de injustiça evoca a justiça de Deus dizendo que ela nunca falha. Porém quando essa mesma pessoa prejudica outra ela esquece essa justiça e passa a acreditar numa cegueira divina, pensando que suas atitudes serão ignoradas pelas Leis Kármicas. Não é fácil admitir um ponto de vista que mostra que cometendo alguns erros menores e arrependendo-se antes de morrer você pode ser recebido no céu após passar uma temporada no purgatório, para expiá-los e se purificar. Mas se essas faltas tiverem sido muito numerosas ou muito graves o pecador vai para o inferno sofrer uma danação eterna.
Baseando-me nos ensinamentos rosacruzes, posso dizer que essa concepção antropomórfica da vida póstuma é completamente equivocada e da uma ideia falsa e bastante fantasiosa do destino humano. Ela apresenta Deus como um Juiz impiedoso, sem a menor clemência pelos “pecadores”. Como entender Deus que é amor e misericórdia como pregam as instituições religiosas e ao mesmo tempo intransigente e inflexível.
A maior parte das religiões não inclui a reencarnação em seus ensinamentos, porém alguns textos religiosos referem-se a ela de forma velada e alguns até de maneira explicita. Uma pesquisa mais apurada dentro da Tradição Cristã e bem conhecida pelos historiadores mostra que a palavra reencarnação foi substituída por “ressurreição do corpo” no ano de 533 especificamente no Concílio de Constantinopla. Segundo essa crença “os justos sairão de suas tumbas e ressuscitarão dentre os mortos após o Julgamento Final”. Quanto aos ímpios “serão pó até o final dos tempos”. Convenhamos, é difícil admitir que corpos enterrados ou cremados a anos até mesmo a milênios possam se reconstituir e viver novamente na Terra. Esse retorno é incompatível com as leis naturais e de nada serviria para a nossa evolução. Digo até que é contrária a evolução, pois as almas sairiam do paraíso para viver no plano terreno.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

SÃO PEDRO

Pedro, cujo nome era Simão, era natural de Betsaida, povoação na Galiléia, às margens do lago de Genesaré, também conhecido como mar de Tiberíades. Era filho de Jonas e pescador de profissão. Tinha, juntamente com seu irmão André e com Tiago e João, filho de Zebedeu, uma pequena frota de barcos pesqueiros. Como as pescas eram temporárias e os pescadores do mar da Galiléia tinha tempo livre durante a baixa estação, presume-se que foi durante um desses períodos que André, indo ao encontro de João batista no rio Jordão, encontrou Jesus. "vi o messias", disse André ao irmão. E Simão, que tinha um temperamento vivo e ardente e era muito religioso, não sossegou enquanto André não o levou até Jesus.

Simão era de temperamento autoritário, impulsivo, sempre entusiasmado embora às vezes desanimasse com facilidade. Mas era também franco, bondoso e extremamente generoso. E Jesus, que era um exímio "conhecedor" de homens, após olhar longamente para ele diz: "a partir de hoje você vai se chamar Pedro". Mudar o nome para outro mais significativo era freqüentemente mudar de orientação e de modo de viver. E foi assim que Simão, o pescador da Galiléia, deixou para trás toda uma história de vida e iniciou outra vida e uma nova história: agora não mais como Simão, mas como Pedro, o pescador de homens.

É verdade que Pedro publicamente renegou a Jesus por três vezes. Mas é verdade também que por várias vezes publicamente professou sua fé. "aonde iremos, senhor, se só tu tens palavras de vida eterna?" "tu é o cristo, o filho do deus vivo". "senhor, tu sabes que te amo".

Pedro era a pessoa chave no grupo dos doze e em várias ocasiões Jesus o distinguiu com um favor especial. É quase certo que esteve presente nas bodas de Caná. Foi testemunha da gloriosa transfiguração do senhor, no monte Tabor; e foi ele que, em companhia de João foi encarregado de preparar o cenáculo, para a celebração da páscoa ou a última ceia.

