terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CARACTERÍSTICAS DO MISTICISMO

 O escritor Rufus Jones, no seu livro “The Trail of Life in the Middle Years” diz que a característica essencial do misticismo é “a realização da convicção pessoal do indivíduo de que espírito humano e Espírito divino finalmente se encontraram, descobriram-se e estão em correspondência mútua e recíproca como espírito com Espírito”.

Como explicado anteriormente o Misticismo é um mergulho na realidade espiritual em busca da reintegração com o Todo. Esse processo envolve toda uma sistemática, uma seqüência de ações para se chegar ao objetivo almejado.
Explicarei um pouco sobre os elementos dessa sistemática iniciando pelos RITUAIS;

Para os que não tem familiaridade com o seu significado, pode parecer que rito e rituais não passam de um pequeno teatro sem sentido. Nesse ponto a ignorância zomba de si mesma. Os rituais transformam por alguns momentos os ideais espirituais do místico em atos e objetos para representá-los objetivamente.
Os conceitos e crenças do místico são uma coisa, mas o método para experimentá-lo é outra bem diferente. Deparemos então com o realismo de nossa existência dual. De um lado a percepção de uma existência física e mortal, do outro a percepção do mundo inferior com o êxtase que ele proporciona. O elo que uni a percepção física e o mundo interior é conhecido como Self ou alma.

O ELEMENTO PSÍQUICO

O elemento psíquico é o próprio Self. No passado o Self era conhecido como a natureza interna do homem.
 Essa infusão psíquica é considerada pelos místicos a mais elevada força divina que agi no ser humano.

A PERCEPÇÃO PESSOAL

Outra característica do misticismo é que a experiência mística é sempre individual e de característica imediata onde o Self deve perceber diretamente sua relação total com a Unidade Cósmica. Resumidamente, só quando a conhecermos é que temos a Unidade Mística. E o indivíduo só consegue conhecer através de sua harmonização e atenção aquele Todo que ele concebe.
Muitos místicos renomados do passado foram seguidores devotados de seitas religiosas tradicionais. Num primeiro momento isso parece uma contradição dada as qualificações de um místico, e como as crenças tradicionais tem seus cleros, sacerdotes, quer dizer indivíduos que são considerados bem versados em seus dogmas e igualmente evoluídos, atuando como intermediários entre Deus e os adeptos dessas religiões. No entanto, uma leitura atenta da vida desses místicos revela que o clero não teve participação direta em suas experiências místicas.
Os grandes místicos que participavam da vida religiosa da sua comunidade eram estudantes ardorosos das escrituras sagradas com base nas suas crenças particulares e tiravam proveito da inspiração criada pela retórica e pelas pregações realizadas por esses religiosos.
Isso tudo serviu de incentivo para que eles alcançassem pessoalmente a necessária iluminação para atingir seus objetivos espirituais.

A FINALIDADE DO MISTICISMO

A finalidade real da unidade mística é a busca da proximidade com a Fonte Criadora de tudo que existe. O verdadeiro místico é aquele que percebe que o Self (alma) é o elemento de integração dos níveis de consciência e percepção.
 Todo místico deve trabalhar incansavelmente para subir os degraus da escada evolutiva da sua consciência, não apenas para alcançar os estados mais elevados de consciência, mas para regenerar os níveis inferiores da mente através de um influxo momentâneo que chamamos de Iluminação Cósmica.

Próxima postagem: O ESTUDANTE DE MISTICISMO

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