sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A TRADIÇÃO ROSACRUCIANA E SUAS ORDENS: UM LEVANTAMENTO HISTÓRICO


O Rosacrucianismo é tradicionalmente conhecido como tendo sido desenvolvido na Alemanha por Christian Rosenkreuz, que teria vivido no século XV e que supostamente promulgou as doutrinas rosacrucianas básicas (STEINER, 2000). Essas doutrinas compõem a literatura rosacruciana original, publicada pela primeira vez na Europa no início do século XVII. Fama Fraternitatis e Confessio Fraternitatis são os dois principais textos do rosacrucianismo, publicados anonimamente em 1610 e 1615, respectivamente, na Alemanha (YATES, 1972).
O Fama Fraternitatis descreve o surgimento e história de Christian Rosenkreutz, um personagem lendário ou talvez alegórico. Buscando por conhecimento, o Frater C.R.C.1 realiza uma viagem ao Oriente Médio, encontrando-se com sábios e místicos (possivelmente mestres Sufis e zoroastristas), aprendendo ensinamentos esotéricos e desenvolvendo poderes de cura. Ao retornar para a Europa suas descobertas são rejeitadas por religiosos e acadêmicos, fundando então uma fraternidade restrita chamada Ordem da Rosa Cruz, na qual os membros eram chamados de rosacrucianos. O livro também descreve o trabalho desenvolvido por seus discípulos e a descoberta do túmulo oculto de Rosenkreutz. Confessio Fraternitatis aprofunda nos ensinamentos Rosa Cruzes e propõe um plano de reforma mundial com a criação de uma comunidade invisível chamada “Spiritus Sancti” com a qual a Ordem pode crescer secretamente.
Focando no desenvolvimento pessoal, a publicação desses manifestos causou uma resposta instantânea de grupos intelectuais na Europa, que tentavam entrar em contato com os membros de tal ordem secreta.
Os primeiros membros historicamente conhecidos cujos esforços foram de transformar o conhecimento Rosacruz em um sistema de estudo eram maçons escoceses, por meio da Societas Rosicruciana (WESTCOTT, 1966). A literatura ocultista indica que os maçons Rosacruzes permaneceram sozinhos nessa via por pelo menos 88 anos. Depois disso, muitas outras Ordens com base nas tradições Rosacruzes foram desenvolvidas, muitos delas também por maçons.
Este artigo é uma visão geral das mais importantes Ordens Rosacruzes, e, embora ele não esgote o tema, pretende-se que sirva como um guia de pesquisa para acadêmicos que desejam explorar a interligação das várias Ordens.
Breve Históricos das Ordens
Societas Rosicruciana – a Rosa Cruz Maçônica: Essa sociedade, restrita a Mestres Maçons, surgiu inicialmente na Escócia, em 1800. Atualmente está presente na Escócia, Inglaterra, EUA, Canadá, Irlanda, Portugal, França e Brasil. Seus ensinamentos são baseados no Fama Fraternitatis e no Confessio Fraternitatis.
A seguir um breve resumo das duas mais representativas Societas em número de membros:
Societas Rosicruciana in Anglia – SRIA: Fundada em Londres entre 1865 e 1867 por Robert Wentworth Little, um maçom, que havia sido iniciado na Societas Rosicruciana in Scotia (CHURTON, 2009). Muitos ocultistas famosos do século XIX eram membros: John Yarker, Paschal Bervely Randolph, Arthur Edward Waite, William Wynn Westcott, Eliphas Levi, Theodor Reuss, Frederick Hockley e William Carpenter, além de muitos outros (PAIJMANS, 1998). Foi por intermédio da SRIA que a Societas Rosicruciana in Canada teve sua origem.
Societas Rosicruciana in Civitatibus Foederatis – SRICF: Fundada na Pensilvânia em 1880 sob os auspícios da Societas Rosicruciana in Scotia. Sua sede atual está em Washington, DC. A Societas nos EUA mantém laços estreitos com a Societas da Escócia, Inglaterra e Canadá, e promove o crescimento e fortalecimento da causa rosacruciana maçônica em outros países, como no Brasil.


Hermetic Order of the Golden Dawn: Fundada por três Mestres Maçons da Societas Rosicruciana in Anglia: William Wynn Westcott, Samuel MacGregor Mathers e William Robert (GUILEY, 2006). Criada em 1888, logo se espalhou para França, Escócia, Boston, Filadélfia e Chicago. A Ordem promovia estudos sobre Kabbalah, Alquimia, Simbolismo, Astrologia e Tarô (McINTOSH, 1997), por meio de um sistema de graus diretamente herdado da Societas Rosicruciana in Anglia – SRIA (SABLÈ, 1996). Não demorou muito para que a Ordem se tornasse popular entre os acadêmicos daquela época (AKERMAN, 1998). Sua popularidade foi enorme entre 1892 e 1896. Em 1897, a Golden Dawn começou a ruir: Westcott, um médico legista, sucumbiu à pressão e abandonou a Ordem devido às pressões de que um médico legista da Coroa estivesse associado a uma entidade ocultista. Nesse contexto, Mathers percebeu que o caminho estava livre para ele assumir a liderança da Ordem, e, a partir daí, muitos conflitos com as lideranças das Lojas começaram a ocorrer.
A situação ficou pior com a chegada de Aleister Crowley. Pouco tempo após sua admissão, Crowley exigiu seu ingresso no Círculo Íntimo que comandava a Ordem. Ele tornou-se próximo de Mathers, que deu a ele autoridade sobre as Lojas na Inglaterra (HOWE, 1985). Isso levou a um levante dos membros ingleses que acabaram expulsando Mathers e Crowley da Ordem em 1900. William Butler Yeats, que se tornaria um laureado com o Nobel de Literatura alguns anos depois, tornou-se o líder da Ordem, mas renunciou ao cargo em menos de um ano (Ibid., p. 285). Passada essa fase, a Golden Dawn foi perdendo membros até que finalmente desapareceu em 1915.
Ordem Rosacruciana de Alpha e Omega – ROAO: Uma Ordem criada em 1900 por Samuel Mathers depois de sua expulsão da Golden Dawn (CICERO, 2003). Mathers promoveu uma cisão na Golden Dawn, levando consigo um grupo leal que deu início à ROAO. Um de seus mais famosos membros foi Dion Fortune. Porém, ela acabou sendo expulse da Ordem depois de muitas discussões e discordâncias com Mathers. Samuel Mathers conseguiu manter a ROAO em funcionamento até sua morte, em 1918. Sua esposa, Moina Mathers, assumiu seu posto até que ela faleceu, em 1928 (Ibid., p. 63).

Stella Matutina: Também conhecida como “Rosa Mística”, esse grupo surgiu de um dos desmembramentos da Golden Dawn em 1900, mas diferente da Ordem Rosacruciana de Alfa e Omega – a qual foi leal ao Mathers, a Stella Matutina foi composta por aqueles contra Mathers (REGARDIE, 2003). O foco da Ordem, além do conhecimento rosacruz (herdado da Golden Dawn), era o desenvolvimento da habilidade de projeção astral. A Ordem teve seus trabalhos encerrados em 1939.

Ordre Kabbalistique de la Roise Croix – OKRC: A Ordem Cabalística da rosa Cruz foi fundada em Paris, em 1888, por Stanislas de Guaita (AKERMAN, 1998). O comando da Ordem era exercido por um conselho de doze membros, seis desses “desconhecidos” para garantir a sobrevivência da Ordem em caso da falha dos outros (CHURTON, 2009).A OKRC atraiu atenção de muitos ocultistas da época, como Papus (Gérard Encausse), François Barlet, Joséphin Péladan e Spencer Lewis (McINTOSH, 1997). Os ensinamentos da Ordem envolviam conhecimento de Tarô, Astrologia, Alquimia, Teurgia, Numerologia, e Kabbalah. Essa Ordem ainda sobrevive, e atualmente a maioria dos ensinamentos da OKRC é relacionada à Kabbalah.

