sexta-feira, 8 de julho de 2011

ORDEM ROSACRUZ (3ª PARTE)


É preciso esclarecer que a palavra "Rosacruz" e a expressão "Estudante Rosacruz" são de domínio público há muitos séculos, de modo que diversos movimentos as empregam ou se referem a elas de uma forma muitas vezes ilegítima, o que gera muita confusão. As explicações que apresentarei a seguir dizem respeito exclusivamente à Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, conhecida em todo o mundo pela sigla AMORC como informado na postagem anterior.
A maioria das obras de referência define a AMORC como um movimento filosófico, iniciático e tradicional, aberto tanto a homens quanto a mulheres, sem distinção de raça, classe social ou religião. Minha intenção é explicar exatamente em que sentido ela é filosófica, iniciática e tradicional. Antes quero frisar o que a AMORC não é, a fim de desfazer qualquer mal entendido.
A Ordem Rosacruz não é uma religião, o que explica o fato de ela ter entre seus membros pessoas de todas as confissões religiosas como Judeus, Cristãos, Budistas, Muçulmanos, Espíritas e outros. A AMORC não se prende a nenhum Profeta ou Messias como Moisés, Jesus, Buda ou Maomé. Seus ensinamentos não se fundamentam num livro sagrado como a Bíblia, o Tripitaca ou o Alcorão. Não traz em si qualquer dogma, quer seja no nível doutrinário ou moral. Seu símbolo é uma cruz com uma rosa no centro. Para os Estudantes Rosacruzes, a cruz representa o corpo físico do homem. A rosa, colocada no centro da cruz, simboliza sua alma. Isso quer dizer que o símbolo da Rosacruz, representa a dualidade de todo ser humano, o que faz dela não um símbolo religioso, mas um símbolo tradicional e universal. A AMORC respeita todas as religiões, e os membros têm toda a liberdade para continuar praticando a religião de sua escolha.
Com relação à religião, gostaria de esclarecer um equívoco. Existe uma tendência a achar que todas as pessoas que acreditam em Deus têm necessariamente que pertencer a uma religião. Contudo, podemos muito bem ter fé sem seguir um credo religioso. Em relação a Deus, podemos ter dele um conceito diferente daquele que é preconizado pelas religiões. É por isso que os Estudantes Rosacruzes não O vêem como um super-homem acomodado em algum lugar do céu de onde toma, sozinho, todas as decisões com relação aos nossos destinos. Para eles, o conceito de Deus se aproxima mais de uma inteligência absoluta que está na origem de toda a Criação e cuja essência impregna e anima tudo que existe. Por essa perspectiva, é impossível compreendê-Lo ou conhecê-Lo. Por outro lado, podemos estudar as leis pelas quais Ele se manifesta no universo, na natureza e no próprio homem. Este conceito de Deus não é nem dogmático nem sectário, e é mais científico que religioso. Aliás, o misticismo e a ciência não são de forma alguma incompatíveis. Pode-se dizer que eles constituem duas vias complementares do Conhecimento: os místicos se interessando mais pelos "porquês" das coisas e os cientistas se concentrando mais no "como".
A AMORC também não é uma seita. Aproveito a oportunidade para lembrar que a palavra "sect" deriva de dois termos latinos. São eles: "sectare", que quer dizer "seguir"; e "secare", que significa "afastar-se de". Considera-se de fato que, numa seita, os adeptos sejam forçados a seguir um guru, geralmente autoproclamado, e a se afastar do seu meio familiar e social, o que naturalmente é um erro absurdo. Na AMORC, ao contrário, recomenda-se que se privilegie a família e que se participe plenamente da vida da sociedade. Quanto aos dirigentes da Ordem, designados pelo nome simbólico e tradicional de "Grandes Mestres", esses são eleitos para um mandato renovável de cinco anos e são avessos a qualquer veneração pessoal. Por fim, pode-se perceber que é bem difícil conseguir sair de uma seita, principalmente devido à alienação mental a que estão sujeitos os adeptos. Ao contrário, os membros da AMORC podem se desligar quando quiserem, sem terem que apresentar qualquer justificativa.
Já que me referi aos Grandes Mestres da Ordem, é útil citar que a AMORC se faz presente em todo o mundo através das inúmeras jurisdições definidas por suas respectivas Línguas. Sendo assim, existe uma jurisdição de língua francesa, assim como uma de língua inglesa, de língua portuguesa, uma alemã, uma italiana, uma espanhola, uma americana, russa, etc, cada qual dirigida por um Grande Mestre. Todos os membros, independente da jurisdição a que pertençam, estudam os mesmos ensinamentos e se beneficiam das mesmas prerrogativas.
A AMORC é também totalmente apolítica. Discussões políticas não são permitidas dentro da Ordem. Naturalmente, todos os membros são inteiramente livres para terem suas opiniões e agirem dentro desse domínio, mas não devem levantar essas questões dentro das atividades rosacruzes. É exatamente pelo fato de a AMORC ser apolítica que ela reúne pessoas que têm opiniões políticas diferentes, sem que isso represente qualquer problema tanto no nível dos relacionamentos quanto no nível fraternal.

4 comentários:

Diogenes Vial disse...

Excelente descrição da Ordem Rosacruz - AMORC, que busca o desenvolvimento do ser humano para que ele viva em harmonia com o universo.
Diogenes Vial

Renato Cardoso disse...

Obrigado Diogenes, todos os comentários me dão força para continuar essa caminhada tentando mostrar o que a AMORC é e o que ela não é. A casa dia percebo que o número de pessoas com opinião formada sobre o que não sabem aumenta mais. Escrevo com o objetivo de desfazer alguns equivocos e contribuir para o crescimento da Ordem dentro das minhas possibilidades.

Van Dore disse...

A ordem é aberta ? Preciso de convite para me tornar um membro ?

Renato Cardoso disse...

Van Dore,
desculpe a demora em responder.
A Ordem é aberta a todos os homens e mulheres que buscam um sistema seguro e eficaz de desenvolvimento espiritual. Acesse o site www.amorc.org.br
Muito obrigado e fique a vontade para comentar ou tirar alguma dúvida sempre que quiser.
Paz Profunda

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