Quando Jesus foi preso, apenas Pedro, em companhia de João, teve a coragem de segui-lo. Reconhecido, porém, como um dos discípulos, negou que conhecesse tal homem. Mas nem essa tríplice negação, chorada amargamente por ele, nem a dor e o arrependimento, traduzidos num copioso pranto, diminuíram sua confiança e seu amor ardente pelo mestre. Também o mestre não diminuiu sua ternura pelo discípulo que lhe era tão caro. Ao contrário, demonstrou-a claramente nas perguntas que lhe dirigiu junto ao mar de Tiberíades poucos dias antes de sua ascensão: "Pedro, tu me amas?". E após a resposta afirmativa, com estas palavras "apascenta meus cordeiros", Jesus o confirmou no primado da igreja e lhe entregou todo o rebanho.
Depois de muitas labutas e sofrimentos, depois de entregar e empregar a vida em fazer o mundo conhecer e amar a Jesus cristo, depois de contribuir para estabelecer a igreja em todo o universo, Pedro viu finalmente chegar o seu fim na terra. Corria o ano de 64 e ele se encontrava encarcerado. Tiraram-no do cárcere e o levaram para ser crucificado mas ele conseguiu que os carrascos o pregassem na cruz de cabeça para baixo porque não se achava digno de ser tratado como seu divino mestre.
A festa de são Pedro, juntamente com a de são Paulo, foi colocada no dia 29 de junho provavelmente para ocupar o lugar de uma antiga celebração pagã que comemorava nesse dia a festa dos mitos Rômulo e Remo, considerados os pais da cidade de Roma.
Hoje São Pedro atende pelo nome de Bento XVI e é ele o representante oficial de Jesus Cristo na Terra, o responsável por apascentar os Seus cordeiros.

Fonte: Brasil Escola

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SÃO JOÃO BATISTA - O SANTO FESTEIRO