Ordem da Rosa Cruz Católica – CRC: Fundada por Joséphin Péladan em Paris, em 1890. Péladan foi cofundador da OKRC, mas declarou ter recebido de seu irmão mais velho Adrian uma diferente linhagem de Rosa-Cruz, seguindo caminho diferente de Stanislas de Guaita. Além de estudos esotéricos, a Ordem focou em estudos relacionados a Ciências, Cultura, Música, Teatro e Artes em geral (DI PASQUALE, 2009). Ele morreu em 1918 e seus discípulos tentaram dividir a Ordem entre eles. O único que obteve sucesso foi Emile Dantinne, com a OARC.

Ordo Aureae & Rosae Crucis – OARC: Criada por um discípulo belga de Péladan, Emile Dantinne, em 1923 (SABLÈ, 1996). Ele dividiu a Ordem em três partes: Rose-Croix Universitaire, Rose-Croix Universelle e Rose-Croix Interioure. A Ordem era composta de um sistema de vinte e dois graus, dos quais o ultimo grau era o “Emperor.” Harvey Spencer Lewis, o fundador da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, e seu filho, Ralph Maxwell Lewis, receberam o grau de Emperor pelas mãos de Dantinne na Europa (LEWIS, 2009). Esta é uma evidência da relação fraterna entre a OARC e a AMORC. A OARC ainda existe na Europa através de muitos pequenos grupos que trabalham discretamente.

Ordo Templi Orientis – OTO: Esta sociedade teve início em 1895, aparentemente por Carl Kellner, Henry Klein, Theodor Reuss, e Franz Hartmann. A OTO seguiu as tradições rosacrucianas durante o período que Reuss e Hartmann participaram. Há uma carta de Reuss enviada a Harvey Spencer Lewis, datada de 1921, na qual ele explica a origem rosacruciana da OTO (STARR, 2003). Lewis se juntou à OTO depois do convite de Reuss e saiu da Ordem quando Crowley assumiu sua liderança, em 1924. Muitos grupos se desligaram da OTO durante a administração de Crowley, o qual modificou o conteúdo e estrutura da Ordem, dando-lhe um aspecto telemita.
Muitas vertentes surgiram após a “Era Crowley”, apresentando a si mesmos como a legítima OTO. A que alcançou maior sucesso foi uma sediada em New York e que tem trabalhado a Ordem internacionalmente. Ela foi fundada por Grady Louis McMurtry, em 1979, quando a Loja “Agape” foi reaberta, uma vez que funcionou na Califórnia e era diretamente ligada à OTO original.

Um fato interessante foi a disputa legal que a OTO de McMurtry enfrentou pelos direitos de governar a instituição e os direitos patrimoniais sobre os materiais literários da Ordem. Seu oponente era a Ordem brasileira chamada SOTO – Societas Ordo Templi Orientis, fundada em 1962 e administrada por Marcelo Ramos Motta, que se declarava o legítimo sucessor de Crowley (LEWIS, 1999). Marcelo Motta foi o primeiro divulgador telemita no Brasil e era o líder esotérico de Paulo Coelho.
A OTO de McMurtry ganhou na justiça e detém o direito de continuar usando o nome OTO e publicando seu material literário.

Pansophicum Collegium – PC: Fundada por Heinrich Tranker, em 1921. Ele foi o líder da filial alemã da OTO durante a liderança de Reuss e se rebelou quando Crowley assumiu (D’AOUST & PARFREY, 2007). Atualmente o PC considera-se a única mantenedora dos verdadeiros segredos da fraternidade rosacruciana. Entre 1921 e 1931 o PC manteve parceria com a AMORC. Durante esse período, um grupo de membros do PC, insatisfeito com a direção da Ordem, fundou a Fraternitas Saturni – FS, com uma visão mais voltada para Thelema. Ambas as Ordens, PC e FS, ainda existem.

Fraternitas Saturni – FS: Criada na Alemanha por dissidentes da Pansophicum Collegium – PC, em 1928, sob a liderança de Gregor Gregorius (FLOWERS, 2006). Esse grupo especializado em Thelema foi inspirado pelo Rito Escocês Antigo e Aceito, criando um sistema de trinta e três graus. Em 1936, o governo nazista proibiu a FS e Gregorius fugiu da Alemanha para evitar a prisão. Com o fim do nazismo, Gregorius retornou para a Alemanha e reestabeleceu a FS, promovendo muitas reformas internas.

Fraternitas Rosicruciana Antiqua – FRA: Fundada pelo alemão Henrich Arnold Krumm-Heller no México, em 1927, sua sede inicialmente funcionou na Alemanha (KONIG, 1995). Krumm-Heller era membro da OTO e recebeu ordens de Reuss para colaborar com a expansão da OTO na América Latina, mas, em vez disso, ele decidiu criar sua própria Ordem. FRA fez sucesso em países da América Latina e chegou a outros países como Espanha e Austrália, mas com resultados menores. Krumm-Heller não formou novas lideranças nem nomeou um sucessor, então, depois de sua morte, a FRA passou a operar com lideranças locais, sem uma unidade internacional. Em muitos países a FRA se aliou à FRC para sobreviverem. Isso enfraqueceu a instituição, causando o desaparecimento em muitos países, estando a Ordem ativa atualmente apenas no Brasil e em outros poucos lugares.

Rosicrucian Fellowship: Também conhecida como Associação dos Cristãos Místicos, ou, simplesmente, a Fraternidade Rosa Cruz, esse grupo foi estabelecido nos EUA por Max Heindel, em 1909 (HEINDEL, 2012). Essa é uma das poucas instituições que, em vez de se autoproclamar a descendente direta e legítima da primeira Ordem Rosacruciana, declara-se inspirada e não a continuação da Fraternidade rosacruciana original. Ao invés de Lojas, seus membros chamam o local de reuniões pelo termo Igrejas. De fato, esse é um termo mais adequado, visto a Ordem funcionar mais parecido com uma religião do que com uma Ordem (SABLÈ, 1996; LEWIS, 2004). Sua sede fica na Califórnia.

