quarta-feira, 2 de março de 2011

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INICIAÇÃO (2ª PARTE)

O batismo Iniciático ritual é objetivamente um formalismo, tal como o são muitas das cerimônias que atravessamos ao longo da nossa vida. No entanto, de que valem as cerimônias formais se carecem na sua essência do poder de transformarem os seus participantes? O que importa a beleza da cerimônia do matrimônio se os nubentes antecipadamente não partilharem verdadeiramente do seu amor?

Aos Iniciados Rosacruzes, lembrem-se que de cada vez que entrarem num lugar sagrado estão a sofrer por si só uma Iniciação “descalçai as sandálias pois o chão que pisas é sagrado” – para isso é vos exigido que venham preparados. Em suma desde que o homem seja realmente livre e de bons costumes já conseguiu fazer o seu caminho de preparação para ser Iniciado. Quando conseguir viver no dia a dia estes princípios ouvindo e seguindo a voz do seu Mestre Interior, então sim deixou de ser neófito!

Quer na forma quer no conteúdo, o batismo Iniciático, tem ainda uma particularidade em relação por exemplo com o religioso. O primeiro carrega o pretendente de uma responsabilidade acrescida, dado que prevê a participação de todas as faculdades do indivíduo no sentido do seu trabalho interior e da sua conseqüente elevação a Deus do seu coração e de sua compreensão. O segundo pressupondo que o indivíduo ascenda à divindade apenas pela fé, pela sua humildade e obediência constante ao dogma corporativo, desresponsabiliza-se parcialmente da sua escolha (muitas o batismo é realizado por vontade única da família, pois acontece na idade em que a criança não tem consciência do processo).

Em suma, nada há de completamente errado ou certo em nenhum deles, o que importa é que cada um sinta verdadeiramente qual é o seu verdadeiro caminho e o percorra em consonância, responsabilizando-se pelas escolhas feitas. O verdadeiro mestre é aquele que depois de passadas as suas provas iniciáticas, e fazendo uso da sua sabedoria (conhecimento aplicado), constrói o seu próprio dogma e o utiliza na edificação do seu Templo Interior.

Não esquecer que o dogma ou mesmo ideal é apenas uma visão da verdade, logo dependente do seu criador – duas pessoas com o mesmo nível de elevação espiritual e cultural não terão necessariamente a mesma visão, quando muito serão convergentes! Meus caros seguidores e leitores, em todas as épocas existiram Homens mais conscientes espiritualmente do que outros, e quando lhes foi concedido o poder temporal, eles lideraram a humanidade com sabedoria, consequentemente esta evoluiu saindo das trevas em que se encontrava.

No entanto, quando a liderança caiu nas mãos de inconscientes, obcecados pelos brilhos materiais, tudo regrediu e as instituições mergulharam na letargia ou foram completamente destruídas; vejamos como exemplo o que aconteceu historicamente ao Templo de Salomão, à Ordem do Templo bem como tantas outras. Porém a responsabilidade pela queda da humanidade e suas instituições é de todos aqueles que elevados espiritualmente não souberam manter-se desse modo. É muito fácil em qualquer ponto da nossa evolução interior voltar a cair em patamares inferiores.

Se a subida da escada de Jacob é difícil, mais difícil é ainda mantermo-nos lá em cima, porque maiores são os estímulos e maiores são as responsabilidades nas escolhas! E mais violentas serão as conseqüências! Estas são as fundações interiores que o Homem terá que consolidar, para que possam manifestar-se no exterior, no mundo material, com todo o sucesso que se pretende atingir neste plano de vida. As Ordens sendo instituições são edificadas no mundo material – pórticos de matéria para o espírito; por isso necessitam de homens renovados, pois só destes se espera a sua manutenção e evoluções futuras.
Paz Profunda

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