São João Batista nasceu em Junho, precisamente no dia 24 de Junho. Em um cenário tão controverso, surge um homem simples, amigo do deserto, e com uma importantíssima missão: preparar o caminho para a chegada do Messias.
Diz a história bíblica, que na antiga Judéia,as primas Isabel e Maria, mãe de Jesus, estavam grávidas. Como moravam distantes, elas combinaram, que a primeira a ganhar bebê anunciaria a novidade, acendendo uma fogueira em frente à própria casa. Santa Isabel cumpriu a promessa quando do nascimento de seu filho, João batista. Até hoje as fogueiras são acesas na tarde de 24 de junho, acompanhadas de foguetórios, jogos, prendas, e bailes. É a fogueira mais tradicional. Tem a base redonda, como se fosse uma pirâmide.
João era filho de Zacarias e Isabel, e primo de Jesus Cristo. É considerado o último dos profetas, e o primeiro apóstolo. Os evangelhos dizem que, ainda no ventre de sua mãe, João percebe a presença do Messias, “estrecendo de alegria” na presença de Maria, quando esta ia visitar a prima Isabel. O evangelho de São Mateus fala das pregações e dos batismos que realizava às margens do rio Jordão, não distante de Jericó. Foi João Batista quem batizou o próprio Cristo.
Crítico da hipocrisia e da imoralidade, São João Batista foi decapitado por capricho de Salomé, enteada de Herodes. João Batista, juntamente com os profetas Elias e Eliseu, é considerado o protótipo do ideal ascético, e modelo de vida perfeita. (fonte: SGARBOSSA, Mario e GIOVANNI, Luigi – Um Santo para cada dia, São Paulo, 1983, 9a. ed.).
Na tradição peleo-cristã existe um personagem que se relaciona particularmente com o fogo, e com o simbolismo do cordeiro – Ram ou Rama – que é São João Batista. Devemos notar, que é com signo do carneiro, que se dá início ao ano astrológico, justamente no equinócio da primavera, ponto anual no qual o Sol Espiritual “nascido” na noite de 24 de dezembro e está apto, durante seis, a dispensar a sua ação benéfica em termos tangíveis, palpáveis (sementeiras e colheitas, alegria, calor, etc.) sobre os homens e suas obras.
Podemos talvez dizer que é ele mesmo, João Batista – e não Jesus – o próprio Agnus Dei (o Cordeiro de Deus), portador e síntese da tradição judaica mais pura, que ardia entre os Essênios, antes do novo impulso que seria à civilização, pelo Avatara de Jeoshua Bem Pandira, designado o Cristo.
Sacrificado por degolação, o valor simbólico e filosófico de João Batista é muito importante, e ultrapassa completamente o dogma católico: João batizava os seus adeptos com água (ou seja, utilizando um símbolo material), mas afirmava, que o que viria depois dele “batizaria com fogo”, diríamos, envolvendo os discípulos com uma poderosa aura, ou impacto relativo ao Mundo das Causas, o Alaska, etc., etc., ou Espírito Santo.
Na comunidade religiosa da igreja católica os missionários de São João batista, ou seja, seus membros (sacerdotes ou leigos) consagram a sua vida a Cristo, através dos votos de castidade, obidiência, e pobreza. Numa atitude de acolhimento e de disponibilidade como Maria, alicerçados no Cristo da Eucaristia, os missionários de São João Batista devem tornar-se para os homens de hoje, sinais do Reino, e anunciar os caminhos do senhor a exemplo do seu padroeiro.
Deste modo, o simbolismo de “Yohanan” (João em hebarico) ganha, com os séculos, uma poderosa força, que é cultivada por várias correntes gnósticas até chegar à idade média, na qual hospitalários, e templários, desde a sua origem, invocam João Batista para seu patrono. E os mestres construtores da época, igualmente, de modo que ainda hoje os maçons, identificam, as suas lojas como “de São João”.
São João, o fogo e o solstício de verão, no hemisfério norte, estão, então, indissoluvelmente ligados com uma ação, um trabalho essencialmente transformador, no qual o “Fogo Sagrado” agirá, quer como agente hermético-alquímico, quer como condição necessária para o trabalho com os metais – vejam-se os vários mitos maçônicos relativos ao Mestre Hiram,e à construção do Templo de Jerusalém – quer como inteligência criadora, criativa, genial, avessa a qualquer Avatara, porque compartilha desse “mesmo Fogo Divino”, aquele que não reconhece poder na Terra superior a Deus...
João Batista é o ínico santo, além de Virgem Maria, de quem a liturgia celebra o nascimento para o Céu, celebrando o nascimento segundo a carne.
A liurgia festeja no nascimento de São João batista, a “Aurora da Salvação”, o aparecimento neste mundo do Precursor do Messias. O nascimento do Precursor, seis meses antes do nascimento de Jesus, participa da grandeza do mistério da encarnação, que ele anuncia. Isso se deve, certamente, à missão única que, na história da salvação, foi confiada a esse homem, santificado, no seio da sua mãe, pela presença do Salvador, que dirá mais tarde: “Que fostes ver no deserto””... Um profeto? Sim, Eu vos digo, é mais do que um profeta. Esta é aquele de quem foi dito: “Eis que envio a tua frente o meu anjo,m que preparará Teu caminho diante de Ti”, pois “Eu vos digo, que entre os nascidos de mulheres não há ninguém maior do que João”. Mas, o que é menor no Reino de Deus é maior do que ele”. (Lc7, 24 a 28).