Ancient Mystical Order Rosae Crucis – AMORC: Uma das mais conhecidas Ordens rosicrucianas, a AMORC foi fundada por Harvey Spencer Lewis, em 1915, nos EUA (GUILEY, 2006). Ele declarou que havia sido iniciado em Toulouse, em 1909, e declarou que a AMORC era a única legítima Ordem Rosa Cruz, baseado em estudos desenvolvidos pelo historiador maçônico, Dr. Julius Friedrich Sachse, que afirma que houve uma expedição rosacruciana em 1694 que estabeleceu uma colônia na Pensilvânia. Como uma estratégia de crescimento e de ganhar mais legitimidade, Lewis incorporou à AMORC muitas pequenas, porém antigas, Ordens rosacrucianas de toda a Europa. Isso foi possível por meio da oferta de apoio material e financeiro que a AMORC proveria àqueles dispostos a serem incorporados. Apesar disso, o grande desenvolvimento da AMORC aconteceu quando o filho de HS Lewis, Ralph Maxwell Lewis, assumiu o posto do pai. Ralph criou os sistemas de instrução por correspondência e de iniciações em casa, além de reduzir o conteúdo teúrgico em seus materiais, focando no místico-esotérico. Os rituais de iniciação aparentam ter sido muito influenciados pela Maçonaria, especialmente pelo Rito Memphis-Misraim. Através do trabalho de RM Lewis, a AMORC se expandiu para muitos países, incluindo a criação da Grande Loja AMORC de Língua Portuguesa, com sede no Brasil.
O grande erro de Ralph Maxwell Lewis foi não ter preparado um sucessor, assim como não ter estabelecido com Conselho Administrativo capaz de dar continuidade ao trabalho. Depois de sua morte, Gary Stewart assumiu seu posto em 1987 como Imperator, mas permaneceu apenas três anos como o líder da AMORC, diante de um escândalo financeiro envolvendo a Ordem. Após três anos de batalha judicial, foram retiradas as acusações de desvio de fundos existentes sobre Stewart e ele fez um acordo com a AMORC, renunciando ao cargo. Stewart foi sucedido por Christian Bernard, em 1990 (GREER, 2009).
A AMORC possui uma Ordem anexa: a Tradicional Ordem Martinista – TOM. O Imperator da AMORC é também o chefe maior da TOM, e para se tornar membro da TOM é necessário ser um membro regular da AMORC.
Antiquos Arcanus Ordo Rosae Rubae et Aureae Crucis – AAORRAC: Fundada na Áustria por Edward Munninger, essa foi uma cisão da jurisdição alemã da AMORC, que aconteceu em 1952. Eles têm adotado o nome original da AMORC como uma estratégia de incutir à Ordem um senso de antiguidade que, de fato, não possui. Os ensinamentos da AAORRAC são baseados nos estudos da AMORC, e eles têm sido acusados de apropriação indébita de materiais da AMORC e da OTO. Sua sede atual está localizada na Áustria (LAMPRECHT, 2004).

Antient Rosae Crucis – ARC: Esse grupo foi fundado em 1990 por dissidentes da AMORC nos EUA, quando dos escândalos da administração de Gary Stewart. Esse grupo em particular permaneceu leal a Stewart e contra a AMORC, e pediu a Stewart que aceitasse ser o seu Imperator. Seus materiais são baseados no da AMORC utilizados nos anos de 1950.
Confraternity of the Rose Cross – CR+C: Fundada pelo ex-Imperator da AMORC, Gary Stewart, como uma alternativa após o incidente judicial. Opera similarmente à AMORC, utilizando o material da época do HS Lewis antes das várias mudanças implementadas por seu filho. CR+C trabalha em comunhão com a OMCE – Ordo Militia Crucifera Evangelica, uma Ordem de inspiração templária. O conteúdo dos materiais da CR+C é considerado por muitos como o mais fiel aos conceitos da moderna Rosa Cruz.
Ordem do Templo da Rosa Cruz – OTRC: Fundada em Londres, em 1912, por duas mulheres e um homem: Annie Besant, Marie Russak e James Ingall Wedgwood. A Ordem foi inicialmente composta por teosofistas e membros da Comaçonaria Le Droit Humain, e se consideravam os legítimos representantes dos Templários e dos rosacrucianos. O grupo desapareceu em 1918 (HEIDLE & SNOEK, 2008).

Corona Fellowship of Rosicrucians – CFR: Criada por um dos remanescente da OTRC quando ela foi fechada. Os membros criaram o “Novo Teatro Rosacruciano”, em Hampshire, uma espécie de fórum que servia de palco para debates ocultista em onde muitos famosos ocultistas surgiram, como Gerald Gardner. Aparentemente essa Ordem não sobreviveu à Segunda Guerra Mundial (McINTOSH, 1997).
Les Freres Aines de la Rose-Croix – FARC: Essa instituição declara que foi fundada em 1316, poucos anos depois do fim da Ordem templária. De acordo com seus membros, alguns cavaleiros templários foram para a Escócia onde reabriram sua Ordem como a FARC. Entretanto, a FARC foi oficialmente criada em 1971 por Roger Caro, alquimista francês, autor da lenda sobre a origem templária da Ordem (CARO, 1970). Ele serviu a Ordem como seu Grão-Mestre até sua morte, em 1992. A instituição tem por foco os estudos dele de alquimia. Depois da morte de Roger, a FARC foi dissolvida de acordo com seus últimos desejos.

Conclusões

O presente estudo permite-nos identificar seis vertentes rosacrucianas distintas. Com a intenção de obter melhor compreensão, essas vertentes serão nomeadas considerando as características doutrinárias que as distinguem: Hermética, Cabalística, Thelêmica, Gnóstica, Mística e Teosófica. Uma breve descrição da doutrina que nomeia cada vertente é feita a seguir:
o    Hermetismo: o estudo e prática da filosofia oculta cujo autor é Hermes Trimegisto;
o    Cabala: esoterismo judaico cujo objetivo é prover conexões entre espírito e matéria;
o    Thelema: filosofia baseada em amor e vontade, tendo por base seu próprio “Livro da Lei”;
o    Gnose: diz respeito à busca do conhecimento espiritual e divino por meio de sentimentos e experiências pessoais intuitivas;
o    Misticismo: estudos e práticas que permitem a comunicação direta entre o homem e o Divino, sem intermediários ou restrições de qualquer sistema teológico fechado;
o    Teosofia: um sistema que compreende a interpretação harmonizada de princípios filosóficos, religiosos e científicos.
A divisão das Ordens apresentadas no desenvolvimento deste estudo nas vertentes apresentadas, bem como a relação histórica entre o surgimento das mesmas, pode ser visto no seguinte gráfico:


Este estudo proporcionou um interessante achado, a relação de proximidade e de colaboração entre os principais líderes responsáveis pela divulgação da tradição Rosacruciana durante o final do século XIX e início do século XX: Clymer, Crowley, Eliphas Lévi, Guaita, Krumm-Heller, Mathers, Papus, Péladan, Reuss e Spencer Lewis. Apesar de alguns conflitos que ocorreram entre umas dessas personalidades, como Clymer e Lewis, a história mostra que era comum que líderes de algumas Ordens eram membros de outras, assinavam manifestos em conjunto, trocavam cartas e títulos.
Algumas Ordens se fundiram e outras trabalharam juntas. Tudo isso indica que, apesar dos interesses pessoais e institucionais, a difusão do conhecimento rosacruciano básico foi geralmente tratada como prioridade.
Outra evidência dessa intenção sinérgica foi a iniciativa de Papus, a qual contou com a associação de muitos dos líderes citados anteriormente, que foi a criação da FUDOSI – Federatio Universalis Dirigen Ordines Societatesque Initiationis (LEWIS, 2004), uma associação global de sociedades esotéricas, muitas das quais rosacrucianas. O primeiro passo para esse objetivo ocorreu em 1908. Porém, muitos dos líderes dessas organizações não partilhavam um sentimento de mútuo respeito, o que levou a FUDOSI a encerrar suas atividades em 1951.
É também interessante observar que muitos dos mais populares e respeitados nomes do ocultismo, como Eliphas Lévi, Papus, Stanislas de Guaita e, o mais polêmico de todos, Aleister Crowley, eram adeptos da tradição rosacruciana e estavam engajados em sua causa. Isso é definitivamente uma forte evidência da importância e credibilidade que a tradição rosacruciana possui no meio ocultista.
Kennyo Ismail
Publicado no Blog “No Esquadro” - www.noesquadro.com.br


