As finalidades, metas e crenças são premissas básicas no dentro da senda mística. Premissas essas que tiveram pouca ou em algumas questões nenhuma mudança com o passar do tempo. Além disso, visto que o misticismo está fundamentado na experiência pessoas, vamos manter o termo “indivíduo” em mente.
A meta fundamental do misticismo, em seu sentido mais amplo, é a evolução do homem, do mais baixo ao mais elevado nível de “consciência consciente” de si mesmo, em relação a seu ambiente em geral e seu relacionamento para com o Ser Divino, o Deus, Cósmico ou Grande Arquiteto do Universo.
As crenças misticas são poucas, flexíveis e temporárias, motivo pelo qual acredito eu que é preciso crer sim, mas também conhecer. O verdadeiro místico não costuma ter crenças, e sim que sabe ou não sabe. Esta afirmação parece muito rígida porém não é bem assim. O misticismo rosacruz por exemplo, não é religião, mas é religioso em natureza e essência; é não-sectário, e não obstante, requer uma crença básica em alguma forma de Deidade, alguma Inteligência Cósmica e principalmente em algum conceito de Deus, por isso dizemos, “Deus do nosso coração, Deus da nossa compreensão”.
O místico almeja a compreensão, a iluminação, para viver em harmonia com a vida; ele busca encontrar seu verdadeiro lugar, pretendendo conhecer e cumprir sua missão, e não poupa esforços para aproveitar o máximo de seus estudos de modo que sua missão possa produzir os melhores frutos, independentemente do que ele conceba ser essa missão. Despendendo esforços conscientes, evitando ao máximo perder quaisquer oportunidades de substituir suas crenças por conhecimento verdadeiro. Ele está numa constante busca da verdade, onde quer que possa encontrá-la, e está sempre aprimorando seus conceitos sobre a verdade a luz de uma iluminação interior maior.
A finalidade do misticismo é dupla; espiritual e material. A finalidade espiritual é a elevação da consciência do homem de modo a se aproximar ou atingir o que ele pode chamar de Consciência Cósmica. Esta, por sua vez, dificilmente, pode ser definida, dado seu caráter pessoal, sendo considerada frequentemente um estado de sublime consciência ou despertar de uma unidade com Deus e com toda a Sua criação levando-o a um sentimento de sublime felicidade e paz profunda.
A finalidade material do misticismo reside na aplicação de verdade imparciais e comprovadas às tribulações da humanidade, individual ou coletivamente. Quando as duas finalidades, a material e a espiritual, coincidem e trabalham juntas em harmonia, experimentamos uma grande mudança em nosso senso de valores, mudança essa que nos distancia da forte predominância de valores materiais para os frequentemente negligenciados, restritos, e desprezados valores espirituais, acredito que esse seja o verdadeiro sentido do tão falado e pouco compreendido “Casamento Alquímico". Em outras palavras, o homem descobre que o equilíbrio harmonioso entre os valores espirituais e materiais, embora não receba muita consideração de sua parte, é o mais eficaz remédio para seus problemas e tribulações.
Um dos extremos, que ocorre com a maioria das pessoas, é o pensamento de que só os valores materiais é que constam e que os valores espirituais não devem receber atenção.
O outro extremo é praticado por alguns ascetas sob forma de auto-renúcia, onde o aspecto material é reprimido quase à inexistência.
Ambos os extremos parecem irrealísticos ao místico. A predominância de um sobre o outro constitui falta de equilíbrio. O estabelecimento de um equilíbrio cooperativo entre os valores espirituais e materiais, que possam ser aplicado às necessidades do gênero humano como um todo, é a meta fundamental do misticismo, constituindo, pois a sua finalidade.