Foi, pois, o maior entre os profetas, porque pôde apontar o “Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo” (Jô 1, 29-36). Sua vocação profética desde o ventre materno, reveste-se de acontecimentos extraordinários, repleto s de júbilo messiânico, que preparam o nascimento de Jesus. (cf Lc 1, 14-58).
Profeta do Altíssimo, João Batista é prefigurado por Jeremias: - “antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei, e te constituí profeta entre a s nações” (Jer 1, 4 – 10).
São João Batista foi consagrado desde o seio materno, para anunciar o Salvador, e preparar as almas para a sua vida.
Anel de ligação entre a antiga e nova aliança, João foi acima de tudo o enviado de Deus, uma testemunha fiel da luz, aquele que anunciou Cristo, e O apresentou ao mundo. O Batismo de penitência, que acompanha o anúncio dos últimos tempos, é figura do batismo, segundo o Espírito (Mt 3, 11). Profeta por excelência, a ponto de não ser uma senão uma “voz” de Deus que clama, ele é o precursor imediato de Cristo: “vai à Sua frente, apontando, com sua palavra e com o bom exemplo de sua vida, as condições necessárias para receber a salvação”.
A solenidade do Precursor é um convite para que reconheçamos a Cristo, Sol que nos vem visitar na Eucaristia.
Filho dos personagens bíblicos Isabel e Zacarias, João Batista foi quem batizou Jesus Cristo com a s águas do rio Jordão, rio que hoje é a fronteira natural entre Israel e Jordânia, e entre este País e a Cisjordânia.
Diz o capítulo 1 do Evangelho de São Lucas, que a Mãe de João Batista era Prima da Mãe de Jesus, Maria, o que tornava João, primo em segundo grau de Cristo.
João Batista é descrito na Bíblia como pessoa solitária, que vivia no deserto, e comia gafanhotos e mel. O caminho desse homem estranho, e recluso, mas profeta de grande popularidade, cruzou com a da família real na época, a do rei Herodes Antipas, da Galiléia.
João condenou publicamente o fato do rei ser amante da própria cunhada, Herodíades. Salomé, filha de Herodíades, dançou tão bonito diante de Herodes, que este lhe prometeu o presente que quisesse. A mãe de Salomé aproveitou a oportunidade para se vingar: anunciou que o presente seria a cabeça de João Batista sobre uma badeja.
A imagem de São João Batista é geralmente apresentada como um menino com um carneirinho no colo. É que foi ele, segundo a Bíblia, que anunciou a chegada do cordeiro de Deus. Apesar de descrito como um homem solidário, o povo se encarregou de criar o mito de que São João Batista adora uma festa barulhenta. No entanto, ele costumava dormir, justo na noite de sua festa, 24 de junho.
Se o estrondo dos fogos de artifício for alto, e for forte o clarão das fogueiras, o Santo acorda, e festeiro que é, desce à Terra para comemorar. Mas nesse caso, diz a tradição, existe o sério risco do mundo acabar pelo fogo.
Que fim levou a fogueira?
Foi engolida pelo progresso. Com o crescimento das cidades, as comemorações de São João migraram para as escolas, ou parques públicos. No interior, as festas de rua continuam mobilizando as comunidades, que preservam danças, costumes, e comidas milenares da tradição cristã.
Uma tradição que nasceu antes de Cristo. Queimar fogueiras, naquela época, significava, saudar a chegada do verão, e apenas no século VI, o catolicismo associou as comemorações pagãs ao aniversário de São João Batista.
Os portugueses no século XIII incluíram São Pedro, e Santo Antônio, e no Brasil, a data é celebrada desde 1583. De lá para cá, porém, as fogueiras juninas rarearam tanto, que é preciso descobrir onde elas vão queimar nas noites de 24 de junho.
Cada estado brasileiro brinda o nascimento do Santo católico a seu modo. Existe uma grande confusão com o culto ao caipira. No Rio Grande do Sul as festas geralmente preservam os trajes típicos do estado, em oposição ao tradicional chapéu de palha, e roupa emendada do folclore paulista. No nordeste, a música é o forró.
As grandes cidades acabaram engolindo os festejos de São João, que cada vez mais ocorrem em recintos fechados, pois não é seguro se fazer festa na rua, por falta de segurança, e problemas de transito.
A cidade grande retira um pouco da referência de comunidade. Isto vale para qualquer festa popular aberta. A realidade no interior, porém é outra, onde a receptividade é mais forte e mantém viva, esta tradição.
Oração a São João Batista
São João Batista, voz que clama no deserto: “Endireitai os caminhos do Senhor...fazei penitência, porque nomeio de Vós está quem não conheceis, e do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias”, ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas, para que eu me torne digno do perdão Daquele que Vós anunciastes com estas palavras: “ Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira os peca do mundo”. São João, pregador da penitência, rogai por nós. São João, precursor Messias, rogai por nós. São João, alegria do povo, rogai por nós. 
Fonte: http://www.reocities.com/doceara1/SJoaoBat.htm