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

CERIMÔNIA IN MEMORIAN


Em todos os anos, numa data tão próxima quanto possível do equinócio de outono no hemisfério Norte ou da primavera no Sul, 21 de Setembro, os membros da Antiga e Mística Ordem Rosea Crucis se reúnem para comemorar a construção da grande pirâmide do Egipto, que os historiadores atribuem ao faraó Queóps, aproximadamente há 2.650 anos antes da Era Cristã. A localização e a arquitetura dessa pirâmide materializam um conhecimento prodigioso de aritmética, geometria, física, geografia e astronomia e por isso, ela continua a ser um enigma para todos os cientistas de nossa época constituindo um desafio à razão humana. De acordo com a tradição Rosacruz, ela foi erigida muitos séculos antes do reinado daquele faraó e nunca serviu de tumba ou local de sepultura. Os Rosacruzes consideram que ela foi um templo consagrado às iniciações praticadas nas Escolas de Mistérios egípcias. Assim a pirâmide imortaliza até hoje o caminho iniciático que o homem deve palmilhar para elevar-se acima de sua condição atual e atingir o estado da perfeição, finalidade máxima de sua evolução. Também é na oportunidade desta Cerimonia que os membros da AMORC prestam homenagem a todos os Rosacruzes do passado.

A AMORC é uma Ordem místico-filosófica, tradicional e iniciática cujas origens remontam ao Egito antigo, por volta de 1.500 anos antes da Era Cristã, quando reinava Tutmés III, Mas foi sob o impulso de Amenhotep IV, mais conhecido pelo nome de "Akhenaton", que ela assumiu sua verdadeira dimensão. Há séculos ela perpetua sob forma escrita e oral o conhecimento que os iniciados vêm transmitindo ao longo das eras. A Ordem não é uma seita nem uma religião, sendo seu único propósito o de contribuir para a evolução da consciência e para a regeneração física, mental e espiritual da humanidade. é apolítica e tem por membros pessoas pertencentes a todas as categorias sociais. De acordo com seu lema "A maior tolerância na mais irrestrita independência", ela não impõe quaisquer dogmas, mas propõe os seus ensinamentos a todos aqueles que se interessam pelos mistérios da existência. Seu símbolo oficial é a Rosa+Cruz. Neste símbolo que não tem qualquer conotação religiosa, a cruz representa o corpo do homem e a rosa a evolução progressiva de sua alma.
         
INFORME:
Os organismos afiliados de toda Belo Horizonte realizarão esta cerimônia aberta ao público, dia 20 de Setembro - Sábado às 15h00 na Loja Rosacruz Belo Horizonte, Av. Portugal nº 681 Jardim Atlântico BH

domingo, 14 de setembro de 2014

PROCURA-SE UM VENERÁVEL

Não precisa ser perfeito, mas que não seja medíocre. Não precisa ser Grau 33; basta ser Mestre Maçom, precisa gostar de aprender e ter imensa vocação para ensinar, principalmente por seus exemplos. Não precisa ser eloqüente tribuno, mas deve falar, calar e agir certo nos momentos certos. Precisa saber sorrir e não ter pejo de chorar pela infelicidade e dor alheia. Deve conhecer e reconhecer suas limitações e fazer de tudo para superá-las.
Procura-se um Venerável, com disposição indomável para combater, sem tréguas, o vício, a corrupção, o crime, o lucro fácil e suas próprias ambições pessoais. Que seja sempre encontrado ao lado dos enfermos, fracos e famintos de pão e justiça. Que respeite seu próximo independente de cor,
posição social, credo ou idealismo político. Que respeite e preserve a natureza e os animais.
Procura-se um Venerável, para amparar e ouvir seus irmãos, guardando como segredo de confissão, suas fraquezas, mas enaltecendo para todos suas virtudes. Precisa gostar e conhecer, profundamente, Liturgia e Ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as
superstições, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.
Procura-se um Venerável, que não encerre os trabalhos por “Um só Golpe de Malhete” para não golpear a egrégora da Loja. Que faça Pompas Fúnebres para os irmãos que partiram para o Oriente Eterno, que faça adoção de Lowtons, Loja de Mesa, Confirmação de casamento e Sessões Magnas Cívicas com a presença de profanos para difundir o ideal maçônico e que respeite a
soberana decisão da Loja e dos altos corpos Maçônicos.
Procura-se um Venerável, não precisa ter alto status, mas tem que estar despido de todas as vaidades. Que seja ponte-de-união entre Lojas, Irmãos e Profanos, e nunca espinho-de-discórdia. Pode já ter sido enganado, mas não pode nunca ter enganado. Deve saber perdoar e saber pedir perdão.
Procura-se um Venerável, não precisa ser financeiramente rico, mas não pode ser espiritualmente pobre. Precisa ser puro de sentimentos e deve ter como o grande ideal de sua vida a Maçonaria. Deve prestar auxílio aos Irmãos visitantes e fazer com que os mesmos se sintam como se estivessem em suas lojas.
Procura-se um Venerável, para incentivar a presença e o trabalho filantrópico das Cunhadas e Sobrinhas. Que se preocupe com a educação Profana e Maçônica dos sobrinhos de hoje que deverão ser Maçons do amanhã.
Procura-se um Venerável, que não dê o valor a parâmetros luxuosos. Que goste mais de encargo do que de cargos e pompas, mas que desempenhe com abnegação e fidelidade todos os encargos de tão nobre cargo. Que ao término do seu mandato prefira ser Cobridor Externo, em vez de Venerável de Honra.
Pode ser eleito pela primeira vez e admite-se até que o reeleito não tenha sede de perpetuar-se no poder.
Procura-se um Venerável, que, imitando o apóstolo Pedro, seja e ensine a seus Mestres a serem pescadores de homens no mundo profano.
Procura-se um Venerável, que gosta de ser chamado de irmão e que realmente sinta em seu coração toda a vibração e plenitude do que é ser um verdadeiro irmão.
Procura-se um Venerável, que não viva preso às lendas e histórias da Maçonaria do passado, mas que escreva a mais bela página da Maçonaria do presente.
Procura-se um Venerável, que nos abrace por T.’. V.’. T.’., sorrindo, chorando ou enxugando nossas lágrimas, para termos a inabalável certeza de que a Maçonaria é realmente, a imaculada Escada de Jacó que eleva o homem da Pedra Bruta à presença da mente cósmica universal.
P.S. – Os interessados que julgarem aptos para tão árduo encargo e nobre missão, por favor, apresentem suas aspirações, plataformas de trabalho e comprovantes de boas atividades maçônicas, na Ordem e no mundo profano no Saco de Propostas e Informações da Loja.
Colaboradores:
Ir(*) Mensagem escolhida pelo Ir.’. JOSÉ ROBSON GOUVEIA FREIRE, M.’.I.’., Membro ativo da A.’.R.’.L.’.S.’. Libertadores das Américas n° 3380, com o objetivo de renovar nosso sentimento e compromisso maçônicos e fraternos por ocasião das eleições para Venerável Mestre e demais cargos administrativos das Lojas Simbólicas.
TFA; Fernando Paiva

quarta-feira, 30 de julho de 2014

MARTINEZ DE PASCUALLY, O RER E OUTRA ORDENS


Por Wagner Veneziani Costa
Meus Bem Amados Irmãos,
Recebam os meus mais sinceros votos de Luz, Amor e Paz!!!
Queria escrever bem mais, mas para quem?
Martinez de Pascually, o RER e outras Ordens
O intuito desta compilação é o de fornecer informações históricas sobre o Martinismo através dos séculos. Como todo Martinista deve saber, não se julga um irmão pela riqueza ou pobreza do berço que o embalou e sim pela fraternidade que une dois seres que possuem gravados em seus íntimos a mesma iniciação e a mesma paternidade espiritual. (Este é o elo que nos une. Isso também deve servir para nós, Bem Amados Irmãos do Rito Escocês Retificado – RER N.W.).
O nome completo era Jacques de Livron Joachin de la Tour de la Casa Martinez de Pasqually. Nasceu em Grenoble, França, em 1727. Seu pai tinha uma patente maçônica emitida por Charles Stuart, Rei da Escócia, Irlanda e Inglaterra, fechada em 20 de maio de 1738, outorgando-lhe o cargo de Grande Mestre Delegado, com autoridade para levantar templos para a glória do Grande Arquiteto do Universo, e para transmitir a referida Carta Patente a seu filho maior. A patente e os poderes foram transmitidos depois de sua morte a seu filho que tinha 28 anos.
Martinez foi um grande homem que tentou durante toda a sua vida, infundir a espiritualidade à Maçonaria.
A doutrina base de Martines expressa no seu livro A Reintegração dos Seres é a seguinte:
Deus, a Unidade primordial, deu o livre arbítrio aos seres humanos "emanados" Dele, mas Lúcifer, que queria exercer a potência criativa em si, foi vítima desse ‘erro’ e arrastou consigo outros espíritos em sua queda, ficando trancado com eles em uma área destinada por Deus para ser sua prisão.
Em seguida, a Divindade criou o Homem Adão, corpo glorioso andrógino e dotado de imensos poderes, para manter os rebeldes e trabalhar no sentido de seu arrependimento.
Adão prevarica por sua vez e arrasta a matéria em sua queda , ele está agora bloqueado na matéria , tornou-se fisicamente mortal, e só tem como solução tentar salvar=espiritualizar a matéria e ele próprio.
Isso pode ser feito com a ajuda de Cristo, pela perfeição interior, mas sobretudo por operações teúrgicas que Martines ensina aos homens de desejo que que considera dignos de sua iniciação: com um ritual minucioso , essas operações permitiam ao discípulo de contatar com entidades angelicais que se manifestam na sala de operações sob a forma de "sinais" ou símbolos, geralmente luminosos, que representam personagens ou hieróglifos, sinais dos espíritos invocados pelo operador e que lhe mostram se está ou não no caminho certo para a Reintegração.
(Eu, Não concordo quando ele se refere a Lúcifer, o Senhor da Luz, O portador da Luz, como caído... Ora ele é Espírito e Pasqually é carne, encarnado. Não podemos esquecer que ele também era o primogênito do Senhor. O mais bem preparado... Mas isso é assunto para ser discutido em outra ocasião... N.W.).
Expressa em 3 pontos chave :
1) A queda é universal para todos não só para o homem.
2) O homem é o agente da reintegração de tudo caído.
3) O ser perverso, o mal será reintegrado pelo amor .
O estado de Cristo é um estado acessível a toda alma humana.
Cada um de nós pode se elevar a Cristo.
(Percebem quando me referi a Lucífer acima...n. w.)
Submetendo a nossa vontade á Dele nós entraremos como ele na união eterna de Deus.
Nos tornaremos um como Deus é um. (Obs.: Minha opinião Ele é muitos, e juntos é UM SÓ!!! N.w.)
É pela resignação consciente aos ‘males trazidos pelo destino‘ que o homem chega a este estagio, poderosamente ajudado, pelas operações magicas que permitem a assistência objetiva de um guia vindo do mundo espiritual .
Existem 2 partes na doutrina de Pascually , uma interior, especulativa espiritual onde se ligam as tradições antigas e outra exterior, prática operativa = teurgica, com base nas hierarquias de virtudes, de potencias ou escadas entre o homem e Deus.
Sua ação como Fundador de Ordens Iniciáticas