terça-feira, 5 de junho de 2012

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

Santo Antônio de Pádua (Pádua é o local onde morreu) ou Santo Antônio de Lisboa (Lisboa é onde nasceu), na verdade, tinha o nome de batismo de Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo (ou Fernon Martin di Bulhon y Tavera Azeyedo). Filho de Martim de Bulhões e Maria Teresa Taveira Azevedo, ele nasceu em 1195.
Aos quinze anos entrou para um o colégio dos cônegos regulares de Santo Agostinho (Lisboa) e, em apenas nove meses, aprofundou tanto o estudo da Sabrada Escritura que chegou a ser chamado de “arca do Testamneto”, por Gregório IX. Impressionado pelo fato de cinco franciscanos terem sido martirizados no Marrocos, onde evangelizavam infiéis, Fernando decidiu seguir seus passos, ingressando para o convento franciscano de Santo Antônio de Coimbra, tomando também para si o nome do patrono e santo abade (Antônio Olivares).
Chegando a Marrocos, Antonio pode ficar apenas alguns dias. Uma enfermidade o obrigou a retornar, mas, durante a viagem, um acidente arrastou a embarcação para o Sul da Itália, onde foi acolhido pelos frades de Messina. Participou do capítulo geral da Porciúncula (das Esteiras) em 1221, onde pôde ver São Francisco. Foi admitido na província franciscana da Romagna, onde foi ordenado sacerdote (em Forli) e se revelou grande pregador.
Era um pregador culto e apaixonado, conhecido pela sua devoção aos pobres e pela habilidade para converter heréticos.
Ele combatia vigorosamente do púlpito as injustiças e desordens sociais, a exploração dos pobres pelos usuários e a má vida de certos setores do clero. Viajou em muitas regiões da Itália setentrional e, por três anos, andou pelo sul da França, onde se encontrava o foco das heresias. Voltando para a Itália (1227), atingiu o ágüe em sua última pregação, em Pádua, na Quaresma de 1231, tratando predominantemente de temas sociais.
O "Livro dos Milagres" (escrito entre 1367 e 1374) afirma que o santo morreu em Pádua, aos 36 anos. Era o verão de 1231. Ele pediu para ir a Camposampiero, a 18 Km da cidade, um eremitério doado pelo conde Tiso VI, grande amigo e benfeitor dos frades. Ali, o santo lusitano encontrou repouso e tranqüilidade, apesar dos problemas decorrentes de uma asma e hidropisia (médicos modernos também acreditam que ele tinha diabetes). Nesse eremitério, havia uma grande nogueira. Não se sabe o motivo ou o significado, se simbólico ou não, mas Frei Antônio pediu ao Conde Tiso que lhe construísse uma cela em cima da nogueira. Aí, nesta cela-ninho, ele teria tido a visão do Menino Jesus. Ficou nesse local poucas semanas e, no dia 13 de junho, morreu no Conventinho de Arcella, periferia de Pádua.
Sua fama de pregador e milagroso era tanta que, dez meses após sua morte, foi elevado às honras dos altares e mais tarde recebeu o título de Doutor da Igreja. Seu sepulcro, na Basílica de seu nome em Pádua, é um centro de peregrinações.
Sua Basílica é o principal monumento de Pádua e uma das principais obras-primas de arte do mundo. Foi iniciada em 1232, possui 115 de metros de comprimento, 38 metros de altura chegando a 68 com a torres, é rodeada por 8 cúpulas e o seu interior é construído em forma de cruz latina.
Em 1981, com a autorização de João Paulo II, foi efetuado um reconhecimento do corpo de Santo Antônio, após 750 anos de sua morte. O primeiro reconhecimento, em 1263, revelou seus restos mortais em excelentes condições, recolhidos numa pequena urna.
Foi encontrado também o aparelho vocal intacto: a língua e as pregas vocais, assim como, os restos da túnica que estavam ao lado dos ossos e as duas caixas antigas com panos da época.
É de Santo António o recorde de canonização da Igreja Católica. Ele foi declarado santo em menos de um ano após a sua morte, em 30 de Maio de 1232. Foram apenas 11 meses e 17 dias.
Ele é o santo padroeiro da cidade de Pádua e, em 1934, o Papa Pio XI proclamou-o segundo padroeiro de Portugal, a par de Nossa Senhora da Conceição. Depois, em 16 de Janeiro de 1946, o Papa Pio XII juntou o seu nome à lista dos Doutores da Igreja Católica.
(foto da Basília de Santo Antônio, em Pádua, Itália)
fonte: www.santoantonio.org.br

terça-feira, 29 de maio de 2012

A MAÇONARIA NÃO DEVERIA EXISTIR


deldebbio| 29 de maio de 2012

Autor: Ir.’. Márcio Aguiar
Esta história foi narrada, por um Irmão Maçom desconhecido… 
 