Assinatura de Pascually
Foi fundador de uma ordem não maçônica em 1761, mas composta exclusivamente por maçons, a "Ordem dos Cavaleiros Elus Cohen do Universo - Ordem dos Cavaleiros Maçons, Sacerdotes Eleitos do Universo". (Cohen quer dizer Sacerdote - do hebraico: Pastor) sendo as Operações práticas apenas acessíveis aos iniciados.
Graus da Ordem :
Graus Parvis - Aprendiz , Companheiro , Mestre = Maçonaria Azul.
Graus Porche - Aprendiz Cohen, Companheiro Cohen, Mestre Cohen = Maçonaria Negra
Graus do Templo - Mestre Elus-Cohen, Grande Mestre Arquiteto, Grande Eleito de Zorobabel = Maçonaria Vermelha.
Graus Reau Croix - Soberano do Santuário , Soberano Juiz, Grande Mestre Reau Croix.
A Classe do Parvis confere um ensinamento moral e sociológico.
A Classe do Porche confere um ensinamento teórico sobre a Cabala, a Gnose e a doutrina particular da Ordem.
A Classe do Templo confere um ensinamento prático sobre os deveres sacerdotais menores.
A Classe do Reaux Croix confere os supremos arcanos e a chave ativa desses arcanos nas 4 classes anteriores assim como os deveres sacerdotais superiores.
Seus Seguidores
Selo de Pascually
(Percebam bem cada detalhe desse símbolo?).
Foi Mestre de Louis-Claude de Saint-Martin et de Jean-Baptiste Willermoz.
Saint-Martin que foi secretário de Pascually substituindo o Abade Fournié, afastou-se do Mestre mais tarde por considerar as suas praticas teúrgicas cerimoniais como perigosas, chegou a perguntar ao Mestre se ‘é preciso tantos rituais para falar com Deus? ‘ e criou o movimento Martinista que segue uma via não-teurgica chamada via do coração ou Interior.
A atual corrente dita Martinista, se bem que reivindicando filiação a Pascually não tem qualquer relação com a sua doutrina basicamente teurgica.
O seu discípulo Willermoz a quem iniciou também se desviou após a sua morte da sua Teurgia base e derivou mais para concepções relacionadas com diversas maçonarias.
A troca de cartas entre Mestre e aluno revelam ao detalhe as instruções teúrgicas dadas a Willermoz para sua instrução e prática e diz-se que apenas 13 anos após a morte do Mestre o seu aluno conseguiu alguns dos resultados práticos de visualizações e contato celeste com a ‘Coisa’ que o seu Mestre realizava já no seu dia a dia.
Suas Práticas Teúrgicas
Os seus rituais têm 2 pontos chave :
1) Círculos mágicos, baseado na teoria da ‘figuração’ (como local ou domínio hiperfísico onde se desenrola a Operação), não como na teoria de ‘proteção’ da magia comum.
Representam ‘cápsulas’, espaços imaginais onde o Operador pode atuar ‘dentro de’ e ‘sobre o’. (Pode ser riscado mentalmente, com um instrumento, no ar, ou apenas com sua mão, definindo o que mágico e é seu e o que não está protegido por você n. w.).
Martinez começa as Operações com 1 quadrante a este (local das "aparições" onde se manifesta a Presença de Deus) ( Na minha opinião Guardiões, ou outros seres, precisaríamos ter contato para saber quais eram essas energias...) para a Operação e um circulo de ‘retiro’ a oeste separados de 2 pés.
Passados uns anos e em graus mais elevados, passa a existir um círculo ao centro, sem o círculo a oeste de retiro mas continua o quadrante operacional a este.
Esta mudança, significava que o caminho se fazia com o 1º método e que o Caminhante ao chegar a níveis mais elevados da sua Reintegração e de contato com Entidades Celestes tinha de mudar de ‘estratégia’ , ‘mentalidade’ pois quando se chega ao fim do caminho ou Castelo interior a atitude não pode ser a mesma que quando ainda se caminhava apenas para lá.
2) Luminárias ou velas de cera que representam não meros elementos decorativos mas essencialmente são ‘atrativos (no sentido de atrair, N. W.) e condensadores’ das Entidades invisíveis a invocar na Operação. Condensam a presença das Entidades invocadas, servem para as fixar no local de Operação. (Isso teria que ser feito todas as vezes que abrirmos uma Loja Maçônica... Imaginem a força de 200 Lojas abrindo na mesma hora com a energia dirigida para o bem? N. W.)... Mas fazer o que? Se acreditam que somos uma sigla política. Passamos a palavra ao ouvido de irmãos, mas isso deve ser coisa de retardado, certos são os profanos que dominaram a nossa Ordem), é bom sempre deixar claro que isso também é minha opinião, N. W.).
Ao acender ‘coagulam’ = condensam = atraem as Entidades, ao estar acesas dissociam =‘solvem’ = emitem ondas luminosas que o Teurgo visualiza e que são manifestadas pelas Entidades invocadas. (Não podemos nos esquecer que fisicamente também é possível medir essa energia, e quando os malhetes batem também existe ali uma vibração, uma cor... E dependendo qual forma e quantidade de batidas você conecta-se com outras entidades... N. W. nota Wagner)
Nas suas instruções a Willermoz ele explica todo o ritual teúrgico a seguir pelos alunos desde a restrição na alimentação, a importância das velas (fundamental para ele), a roupa a usar, as prosternações a fazer e como, o que dizer, acentuando o Miserei Me de pé ao centro virado a nascente e o De Profundis de joelho e cara no chão.
Durante a Operação o Operador vai anotar imagens luminosas, ‘passes’ que lhe surjam e procurar o que significam em relação àquilo que pediu ou invocou, para isso existia uma tabela de equivalências simbólicas sobre os inúmeros tipos de ‘passes’ , imagens e hieróglifos que podiam surgir.
As técnicas dos Elus-Cohen de Martinez de Pasqually comportam três elementos distintos:
a) Dos Exorcismos, destinadas a jugular a ação demoníaca do seio do Cosmo, e a entravar sua ação sobre os homens, a romper seu poder sobre o Operador e seus discípulos, a obter o fim ou a limitação de certos flagelos, a aniquilar as Operações de Magia Negra; (Também não gosto de pintar magia. N.W., existem os que fazem o bem e os que fazem o mal, natural da criatura criada pelo Deus, natural dos seres humanos e dos animais também).
b) Das Conjurações, destinadas a estabelecer um contato com o Mundo Angélico e com a Comunhão dos Santos. Nestes últimos, o Operador escolhe "patronos" particulares, e no Mundo Angélico, Guardiães e Guias. Conforme suas Ordenações sucessivas, o Cohen toma pouco a pouco contato com as Hierarquias cada vez mais elevadas.
O primeiro sendo o dos apelos, para usar de um exemplo utilizado pelo próprio Pascually, destinados a permitir ascender a Seres crescentemente mais elevados.
c) Das Preces, dirigidas a Deus, as três Pessoas da Santíssima Trindade, destinadas a obter Sua Graça e Sua Misericórdia, visando a Reintegração.
Elas são integradas nos rituais conjuratórios, que precedem, as quais são destinadas a canalizá-las e ampliá-las.
O conjunto constitui o que Pascually nomeava o "culto", sendo, portanto, uma liturgia.
As Operações do Martinezismo são paralelas às cerimonias religiosas da Igreja por possuírem os mesmos objetivos.
O conjunto deste "culto" compreende dez tipos de Operações:
1) Culto de Expiação: O Homem manifesta seu arrependimento, tanto de suas próprias faltas, quanto da Queda do Protótipo inicial, o Adão Primordial, córrego do coro das Almas Preexistentes. Derivando uma ascese e um ritual penitencial. (Sephira: Malkut) ..
2) Culto da Graça Particular geral: Operações destinadas a substituir o conjunto da Humanidade terrestre do momento, e fazê-la participar dos frutos da Operação individual. (Sephira: Yesod).
3) Culto de Operação contra os Demônios: Em torno da degradação inicial, no princípio dos tempos, estes tendem a manter e agravar seu jugo sobre a Humanidade total. Pelos Exorcismos (as célebres Operações de equinócio), o Cohen os combate e os lança fora da aura terrestre. (Sephira: Hod).
4) Culto de Prevaricação e de Conservação: Continuação do precedente. Esta Operação consiste em combater e punir os seguidores da magia (do mal), da feitiçaria, e, sobretudo, castigar os Espíritos Decaídos que são seus colaboradores. (Sephira: Netzah). (Feitiçaria também se faz para o bem... Curas e tantos outros procedimentos mentais, através de orações, preces e cantigas... N.W.).
5) Culto contra a Guerra: O homicídio é o maior dos crimes, o homicídio coletivo é evidentemente o mais grave. O Cohen luta contra as Potências da Raiva entre as Nações e tenta detonar sua ação. Em caso de impossibilidade, utiliza os recursos de sua Teurgia na defesa da parte injustamente agredida, ou na qual representa indiscutivelmente o direito moral superior, fora de qualquer interesse político ou material. (Sephira: Tiphereth).
6) Culto de Oposição aos Inimigos da Lei Divina: Operação teurgica objetivando lutar contra as ações humanas difusoras do ateísmo, satanismo, luciferíssimo, sob a forma igualmente humana. (livros, revistas, propaganda, seitas, etc...). (Sephira: Geburah). (Esse culto em relação as ações contrárias ao Ateísmo etc, sou totalmente contrário... É realmente ignorante quem pensa dessa forma, ou não conhece profundamente a Magia, a vivbração, a mentalização e outras tantas formas de Magia... N.W.).
7) Culto para obter a descida do Espírito-Santo: Operação visando a infusão do Espírito-Santo e de seus Dons. É mais especificamente a "Via Interior", estudada nestas páginas, a Alquimia Espiritual. (Sephira: Hesed).
8) Culto de fortalecimento da Fé e da Perseverança na Virtude Espiritual divina: Operação visando a compreensão dos Mistérios Divinos, compreensão permitindo ao Emule de afirmar sua fé de maneira absoluta e definitiva. (Sephira: Binah).
9) Culto para a fixação do Espírito Conciliador Divino em Si: É a recepção total do Espírito-Santo, a descida "das línguas de fogo do Pentecostes", a iluminação final, com os privilégios que ela comporta. Podemos lhe aplicar as palavras do sacramentário católico romano, na sagração de bispo: "Dai-lhe, Senhor, de ser o artesão da Reconciliação, em palavras e obras, pela potência dos Signos e dos prodígios...". ( Sephira : Hocmah)
10) Culto de Consagração anual de todas as Operações ao Criador: Esta parte compreende o conjunto das consagrações, benções, etc... Pelas quais o Operador tenta sacralizar o conjunto das ações humanas suscetíveis de ser consagrados. (Ou Sagrados N.W.).
Em virtude do princípio mesmo da Reintegração Universal, todo ato deve ser inserido em um quadro visando precisamente este objetivo.
Daí a benção dos frutos da terra, das colheitas, dos animais domésticos, dos ritos religiosos ou iniciáticos, a constituição dos sacramentários, etc...
A Teurgia de Pascually não era exorcista mas evocacionista, sem outro interesse senão a comunicação com as Entidades Divinas mais elevadas para a Reintegração do Homem e do Cosmos.
O objetivo das Operações do culto é permitir ao homem fazer duas coisas:
a) para o homem Individual reintegrar o Homem Arquétipo;
Para isso se recomenda um regime material (purificação da Aura material humana por meio da abstinência de certos elementos nutricionais que são demasiado grosseiros ou animais), e um regime moral (purificação da Aura espiritual humana através da rejeição de deficiências morais e éticas e como tal para o desaparecimento de hábitos nocivos, etc.)
b) para o Homem Arquétipo (uma vez restaurado) recuperar o reino do qual as Entidades caídas o tinha tirado (fazendo-o cair por culpa própria), e retomar a posse de sua primeira "natureza gloriosa".
Para isto se convoca uma batalha, uma luta muito real contra as Entidades maléficas rivais, por meio de operações teúrgicas com apoio das Entidades Celestes.
A precisão da cerimônia teurgica não é suficiente por si só e requer uma conduta correta da vida, precisamos de uma preparação espiritual feita pela oração, retiro, jejum e meditação.
A Ordem dos Elus Cohen tem como objectivo essencial práticas cerimoniais pela aplicação de técnicas teúrgicas e a meta da Reintegração das almas.
Práticas teúrgicas são divididas em três partes:
a) Concentração individual permanente, com rituais operativos periódicos, meditações com base em orações integradas e dinamizadas num quadro teúrgico e operativo.
Orações a Deus e destinadas a obter a Sua Graça e Misericórdia com vista á Reintegração Divina.
b) Exorcismos individuais, destinados a reduzir a ação das forças “demoníacas” no cosmos, para impedir sua ação sobre os Homens, para quebrar o seu poder sobre o teurgo, para obter o fim ou a limitação de certos males, para destruir as operações de magia “maligna”, e que visa a purificação da Aura terrestre e da humanidade, a luta contra os flagelos que assolam a humanidade: materialismo, epidemias, as guerras, etc.
c) Ações teúrgicas de Alta Magia, incluindo as conjurações destinadas a estabelecer contato com o mundo Angelical e Arcanjos Celestes.
Então, á medida da sua evolução teúrgicas, o teurgo gradualmente toma contato com Espíritos Celestiais cada vez mais elevados sendo esse o caminho a percorrer. (Quando se fala em Espíritos Celestiais, precisamos verificar qual é a energia disso quando ocorre, pode se energia pura, ou seres de um outro planeta, dimensão etc... N.W.).
É necessário ter as qualidades seguintes para praticar a Teurgia :
1°) Viver sobriamente sem para isso se estar a privar das coisas necessárias para a vida e a saúde.
2°) Ter uma conduta ética e moral e costumes humildes, sem recusar os prazeres lícitos, ou seja, que suavizam o corpo e o espírito. (Ser Feliz! Esse estado de espírito é hiper importante N.W.).
3°) É necessário vencer as paixões absolutamente e corrigir os defeitos e vícios, e procurar a Deus em todas as ações diárias; ter sempre a ideia de Deus no pensamento.
Por este meio estamos continuamente com Deus e Deus conosco.
Eis em poucas palavras o grande segredo dos Sábios revelado.
Os defeitos, as paixões, são obstáculos absolutamente contrários à aquisição da Sabedoria, pelos quais se distingue o erro da verdade.
Com a morte de Pascually perdeu-se a sua escola na sua face ‘visível’, ficou o seu ensinamento usado parcialmente aqui e ali por diversos grupos que a ele se pretendem reivindicar principalmente o Rito Maçônico Escocês Retificado –RER e diversos grupos Martinista. (Acreditamos que existem de várias outras formas, essas escolas, não são desse ou daquele individuo, isso é muito mais antigo do que se imagina... É hoje comumente é recebido através de canalização de várias outras vias e meios. Temos que ter muito cuidado ao dizer que isso pertence a esse ou aquele Espírito que tenha passado por aqui... A Exemplo da Igreja Gnóstica; da Ordens Herméticas; Robert Ambelaim, também manteve e divulgou alguns desses ensinamentos e não podemos deixar de citar que ele era Martinista e depois da segunda guerra foi quem colocou alguns desses rituais para circular novamente... A base dos ensinamentos em todas as Ordens incluem Misticismo Cristão, Teosofia, Kabbalah, Hermetismo, e outros assuntos esotéricos semelhantes. A filosofia Martinista está inspirada no teosofismo clássico e nos trabalhos de Jacob Boehme, Swedenborg, além é claro em Martinez de Pasqually, Jean-Baptiste Willermoz e Louis-Claude de Saint Martin. E poderia citar muito mais como Eliphas Levi, Papus, Arthur Edward Waite, Eliphas Levi, Margaret Peeke, Henri Delaage, Maria Desraimes e Gearges Martin, Helena Petrovna Blavatsky, Coronel Olcott, Annie Besant, James Ingall Wedgwood, Charles Webster Leadbeater e outros, e muitos Rosa cruzes e Maçons da Inglaterra, Alemanha, Bélgica, França, e E.U.A..
Vou deixar claro que muitos desses emprestaram seus corpos, outros não, hoje acredito muito nisso, posso ser um canal, mas o meu corpo também é sacro.
Tenho um trabalho a respeito de Melquizedeque e gostaria muito que todos vocês lessem, pela importância desse Espírito ou Avatar e todo seu ensinamento, suas Ordem... É muito importante conhecer um pouco mais a respeito dos Mistérios de algumas Ordens, pois muitos julgam ser dessa ou daquela pessoa e isso não é verdade... Sempre bebem de um mesma fonte, por isso são demasiadamente parecidas. Tenho absoluta certeza que os Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa – CBCS, são muito mais antigos que a Ordem, pesquisas nos mostram a existência dessa Ordem muito tempo antes da data anunciada...
Para mim não existe outro caminho além do Homem-Espírito. Uma época onde a espiritualidade vai ter um papel fundamental, no meio de tantas desgraças, de tantas maldades dessa troca de valores...
Bibliografia:
Várias fontes de pesquisa