Dia desses fui acompanhar a sindicância de um menino de 14 anos, pretendente a ser iniciado na Ordem DeMolay no Capítulo do qual faço parte. Estávamos em um grupo de 4 pessoas para esta sindicância. Além de mim, iam meu filho e mais dois DeMolays.
Chegamos à casa do menino e a sindicância começou como começam todas as sindicâncias, os DeMolays explicando ao candidato o que é a Ordem, como ela se iniciou seus preceitos, as virtudes que são cultuadas, etc., etc…Na minha posição de Tio eu só escutava as explicações, acompanhava as perguntas curiosas e as respostas bem fundamentadas.Porém, eu percebia que o candidato ficava incomodado com as respostas e acabava questionando com mais ênfase determinados pontos até que ele perguntou:“- Ok, vocês me explicaram que a Ordem DeMolay prega o respeito a Pai e Mãe, quer que sejamos cidadãos patriotas, tolera e respeita todas as religiões e etc., mas eu não preciso ser DeMolay para fazer isso, pois isso é que meus pais têm me ensinado desde pequeno. Então, por que eu precisaria ser iniciado na Ordem para continuar fazendo o que eu já faço?”
Se não fosse a seriedade do momento teria sido engraçado, pois tanto meu filho quanto os outros dois DeMolays ficaram com aquela cara de “putz, é verdade, eu não tinha pensado nisso. E agora, o que eu respondo?”.
Aí todo mundo olhou para mim, esperando uma ajuda na resposta e eu fui obrigado a dizer algo. Mas eu acho que eles não esperavam a resposta que eu dei.
Disse assim:
“- Sabe, eu já me fiz essa pergunta algumas vezes e só pude concluir uma coisa: A Maçonaria não deveria existir, assim como a Ordem DeMolay também não deveria existir”.
Nossa!!! a cara de pânico dos meninos era hilária. No mínimo eles pensaram “Este cara ficou doido. A gente vem tentar trazer mais um membro para nossa Ordem e ele diz que ela deveria acabar? Ele deve ter ficado maluco”.
Aí eu tive de continuar a explicar minha “teoria”:
“- Na verdade as pessoas não deveriam precisar ser lembradas a todo o momento que elas devem ter respeito pelo seu país, sua família ou ao próximo. Aliás, deveria ser a coisa mais normal do mundo nós nos reunirmos para arrecadar fundos para ajudar um orfanato. Aliás, mas, aliás, mesmo, se o mundo fosse diferente, nem deveriam existir orfanatos, pois não deveriam existir crianças abandonadas pelos pais.
Nós deveríamos sair à rua e não deveria ser normal querermos brigar com o motorista de outro carro por causa de uma vaga para estacionar.
Ninguém deveria desconfiar da honestidade de outra pessoa, porque a desonestidade não deveria existir.
Eu não deveria colocar portões na minha casa e me fechar dentro de uma gaiola para evitar ser assaltado, porque a violência não deveria existir.
Ninguém deveria temer sair de casa com a camisa do seu time de futebol preferido, com medo de ser espancado até a morte por uma meia dúzia de imbecis que usam uma camisa de outro time.
Mas, infelizmente, este mundo que acabei de comentar não existe e somos expostos diariamente a tantas influências negativas que temos de procurar uma forma de nos unirmos a pessoas que ainda cultuam algum tipo de preceitos e valores morais e que pensem como nós. E para isso que existe a Maçonaria e a Ordem DeMolay, por exemplo.
Lá somos lembrados a continuar usando tudo de bom que aprendemos com nossos pais e nos são “relembrados” alguns outros valores que acabamos esquecendo com a correria da vida.
No dia que o ser humano aprender a respeitar ao próximo, eu proponho o fim da Maçonaria e de todas as Ordens semelhantes. “Enquanto isso seria um prazer ter você conosco.”
Hoje este candidato não é mais candidato, pois foi iniciado DeMolay logo depois.
Mas o que mais me deixou feliz foi escutar esta minha teoria repetida por um dos meninos que estavam participando daquela sindicância para outro candidato à Ordem DeMolay, dias depois. Ou seja, até que esta teoria não é tão maluca assim, pois mais alguém concorda com ela.
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