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O DEUS DE SPINOZA



Estas palavras são de Baruc Spinoza, filósofo que viveu em pleno séc. XVII. Este texto foi chamado de "Deus segundo Spinoza" ou "Deus falando com você"
"Para de ficar rezando e batendo no peito. O que eu quero que faças é que saias pelo mundo, desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a estes templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nas praias. Aí é onde eu vivo e expresso o meu amor por ti.
Para de me culpar pela tua vida miserável; eu nunca te disse que eras um pecador.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos de teu filhinho... não me encontrarás em nenhum livro...
Para de tanto ter medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem me incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te castigar por seres como és, se sou Eu quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita o teu próximo e não faças aos outros o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida; que teu estado de alerta seja o teu guia. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Para de crer em mim... crer é supor, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho de mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. Não me procures fora! Não me acharás.
Procura-me dentro... aí é que estou, dentro de ti."

sexta-feira, 25 de abril de 2014

MISTICISMO NA MAÇONARIA



Ir .´. Fabiano Camargo Gonçalves

Meus IIr .´., escrever sobre o misticismo maçônico realmente não é uma tarefa fácil depois então de solicitar ajuda para alguns IIr.´. e pesquisar em alguns livros por indicações.
Misticamente sobre a maçonaria tem se muito a dizer. Podemos, em alguns casos, reunir alguns elementos como misticismo, esoterismo, alquimia, cabala, astrologia e numerologia, que de alguma forma se correlacionam com a maçonaria.
As influências místicas sobre a escalada iniciática da maçonaria, de maneira geral, vêem das antigas civilizações e dos agrupamentos medievais. Entre as antigas civilizações, encontra-se a da Grécia Arcaica, com os chamados Mistérios de Eleusis (representada com espigas de trigo nos braços) e o Pitagorismo.
A iniciação maçônica, como, geralmente, ocorre na maioria das ordens iniciáticas, desde a antiguidade, representa a morte física do iniciado e o seu renascimento em um plano superior. Assim no Grau de Companheiro Maçom, que o símbolo é uma espiga de trigo, que, além de representar fartura, conseqüência do trabalho, simboliza, também, a renovação sempre constante da vida (morte e ressurreição)
A Estrela de Cinco Pontas citada por mim em meu trabalho de Companheiro Maçom “Letra G”, ou Estrela Pentagonal, ou Pentagrama, ou Estrela Hominal é um dos diversos símbolos da magia e sempre surge nos ritos de varias correntes místicas, tanto as dedicadas à magia branca (Teurgia), quanto à magia negra (Goecia).
Para todos os ocultistas, todos os mistérios da magia e da alquimia mística, todos os símbolos da gnose e todas as chaves cabalísticas da profecia resumem-se no Pentagrama.
Quem deu, ao Pentagrama o nome de Estrela Flamejante, foi o teólogo, alquimista e medico Enrique Cornélio Agrippa de Neteshein, natural de Kholn (Colônia), onde nasceu no final do séc. XV, o qual era dedicado a magia, alquimia e a filosofia cabalística.
O significado da Letra G, que é inscrita no centro da estrela pentagonal tem sido para os maçons, objeto de ampla especulação e de teoria mística absolutamente arredada da realidade, descrito também no trabalho sobre a Letra G.
Assim deve entender, também, o Companheiro Maçom, sabendo, entretanto, que a alquimia mística pode ser aceite, também, como a transmutação espiritual põem que deve passar todo iniciado, mas não como a fantasia engendrada por alguns alquimistas místicos e considerada segredo para melhor poder negociada.
A Cabala, ou, mais propriamente Cabalá, significa tradição e é a essência do misticismo hebraico. Como doutrina mística e metafísica, e muito antiga, conforme encontra - se no Torá. O traço da filosofia transcendental, que evoluiria, através dos tempos, vem sofrendo, constantemente, influencias de outras culturas.
Os temas místicos do judaísmo e fonte do pensamento cabalístico são:
O Apocalipse, a visão de Merkabá, a Halaká, a Hagadá, e as Alegorias.
O Sepher ha Zoar (livro do esplendor) é o principal texto cabalístico, o Zoar é, na realidade, um romance místico - filosófico, desenrolado na Terra Santa, que é, vista como um belo e tranqüilo campo semeado de figueiras, vinhas e pés de romã, muito propicio para à meditação, ao recolhimento e a elevação espiritual., em suma o Zoar mostra o infinito incognoscível de Deus.
Embora a astrologia seja muito antiga, remontada á época dos sumerianos, (Sul da Mesopotâmia) a partir do V Milênio A.C., foi somente na idade media que ela cresceu de importância. O primeiro livro astrológico escrito por Claudius Ptolomeu (Séc II era atual), em Alexandria, houve depois da morte de Ptolomeu uma grande queda.
Nessa época obscura de grande queda surgiram os árabes conquistadores, motivados pela força de sua religião o Islã, habilidosos nos terrenos da medicina, da alquimia e da astronomia, desenvolveram extensos estudos astronômicos, que mostraram acentuada orientação astrológica Abu Maachar ou Abumansur, foi o maior astrólogo árabe.
Falar de astrologia e não falar de sua física universal seria uma falta muito grave. O zodíaco ou zodiacum ou as constelações celestes com seus determinados signos zodiacais ocupam um segmento de 30 graus do circulo completo, que tem 360 graus.
O zodíaco divide-se dessa maneira, em doze constelações, que são percorridas pelo sol uma vez por ano: Áries (ou Carneiro), Touro, Gêmeos, Câncer (ou Caranguejo), Leão, Virgem, Libra (ou Balança), Escorpião, Sagitário (ou Arqueiro), Capricórnio e Peixes.
Com a numerologia dos hebreus que consideravam certos números como sagrados e outros nefastos. Para os números fundamentais existem grandes cargas de atributos místicos.
Zero – é o símbolo da eternidade ou símbolo da morte, representado pelo circulo, simboliza o infinito, o universo, o todo.
Um - símbolo de Deus, número sagrado, inicio ativo, o pai dos números, simboliza o sol, que foi o primeiro dos deuses da humanidade.
Dois – número nefasto representa a dualidade, o ser e o não ser, representa também a dualidade positiva – negativa de tudo que existe.
Três – representado graficamente pelo triangulo, é o símbolo de síntese espiritual e a formula para a criação de cada ser humano, numero perfeito de grande significado místico um numero sagrado.
Quatro – representa o cubo ou quadrado perfeito, um numero cósmico, já que quatro são os elementos tradicionais – ar, água, terra e fogo.
Cinco – o numero do homem, cuja a representação mística e gráfica é a estrela de cinco pontas, a estrela hominal, já que se refere aos cinco aspectos do ser humano – físico, emocional, mental, anímico e consciente, a idéia central que o cerca é a do quinto elemento que seria a quintessência dos alquimistas.
Seis – o numero do equilíbrio, da união entre espírito e matéria, é representado misticamente por dois triângulos eqüiláteros – o positivo, do fogo e o negativo, da água, os quais formam a estrela de seis pontas ou a conhecida estrela de David.
Sete – e um numero sagrado para todos os povos da antiguidade, que lhe atribuíram grande valor astrológico, místico e mágico, pois sete são as notas musicais, sete as cores do arco íris e a expressão “sete vezes sete”, etc.
Oito – é o símbolo do logos, ou poder criativo universal, graças a sua forma, representa o perene movimento em espiral dos céus, e também simboliza o equilíbrio dinâmico entre as duas forças opostas (masculino e feminino)
Nove – encerra a serie numérica, antes do retorno da unidade, e o numero simbólico da humanidade, nove meses levam o homem a nascer, é o numero do adão.
No Grau de Companheiro há dois números que ligam especificadamente o grau.
Dois – é o numero místico do Grau de Companheiro Maçom, onde interessa a dualidade do ser e do não ser, a dualidade em posição ao monismo que se aplica a todo sistema filosófico.
Cinco – representa pela estrela hominal ou pentagonal dos pitagóricos, e simbolizando os cinco aspectos do ser humano, é numero ligado, fisicamente ao grau de companheiro maçom, cinco passos, cinco toques, cinco luzes, idade simbólica, embora que possamos notar uma certa influencia da numerologia pitagórica, a que prevalece é a hebraica.
Conclusão
O misticismo nada tem de "misterioso". Tudo, absolutamente tudo é natural. O sobrenatural existe? Nada pode estar sobre a natureza!
O que se posso abordar em meu trabalho são as antigas ciências ocultas, dando os significados esotéricos como nas iniciações e suas correlações com a natureza.
Sem dúvida é um tema abrangente e como tal com minhas palavras tentei responder em minha peça e arquitetura. Ninguém, absolutamente ninguém poderá me ajudar, pois coube a eu desenvolver e explicar o misticismo, ou seja, é um tema muito particular. A única via é a da pesquisa, coisa que, feita por mim tem um sentido e para outra pessoa tem outra explanação. 
Esta é a gnoses cárdia, o conhecimento verdadeiro, aquele que brota espontaneamente.
Não existe na maçonaria um misticismo como se abrange, por exemplo, na Rosa Cruz e no Ilusionismo.


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